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Notícia : Negócio

Procurador-geral sul-africano reúne acusações contra ex-presidente Jacob Zuma

O procurador-geral da África do Sul voltou a reunir acusações de corrupção de dez anos contra o ex-presidente Jacob Zuma, escalando os problemas legais do líder sul-africanos semanas após sua renúncia.As acusações, ligadas ao suposto envolvimento de Zuma em um acordo de armas de 1999, foram abandonadas por motivos processuais em abril de 2009, pouco antes de Zuma ser eleito presidente da economia mais desenvolvida do continente africano. [Leia mais...] (webremix.info)


O estado da economia angolana tornava estas mudanças estratégicas e urgentes

Três perguntas a Alex Vines, director do Programa para África da Chatham House. (webremix.info)


Angolanos realizam eleições presidenciais pela primeira vez em 38 anos

Os angolanos foram às urnas, nesta quarta-feira, para votar pela primeira vez em um novo presidente em quase 40 anos, em meio a uma crise econômica que atingiu o segundo maior produtor de petróleo da África. Espera-se que João Lourenço, o candidato do partido da situação, Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), vença a eleição, mas o ex-general deve herdar uma economia paralisada pela queda dos preços do petróleo e acusações de corrupção contra autoridades da nação. [Leia mais...] (webremix.info)


Quênia: ao menos 9 mortos em protestos após eleição presidencial

A vitória de Uhuru Kenyatta no segundo turno da eleição presidencial no Quênia, que garantiu ao político o segundo mandato como presidente, causou uma onda de confrontos nas ruas do país, que é a maior economia da África Oriental.Ao menos nove pessoas morreram alvejadas por armas de fogo, enquanto forças policiais usaram gás lacrimogêneo contra opositores na capital do país, Nairóbi, e balearam fatalmente ao menos duas pessoas na cidade de Kisumu. [Leia mais...] (webremix.info)


Presidente Jacob Zuma sobrevive a moção de desconfiança na África do Sul

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, superou nesta terça-feira mais uma moção de desconfiança no Parlamento, na mais séria tentativa de tirá-lo do posto, após meses de descontentamento com as acusações de corrupção e a piora na economia. Zuma já havia superado seis tentativas anteriores de forçá-lo a renunciar, mas pela primeira vez a votação dos legisladores foi secreta, após a surpreendente decisão na segunda-feira do presidente do Parlamento, Balek Mbete, de permitir isso. [Leia mais...] (webremix.info)


Quênia elege novo presidente, após campanha disputada

Os quenianos votam nesta terça-feira para eleger um novo presidente, após uma disputada campanha entre as principais dinastias políticas. O quadro gera o temor de violência em uma das mais dinâmicas democracias da África.Estima-se que 20 milhões de quenianos votem em 40 mil seções eleitorais na maior economia do leste africano. [Leia mais...] (webremix.info)


Alforria para o audiovisual

Numa feliz ironia, candidatando a deputada Renata Abreu ao prêmio “Trabalho Escravo de 2017”, que quer isenção de direitos para músicas tocadas em rádios, igrejas, motéis, hotéis, academias, o cineasta Cacá Diegues, em sua coluna no GLOBO, comunga com todos os artistas ao condenar mais uma tentativa de burlar os sagrados direitos autorais do criador.

Por extensão, também roteirista e diretor, faço minha sua revolta clamando pela igual alforria para realizadores do audiovisual (cinema, televisão, animação), hoje reféns de uma Lei de Direito Autoral, nascida na proto-história do digital em 1988, a exigir urgente atualização.

Excetuando músicos e intérpretes, nossos inestimáveis parceiros que já garantem seu numerário pela comunicação e reutilização públicas de suas criações, para diretores e roteiristas a LDA é manquitola, quando não ambígua, portanto, ineficaz.

Nesses tempos do impune tsunami da internet e seus infindáveis repiques, somos todos órfãos de pagamento pela gratuita veiculação do nosso estro em plataformas e suportes, digital e não digital.

Diante desse infortúnio institucional e pecuniário estamos em descompasso com o processo civilizatório que vige na América Latina/Caribe, Canadá, Europa/Leste, África, Oriente Médio e Ásia/Pacífico que, ao dignificar a profissão de roteiristas e diretores, consagra o mantra da mais absoluta contemporaneidade: direito autoral é o salário do criador.

Não é de admirar que direito de autor conste da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU (1948) e assim deveria ser encarado por todos os signatários da Convenção de Berna (Suíça, 1886), como o Brasil, na qual há mais de cem anos, mundo afora, é defendida e garantida essa prevalência.

Na mesma batida é hoje o ordenamento jurídico da Comunidade Europeia, que subscreve a necessidade da intransferível e irrenunciável remuneração a diretores e roteiristas tal qual músicos, dramaturgos e intérpretes que, por todos os méritos, de há muito navegam nessa inelutável conquista, capilarizando a economia criativa do país, pois direito autoral é mercado!

A escandalosa supressão de pagamento a roteiristas e diretores pela fruição pública de suas obras vem chamando a atenção de gestores públicos e privados, advogados de direitos autorais e propriedade intelectual, inclusive sensibilizando Legislativo e Executivo de inúmeros países, como Chile, onde a presidente Michelle Bachelet acaba de assinar a Ley Ricardo Larraín (premiado diretor daquele país).

“Criadores sem direitos autorais é o mesmo que cidadãos sem direitos políticos” — completa o advogado chileno, Santiago Schuster, diretor para América Latina e Caribe da poderosa Confédération Internacionale des Sociétés d’Auteurs et Compositeurs (Cisac). A Colômbia está prestes a aprovar sua lei própria.

A modernidade está cobrando seu preço com o Brasil assumindo a responsabilidade de se alinhar imediatamente a esse processo de total pertinência moral, financeira e humanitária.

Sylvio Back é cineasta

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Brasil ficará para trás na conexão por celular

RIO - O brasileiro adora acessar as redes sociais, mas usar a internet do celular para assistir a vídeos, ouvir música e navegar livremente vai exigir não só disposição, como paciência nos próximos anos. Afetado pela crise econômica, o Brasil vai chegar em 2021 entre as últimas posições na corrida pela maior conectividade móvel. A constatação faz parte de uma pesquisa da Cisco, que revela que, em cinco anos, o usuário brasileiro vai consumir 4.201 megabytes (MB) por mês, número que o coloca à frente apenas de África do Sul e Índia em uma lista de 23 países. Celular_1504

Para se ter uma ideia do abismo digital, a Coreia do Sul, a primeira do ranking, vai chegar em 2021 com consumo médio mensal por usuário de 23.892 MB. No levantamento, o Brasil fica atrás da vizinha Argentina, onde o consumo por pessoa será de 5.721 MB. Segundo especialistas, a crise no Brasil afetou a capacidade de investimento das empresas de telecomunicações e o poder de compra das famílias brasileiras. A qualidade, muito questionada pelos usuários, também aparece na lista como um dos fatores que travam o crescimento.

ALTO GRAU DE EXCLUSÃO DIGITAL

Info - consumo de dados mapaAssim, o país vai avançar menos nos próximos anos em comparação a outras nações. O Brasil, onde o consumo por pessoa hoje é de 878 MB mensal, terá alta de 37%, em média, a cada ano. No México, por exemplo, o avanço chegará a 43%, passando dos atuais 740 MB para 4.507 MB. O mesmo vai ocorrer em diversas nações da Europa, como França, Espanha e Reino Unido.

— Muitos desses países estão em um movimento diferente do Brasil, com a digitalização da economia e a própria internet das coisas, que permite a conexão de carros e outros produtos à internet. O Brasil, por outro lado, tem um grau de exclusão alto. A crise afeta as empresas e a capacidade de pagamento das pessoas, que buscam planos mais baratos — diz Giuseppe Marrara, diretor de Relações Governamentais da Cisco Brasil.

Dessa forma, novas tecnologias vão atrasar. A adoção da rede 4,5G, que permite velocidade maior que a 4G, prevista para 2018, deve ficar para 2020, prevê a Huawei.

— A crise adia muitos investimentos. Há uma relação entre a economia e a tecnologia. Na Europa, por exemplo, uma pessoa faz download, em média, de nove aplicativos por ano. No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, essa média é de dois aplicativos — destaca Kleber Faccipieri, gerente de Marketing da Huawei.

A atriz Sill Esteves conhece bem a velocidade lenta da internet no celular. Ela já ficou na mão várias vezes:

— Pela minha profissão, sempre preciso baixar vídeos para pesquisar algum personagem, ou para compartilhar nas redes sociais algum vídeo que tenha feito, mas geralmente só consigo fazer isso quando chego em algum lugar que tenha Wi-Fi.

MAIOR PARTE DE PRÉ-PAGOS

Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, diz que o Brasil está mal na qualidade. Ele lembra que o Brasil tem menos espectro alocado para a telefonia móvel do que recomenda a União Internacional de Telecomunicações (UIT):

— Se juntar tudo que as empresas de telefonia móvel já compraram nos leilões, chega-se a 844 megahertz. A UIT diz que o ideal é de 1.800 a 2.000 megahertz. Temos ainda um longo percurso no Brasil. Com a internet das coisas, será preciso mais rede. Apesar de termos 4G, a maior parte dos usuários é 3G e 2G. Quem mais avança no mundo hoje é a China, onde quase todos os celulares já são 4G.

Mas a rede não é o único fator que explica o baixo volume de conexão móvel no Brasil. Atualmente, diz a Anatel, órgão que regula o setor , 67% dos 243 milhões de linhas são de pré-pagos. E, lembra Steinhauser, a maior parte desse contingente não usa internet o mês inteiro.

— Ter um smartphone não significa acessar a internet, pois é preciso uma linha. Os usuários pré-pagos compram pacotes avulsos, não têm internet o mês inteiro.

Para os especialistas, não faltam desafios conjunturais. O maior deles, citam, são as incertezas em relação à Oi, dona da maior rede de infraestrutura do país e que passa por um processo de recuperação judicial com dívidas de R$ 65 bilhões. Além disso, uma instabilidade operacional afetaria todas as outras teles do país.

— Tem a crise da economia, da Oi. Enquanto isso, o resto do mundo cresce e avança — disse um consultor que não quis se identificar.

Na opinião de Eduardo Conejo, gerente de Inovação da Samsung América Latina, a indústria precisa criar novas tecnologias de forma a impulsionar a demanda por conexão e criar novas formas de acesso à internet. A empresa, em parceria com a Sigfox, vem investindo em soluções dentro de universidades para desenvolver tecnologias:

— Temos de buscar soluções mais baratas. Isso é importante, principalmente quando se fala em cidades inteligentes.

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Um passo atrás no concerto mundial (webremix.info)


Após Haiti, próxima missão de paz do Brasil deve ser na África, diz Jungmann (webremix.info)


CCJ do Senado aprova cota para mulheres em conselhos de estatais

BRASÍLIA — Com uma pauta especial pelo Dia Internacional da Mulher, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou nesta quarta-feira um projeto que cria uma "cota" para mulheres nos conselhos de administração de empresas estatais e de economia mista. O projeto permite um crescimento gradativo do percentual, que chegará a 30% em 2022. Em 2018, a cota será de 10%; em 2020, pula para 20% . Como foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ, o projeto segue direto para a Câmara.

A proposta teve como relatora a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que apresentou um substitutivo. A proposta original, da senadora Maria do Carmo (DEM-SE), falava em 40% das vagas. Mas houve uma negociação para que o projeto pudesse ser aprovado.

O texto estabelece que "nos conselhos de administração das empresas públicas e das sociedades de economia mista, pelo menos trinta por cento dos membros serão mulheres". Mas, em seguida, permite às empresas o preenchimento gradual dos cargos, desde respeitados os limites mínimos para 2018, 2020 e 2022.

Segundo Vanessa Grazziotin, estimativas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, apenas 7% dos membros dos conselhos de administração das empresas brasileiras são mulheres. Na América Latina, apenas 6,4% dos membros de conselhos de administração das 100 maiores empresas da América Latina são mulheres.

— Saliente-se que outros países já adotam regras na mesma direção, mencionando-se os exemplos da Noruega, Israel, África do Sul, Irlanda, Finlândia, Islândia, Suíça e Dinamarca, entre tantos outros que já adotaram as mesmas medidas. É necessário apenas um aperfeiçoamento para estabelecer de modo expresso a consequência jurídica do descumprimento das regras previstas no projeto. Propõe-se emenda para estabelecer a nulidade dos atos de provimento de empregos públicos, caso eles ocorram em desrespeito aos percentuais fixados na futura lei — disse Vanessa, durante a votação na CCJ.

A CCJ aprovou ao todo quatro projetos. O outro projeto da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), que obriga o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública a coletar dados específicos contra a mulher.

Outro projeto, da senadora Gleisi Hofmann (PT-PR), institui a o programa "Patrulha Maria da Penha", para a realização de visitas periódicas às residências das mulheres em situação de violência doméstica e familiar para verificar o cumprimento das medidas protetivas decretadas contra o agressor e reprimir eventuais novos atos de violência. Na verdade, o programa ocorrerá ser houver termo de cooperação neste sentido entre os entes federativos e as forças de segurança.

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Como vivem as brasileiras pelo mundo (webremix.info)


Mesmo com fim da recessão, PIB do Brasil ficará na lanterna em 2017

RIO - Embora os analistas concordem que, tecnicamente, a recessão brasileira acabou, a economia do país deve seguir na lanterna do mundo em 2017. De acordo a mediana das previsões de crescimento econômico para 36 países, compiladas pela Bloomberg, o Brasil crescerá apenas 0,8% este ano, o segundo pior desempenho, empatado com a Itália e pior apenas que o da Venezuela (retração de 2,5%).

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Como informou o IBGE nesta terça-feira, a economia brasileira encolheu 3,6% em 2016, após uma perda de 3,8% registrada em 2015. Isso faz com que a recessão vivida pelos brasileiros seja a pior pelo menos desde 1948, quando começa a série histórica do Produto Interno Bruto (PIB). É a primeira vez em quase 70 anos que o PIB tem dois resultados negativos anuais seguidos, com perda acumulada de 7,2%. Nesse período, a renda per capita dos brasileiros encolheu 11%, superando os 7,5% da chamada década perdida (1981 a 1992), nos cálculos de Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do banco Goldman Sachs.

Leia mais: Análise: o pior já passou, mas perda social ainda é grande

Como mostra infográfico elaborado pelo GLOBO, o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da FGV vê o atual ciclo recessivo, que começou no segundo trimestre de 2014, como o mais longo em 35 anos. Ele alcançou a mesma duração da crise do governo Collor (1989-1992), com magnitude superior à crise da moratória da dívida (1981-1983), quando a economia encolheu 8,5%.

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De acordo com as previsões compiladas pela Bloomberg, o crescimento brasileiro deve ficar muito abaixo do que o de outros países emergentes em 2017. Muito à frente do Brasil estarão, por exemplo, Índia (7,4%, na liderança das expectativas), China (6,5%), e os vizinhos Argentina (3%) e Colômbia (2,4%). Entre os outros membros do Brics, os países com desempenho mais próximo ao brasileiro devem ser a Rússia (alta de 1,1%, prejudicado pelo baixo preço do petróleo e por sanções econômicas) e África do Sul (1,2%).

A queda da economia brasileira nos últimos três meses de 2016 (0,9%) foi maior que a esperada pelos economistas (estimavam 0,5%), indicando, segundo analistas, que a recuperação da atividade deve mesmo ser “restrita” e “vagarosa” ao longo deste ano. Embora os especialistas concordem que, tecnicamente, a recessão acabou, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2017 é esquálida: o Bradesco aposta alta de apenas 0,1%, enquanto a Capital Economics vê algo entre 0,2% e 0,4% e o Ibre/FGV, de 0,3%.

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Estudo de comissão do Senado aponta para corte de embaixadas

RIO - A visão expansionista da diplomacia brasileira, tônica do governo petista, está em xeque, ainda mais depois que o presidente Michel Temer manteve o Itamaraty sob o comando tucano, nomeando o senador Aloysio Nunes Ferreira para substituir o ex-ministro José Serra. E a mudança de rota já tem um roteiro pronto para ser seguido pelo novo chanceler.

Estudo elaborado pela senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e aprovado em 8 de dezembro de 2016 pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, presidida na ocasião por Aloysio Nunes, indica que a grave crise fiscal do país abre caminho para o Itamaraty fazer uma “revisão da alocação de infraestrutura diplomática ao redor do mundo, privilegiando a localização em países do sul e norte que têm a maior chance de gerar dividendos econômicos e políticos para o Brasil”.

O levantamento, que utilizou dados inéditos da estrutura do Itamaraty no exterior, aponta que a criação de dezenas de representações diplomáticas no governo Lula gerou retorno, comercial ou político, duvidoso. Mostra ainda a dificuldade da diplomacia brasileira para aferir a eficácia desses novos postos.

Uma revisão da expansão diplomática já vinha sendo estudada pelo Itamaraty. Serra pediu um diagnóstico sobre as embaixadas abertas durante a gestão de Lula. Uma fonte do ministério disse ao GLOBO, sob condição de anonimato, que o ex-ministro Mauro Vieira também já havia se preocupado com o assunto. Procurados pela reportagem, o Itamaraty e o chanceler não se pronunciaram.

Aloysio Nunes Ferreira no comando do Itamaraty

Muitas das embaixadas criadas por Lula foram enfraquecidas por Dilma Rousseff, que deu pouca atenção à política externa. Das 44 embaixadas criadas entre 2003 e 2010, sete tinham apenas um funcionário em 2015 (Guiné, Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Dominica, Libéria e Serra Leoa). O estudo sugere que, em alguns casos, é melhor unificar postos ou mesmo fazer acordos com países parceiros na região para dividir os custos de uma representação.

Um importante membro da cúpula do Itamaraty, ligado ao novo ministro, afirmou ao GLOBO que muitas destas embaixadas foram criadas por motivos políticos — votos no Conselho de Segurança da ONU — ou por ideologia. E que, em muitos casos, a existência de um conselheiro comercial ou um adido cultural ou agrícola tem mais efeito do que o funcionamento de uma embaixada. Ele lembra, contudo, que é preciso cautela, pois não é matemática a medição do custo-benefício de uma atividade diplomática.

O estudo recomenda que se “reveja o número de embaixadas e de efetivo diplomático, de modo a maximizar o uso dos recursos do Ministério para gerar o maior retorno diplomático possível”.

— A minha expectativa é que sim (o estudo tenha aplicação prática). O senador Aloysio era presidente da Comissão de Relações Exteriores, e o Serra já tinha dado relevância grande ao trabalho — afirmou Tasso Jereissati, embora reconheça as resistências corporativas à decisão de fechar uma embaixada.

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Rubens Ricupero, que comandou a secretaria-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) entre 1995 e 2004, defende um enxugamento dos postos.

— Eu acho muito melhor reduzir o número, se for o caso, e procurar concentrar os recursos nos postos principais — avaliou o embaixador.

Para o diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense, Eurico Figueiredo, o recuo diplomático seria um erro:

— Eu acho que é uma economia imediatista que não tem visão estratégica de país. Espaço político se conquista e não se deve perder.

Ricupero, Tasso e o embaixador Roberto Abdenur, que comandou postos na China e em Washington, admitem riscos na mudança de rota, pois os países afetados podem identificar desprestígio. Ainda assim, afirmam que o Brasil não tem como se dar ao luxo, no atual quadro fiscal, de ter embaixadas ou consulados que não trazem resultados eficazes.

— A expansão da rede diplomática brasileira estava muito em linha com a política brasileira de universalizar a rede diplomática. Não é uma coisa ruim, mas foi longe demais. O fechamento é, sim, sempre doloroso e ruim, porque dá a sensação de que se está dando as costas para o país que ganhou um posto. Exige uma avaliação caso a caso — disse Abdenur.

OBJETIVOS POLÍTICOS E COMERCIAIS

A expansão da era Lula tinha objetivos políticos e comerciais, como ampliar exportações e ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

“No que se refere ao comércio exterior, nota-se que após a abertura das embaixadas houve uma melhoria marginal nos resultados agregados do comércio. Mas a dispersão é muito grande e, de modo global, o investimento nas novas embaixadas possivelmente não cobre os retornos econômicos auferidos pelo Brasil”, diz um trecho do relatório.

Sérgio Amaral, embaixador brasileiro nos Estados Unidos, afirma que o Brasil não pode virar as costas para a África, mas sim atualizar e modernizar o foco do relacionamento com o continente.

— Nas últimas duas décadas, a África cresceu mais que a América Latina. Há muitas oportunidades, e o Brasil tem uma vantagem: além de laços históricos, somos líderes em tecnologia para produtos tropicais, tanto na agricultura como na pecuária — afirmou o embaixador, um dos mais influentes no Itamaraty.

Diplomacia alternativa

O economista Henrique Laudares, que liderou a elaboração do estudo tucano, disse que faltou critério:

— A grande expansão de novas embaixadas na África subsaariana e no Caribe não foi criteriosa o suficiente para que a política pública fosse eficiente.

O ex-ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, que ocupou o cargo na gestão Dilma, argumentou numa reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado que a ampla rede diplomática foi fundamental para que brasileiros chegassem ao comando de organizações multilaterais:

— Nós não teríamos logrado a eleição do doutor José Graziano para a FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura; não teríamos logrado a eleição do embaixador Roberto Azevêdo para a OMC, se não tivéssemos tanta presença.

Na eleição de Azevêdo para a diretoria-geral da OMC, em 2013, porém, apenas 25% dos países que receberam uma nova representação diplomática votaram na candidatura brasileira. (Colaborou Henrique Gomes Batista)

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Países mais pobres acolhem maior parte dos refugiados em 2016

GENEBRA — Países de renda média ou baixa abrigam a maior parte dos 3,2 milhões de refugiados que deixaram seus países no primeiro semestre de 2016, como aponta o novo relatório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). Segundo o documento, mais da metade das pessoas deslocadas por conflitos durante o período foi vítima da guerra na Síria — a maioria deslocada para países próximos como Jordânia, Líbano e Egito. De todos os países, a Turquia foi o que acolheu o maior número de refugiados, num total de 2,8 milhões de migrantes. A Alemanha foi o único europeu na lista das dez nações mais acolhedoras do mundo. Ela fica em nono, atrás de Turquia, Líbano, Irã, Etiópia, Jordânia, Quênia e Uganda, e a frente de Chade, no Centro-Norte africano. refugiados

Ainda que o número de deslocados na primeira metade de 2016 seja menor que os 5 milhões registrados no primeiro semestre de 2015, o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, alertou que é preciso ver além das cifras para resolver a situação.

— A crise que enfrentamos hoje não é apenas de números, mas de cooperação e solidariedade. Principalmente porque a maior parte dos refugiados permanece em países vizinhos aos seus, devastados pela guerra — explica Grandi.

O relatório do Acnur compara o número de refugiados ao tamanho da população ou da economia dos países de acolhida, uma forma de mensurar a contribuição que tem sido dada por cada nação. Segundo o levantamento, o Líbano e a Jordânia abrigam o maior número de refugiados em relação ao tamanho de suas populações, enquanto a maior pressão em termos econômicos está sob o Chade e o Sudão do Sul, que não está na lista dos que mais acolhem. Levando em conta esta variante, oito dos dez países que acolhem o maior número de refugiados estão na África, enquanto os outros dois estão no Oriente Médio. Entre esses dez países, o Líbano e a Jordânia encaixam-se entre os “dez mais” de todas as categorias – números absolutos, contribuição econômica e comparação entre refugiados e população nacional.

Info - Paises Refugiados

Nem todos os refugiados cruzam fronteiras internacionais em busca de asilo. Segundo o relatório, 1,7 milhão de pessoas se deslocaram dentro de seus próprios países — número um pouco maior do que em relação aqueles que pediram abrigo a outras nações: 1,5 milhão.

O relatório do Acnur aponta ainda um aumento nos pedidos de reassentamento, dentro ou fora dos países de origem. No primeiro semestre de 2016, mais de 81,1 mil pessoas foram submetidas a programas deste tipo em 34 nações — número que ultrapassou a marca de 160 mil ao final do ano passado, o maior dos últimos 20 anos.

Além da Síria, o Sudão do Sul também chama atenção pelo crescente número de pessoas deixando o país por conta da guerra civil. A migração afeta países vizinhos, que acolhem os deslocados, como Sudão, Uganda, Quênia e Congo. Na metade de 2016, havia 854,2 mil refugiados do Sudão do Sul – um número oito vezes maior que há três anos.

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Empresários mineiros criam marca de café que só será vendida na Ásia

PEQUIM - A recente paixão declarada dos chineses pelo café levou três empresários brasileiros a uma aventura cujo modelo poucos compatriotas ousaram até agora. Pelo menos no ramo do café. Criaram a Carioca Coffee, uma marca de produtos processados, feitos sob medida para o público da China, que só serão vendidos na Ásia. Os negócios serão feitos pela trading Meeet, que eles fundaram em solo chinês. café china 2802

A estratégia é inundar o mercado da segunda maior economia do mundo com os produtos made in Brazil e oferecer o Brazilian way of life em simpáticas cafeterias que servirão de vitrine para a marca. A primeira já está em funcionamento em uma área nobre de Xangai, onde fica o escritório da empresa. Há exatamente um ano em operação, a Carioca Coffee vende quatro blends de café torrado moído e em grão — o Sunset Orange (com imagem do pôr do sol do Rio), o Amazon Green, o Samba Red e o Brazil Yellow (em referência ao futebol, com a camisa da seleção brasileira) — que já estão em 22 cidades.

O caminho até o consumidor passa pela maior rede de supermercados de produtos importados da China, lojas on-line nas grandes plataformas de comércio eletrônico e pelas redes de hotel, restaurante e outras cafeterias. Já foram mais de 20 mil quilos de café exportados até agora. A ideia é que, ainda nesse semestre, tenham início as vendas de chocolate da marca.

— É um novo conceito. É muito mais do que uma cafeteria. A cafeteria funciona para dar confiança aos clientes sobre os produtos da Carioca e oferecer o Brazilian way of life, fazendo jus ao nosso slogan Let´s Brazil! Nossa empresa tem 100% de capital brasileiro, sócios brasileiros, mas está registrada na China, com todas as licenças válidas e aprovadas pela autoridade chinesa — disse ao GLOBO o empresário Leonardo Scarpelli, um dos sócios da Carioca Coffee, que pertence ao Union Group, um fundo de investimentos que opera em projetos pelo mundo, de infraestrutura na África à construção na Europa.

LICENÇAS CARAS

A empresa abriu as portas no ano passado, mas os estudos de mercado começaram em 2014. A ideia era entender o gosto do público chinês e descobrir como os chineses viam o Brasil. Na China, o processo para a obtenção das licenças é complexo e caro, cabendo aos investidores pagar pelas pesquisas sobre os produtos que pretendem vender. Segundo Leonardo, o mercado de café no país pode ser pequeno, mas exige investimentos altos, proporcionais ao potencial de 600 milhões de consumidores de classe média.

— Não vendemos nada no Brasil. Não temos interesse em fazê-lo pela diferença de estratégia, que, no nosso caso, é totalmente voltada para o mercado chinês — conta Leonardo, mineiro de Belo Horizonte, como os outros dois sócios, Luiz Fernando de Mello e Mário de Melo Botelho.

Para Leonardo, que se apaixonou pelo país quando veio estudar mandarim, em 2009, a transformação da China num mercado agressivo de consumo é um fenômeno único na história mundial. Para ele, não basta embalar o produto e mandar para a China. É preciso pensar como os chineses.

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Análise: Com Brasil longe do radar de Trump, apenas vice fala com Temer (webremix.info)


Brasil terá maior elevação da oferta de petróleo entre países fora da Opep (webremix.info)


Espanha pode ser interlocutor dos EUA na Europa, diz Rajoy a Trump em telefonema

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, manteve na noite desta terça-feira uma conversação por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na conversa, Rajoy afirmou que a Espanha, com um governo estável e economia que cresce mais de 3%, "está em melhores condições para ser um interlocutor dos Estados Unidos na Europa, na América Latina e também no norte da África e no Oriente Médio", de acordo com comunicado do governo espanhol. [Leia mais...] (webremix.info)


Espanha pode ser interlocutor dos EUA na Europa, diz Rajoy a Trump em telefonema (webremix.info)


Huíla: Famílias camponesas beneficiam de títulos de reconhecimento de posse de terra (NewsIsFree)


Governo Temer ensaia aproximação com Cuba

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer começa a tentar um movimento de aproximação da esquerda moderada, pelo menos em relação à área internacional. O Brasil quer estreitar as relações com Cuba. A estratégia do Palácio do Planalto, de acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, é aproveitar o momento de abertura comercial do país para fechar negócios com a ilha. De quebra, o governo conseguiria angariar simpatia de críticos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que levou Temer ao poder.

Há interesses em diversas frentes. Segundo interlocutores do presidente da República, o BNDES tem interesse em financiar a compra e a instalação de equipamentos ferroviários. Esse é um setor que promete deslanchar com o fim do embargo dos EUA a Cuba.

Já a indústria quer fornecer etanol e fazer projetos de infraestrutura na ilha. No entanto, ainda há algumas dúvidas sobre o ritmo de abertura da economia cubana.

— Queremos estreitar relações com Cuba de qualquer jeito. É interessante para nós do ponto de vista econômico e político — resumiu uma pessoa próxima a Temer.

COMÉRCIO QUASE IRRISÓRIO

Atualmente, o comércio com Cuba é quase irrisório. O Brasil exportou apenas US$ 321 milhões no ano passado. Isso representa apenas 0,17% das vendas ao exterior. Os embarques para aquele país foram, principalmente, de óleo de soja e carne de frango congelada. Já as compras do Brasil foram bem menores: somente US$ 55 milhões. Isso representa 0,04% das importações.

A mudança, porém, exigiria um amplo movimento diplomático para a reaproximação. Afinal, Cuba foi um dos países mais enfáticos na rejeição do impeachment.

No primeiro discurso de Temer na Organização das Nações Unidas, nem o chefe de Estado ou diplomatas cubanos permaneceram no recinto para ouvir as palavras do presidente. O protesto silencioso foi seguido por diplomatas e ministros de outros antigos aliados da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em resposta, a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu um procedimento para investigar o financiamento da construção do Porto Mariel, em Cuba, um dos projetos mais simbólicos dos governos petistas. O empreendimento foi erguido pela Odebrecht com o financiamento de US$ 682 milhões pelo BNDES. A dúvida é se o investimento gera mercado para os empresários brasileiros. As regras do banco só permitem esse tipo de empréstimo nessas condições.

APROXIMAÇÃO COM A COLÔMBIA

Ficar próximo de Cuba não é a única diretriz do governo. A aproximação com a Colômbia, por exemplo, deve ser feita por meio da área de segurança. Na semana que vem, o Brasil discutirá com os ministros daquele país questões como segurança na fronteira e a reintegração de combatentes das Farc. O governo Temer ainda ensaia gestos de afagos aos africanos, governos que foram beneficiados por anos nas administrações petistas.

Segundo fontes do Itamaraty, existe a determinação da Presidência da República para que o Brasil amplie programas de cooperação, investimentos de comércio com as nações africanas, especialmente aquelas da África Austral.

— Á África é uma região importante e estratégica para nós. É claro que continuaremos tendo aquela região como prioridade — assegurou uma fonte.

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Confira as verdades, mentiras e exageros no discurso de posse de Donald Trump

Em um discurso de posse marcado pelo tom nacionalista e de ataque à classe política, Donald Trump cometeu deslizes similares aos que já havia apresentado durante a campanha presidencial. O novo presidente dos EUA tocou em pontos sensíveis, como o avanço do terrorismo e os investimentos nas Forças Armadas, mas foi impreciso em comentários mais acalorados.

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Trump: "Os empregos que foram embora, as fábricas que fecharam... A riqueza, confiança e força do nosso país desapareceu no horizonte".

Fatos: A economia dos EUA apresenta mais saúde do que o retrato pintado por Trump. Houve aumento na oferta de empregos por um recorde de 75 meses consecutivos. A taxa de desemprego dos EUA estava em 4,7% em dezembro, próxima a um recorde de nove anos e de um patamar considerado como "emprego completo" pelos economistas.

De julho a setembro de 2016, a economia cresceu a um ritmo de 3,5% ao ano, o mais rápido em dois anos. Em 2015, a renda média por domicílio cresceu 5,2% e chegou a U$ 56,5 mil, o maior crescimento anual em quase cinco décadas, de acordo com o Census Bureau, que integra o Departamento de Comércio dos EUA.

Trump: "Nós estamos defendendo as fronteiras de outras nações enquanto nos recusamos a defender a nossa própria fronteira".

Fatos: Desde 2001, os EUA mais do que dobraram o número de efetivos na Patrulha de Fronteiras, que contabilizam agora 20 mil agentes. A grande maioria está baseada na fronteira com o México, onde mais de 400 mil pessoas foram apreendidas em 2016 até o encerramento do ano orçamentário, em setembro.

Trump: "(Os EUA deram) Subsídios a exércitos de outros países enquanto permitiu esta muito triste depreciação das nossas Forças Armadas".

Fatos: Embora tenha passado por quedas de receitas, o aparato militar dos EUA permanece como o mais avançado e caro do mundo. O gasto militar do país é três vezes superior ao da China, segunda colocada no ranking, de acordo com o Instituto de Pesquisas pela Paz de Estocolmo.

O Pentágono reconhece a necessidade de investimentos adicionais, incluindo mais embarcações navais, a renovação da frota aérea e maiores orçamentos de treinamento das tropas.

Trump: "Nós reforçaremos velhas alianças e formaremos novas, e uniremos todos os civis ao redor do mundo contra o terrorismo islâmico radical, o qual nós erradicaremos por completo da face da Terra".

Fatos: A coalizão internacional liderada pelos EUA começou a combater terroristas islâmicos antes mesmo do 11 de setembro. No Afeganistão, por exemplo, a coalizão luta há mais de 15 anos como forma de evitar que a Al-Qaeda e outros grupos recuperem terreno.

Conseguir manter o apoio de países aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pode se mostrar um desafio diplomático para Trump, que chamou a organização de "obsoleta" e disse que os membros europeus não estão arcando com uma faixa justa dos custos.

A ameaça representada pelo extremismo religioso cresceu nos últimos anos. O Estado Islâmico despontou com alcance global, e foi ligado a ataques nos EUA, na França, na Bélgica, na Turquia e em países no norte da África.

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Brasil está em 30º em ranking de desenvolvimento inclusivo

DAVOS - O desenvolvimento de uma economia não pode ser medido apenas distribuição de renda entre sua população. Ele também precisa considerar outros aspectos como o acesso das pessoas a educação, serviços, emprego, intermediação financeira, proteção social e patrimônio. Com base nessa premissa, o Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, na Suíça, divulgou, nesta terça-feira, o novo “Relatório sobre Desenvolvimento e Crescimento Inclusivos”. O documento traz um ranking de 109 países com base nesses indicadores e também nos efeitos que problemas como a corrução trazem para a qualidade de vida dos cidadãos.

DAVOSO Brasil aparece em 30º na lista dos 79 países em desenvolvimento observados, atrás de outras economias como Argentina (11º lugar), Venezuela (26º lugar) e México (29º) . Isso porque embora tenha uma renda per capita mais elevada, a desigualdade faz o país perder posições. “Alguns países têm um ranking de Desenvolvimento maior que sua renda per capita, o que sugere que eles fizeram um bom trabalho em tornar seu processo de crescimento inclusivo. Isso inclui, por exemplo, Camboja, República Tcheca, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Vietnã. Em contraste, outros têm um índice significativamente mais baixo que sua renda per capita, indicando o contrário. Isso inclui Brasil, Irlanda, Japão, México, Nigéria, África do Sul e Estados Unidos” diz o documento.

No caso brasileiro, se o critério de avaliação fosse apenas o crescimento econômico, ele ocuparia a 9ª posição. No entanto, quando se observa apenas o critério da desigualdade, o país despenca para a 42ª colocação. Entre os emergentes, os três líderes no ranking são Lituânia, Azerbaijão e Hungria. Já os desenvolvidos têm no topo Noruega, Luxemburgo e Suíça.

De acordo com o documento, 51% dos países analisados viram seu índice de Desenvolvimento Inclusivo cair nos últimos cinco anos, o que comprova que os governantes têm dificuldades em fazer com que o crescimento econômico se transforme em progresso social.

— Existe um consenso global de que o crescimento inclusivo foi muito mais teórico do que prático. Para responder de maneira mais eficiente a problemas sociais, a política econômica precisa de reformas estruturais e também que ministros de finanças priorizem a inclusão tanto quanto a política macroeconômica tradicional — afirmou Richard Samans, um dos autores do documento.

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Líderes europeus rebatem Trump, e populistas comemoram controvérsias (webremix.info)


De cada três novos desempregados no mundo em 2017, um será brasileiro (webremix.info)


Brasil deve crescer menos que outros emergentes, prevê Deutsche Bank (webremix.info)


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Risco-país: Brasil tem segunda maior queda de emergentes em um ano

RIO - A julgar pelo risco-país, o Brasil começou 2016 como um Egito e entrou em 2017 como uma Turquia. Pode não parecer muita coisa para quem não se interessa por relações internacionais, mas essa foi uma das maiores quedas na percepção de risco por investidores registradas no último ano. Levantamento feito pelo GLOBO com base em dados de credit default swap — CDS, contrato que funciona como uma espécie de seguro e é comprado por aplicadores contra eventual calote da dívida soberana de um país — mostra que o Brasil conseguiu reduzir seu nível de risco em 46,6% nos últimos 12 meses, apesar da continuidade da recessão. Só o Cazaquistão, país dependente do petróleo, registrou diminuição mais intensa (47,4%) entre 42 países emergentes no período.

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Há um ano, o Brasil registrava 489 pontos-base em seu contrato de CDS com prazo de cinco anos (em dólares). Agora, o indicador está em 261 pontos-base. Quanto maior o número, maior o risco associado ao país. Com a melhora, o Brasil saiu da 5ª para a 10ª posição entre os maiores níveis de risco-país entre economias emergentes. Considerando-se Ucrânia e Argentina — que não tinham dados disponíveis há 12 meses porque estavam fora do mercado internacional devido à guerra, no primeiro, e ao calote, no segundo —, o Brasil cai para a 12ª posição. Mesmo assim, os investidores veem mais risco no Brasil do que em países como Chipre (230 pontos), África do Sul (206), Rússia (172) e Indonésia (154).

Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse, lembra que o último ano foi favorável para países emergentes em geral. Tanto que apenas três dos 42 países pesquisados registraram alta no seu prêmio de risco — Líbano e Tunísia, afetados pela turbulência geopolítica, e a China, que ficou praticamente estável. Segundo o especialista, uma das razões foi a reticência do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em elevar os juros no ano passado, além da continuidade dos estímulos financeiros no Japão e Europa. Outro fator foi a valorização das commodities: em 2016, o petróleo avançou 23%, e o minério de ferro, 81%.

— O movimento de recuperação no Brasil foi maior por causa do contexto doméstico. Isso tem a ver com a mudança de governo, no qual o mercado financeiro passou a ver preocupação maior com a política econômica e com uma reversão de política fiscal. Tanto que a tendência de queda do prêmio de risco começou quando surgiram as especulações sobre o impeachment — afirma.

Essa recuperação foi sentida também no câmbio e na Bolsa: a moeda brasileira e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foram as que mais se valorizaram entre seus pares no ano que passou. O cenário doméstico também blindou parcialmente o Brasil da elevação de risco em emergentes após a vitória de Donald Trump, cujas promessas econômicas expansionistas valorizaram o dólar após as eleições.

PREOCUPAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS

Segundo Fonseca, um efeito positivo da queda do risco é a redução dos juros cobrados de grandes empresas quando elas emitem títulos de dívidas no exterior. Mas ele admite que isso não se materializou em melhoras na economia real na mesma velocidade registrada pelo mercado financeiro. Fonseca aponta como um dos motivos a situação financeira das empresas, imprensadas entre a recessão e uma taxa de juros em torno de 14%. Outra razão é a reticência dos bancos em emprestar recursos. No lado político, há ainda incerteza sobre a reforma da Previdência.

— O tempo do mercado é o do segundo, mas o das decisões econômicas demora muito mais, sobretudo quando o setor público está falido, e as famílias e empresas, endividadas. — diz Silvio Campos Neto, da Tendências, acrescentando que a dívida bruta do Brasil chegará a 85% do PIB até 2020. — Para a queda do CDS chegar à economia, é preciso dar tempo ao tempo.

O economista cita dois fatores que podem voltar a elevar o prêmio de risco do país. O primeiro é uma eventual postura comercial radical de Trump. O segundo é interno:

— Desdobramentos mais graves da Lava-Jato, atingindo o presidente Michel Temer ou impedindo a reforma fiscal, são um risco que deve ser observado.

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Economia global deve acelerar em 2017, mas incertezas são grandes em todo o planeta

RIO - Incerteza, imprevisibilidade, instabilidade e insegurança. Essas são algumas das palavras mais usadas para descrever o cenário para a economia mundial em 2017. Embora o consenso entre os analistas aponte para um ano de crescimento global mais elevado, o xadrez político preocupa e pode representar uma ameaça a esse avanço. As atenções de todos estão voltadas sobretudo aos EUA, com a posse de Donald Trump. Além das fronteiras americanas o ano também será marcado por eventos importantes: na Europa, França e Alemanha podem ver o avanço da extrema-direita nas eleições; na China, ocorrerá o 19º Congresso do Partido Comunista (PCC), que ocorre a cada cinco anos e decide os próximos líderes do país.

— As relações internacionais serão mais tensas em 2017 e isso tem consequências para a economia. Temos que nos preparar para um mundo mais perigoso e instável — afirma o professor do Instituto de Economia da UFRJ Luiz Carlos Prado.

Economia 2017 As projeções para a economia mundial são de crescimento um pouco maior que em 2016, mas em ritmo ainda lento. As estimativas compiladas pela Bloomberg indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial avançará 3,2% em 2017, contra 2,9% em 2016. O Instituto para Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) prevê alta de 2,9%, já levando em conta que os estímulos fiscais prometidos por Trump impulsionem o PIB dos EUA, embora tornem menos favoráveis as expectativas para os emergentes. A agência de classificação de risco Moody’s também prevê expansão maior, mas alerta para o “crescente sentimento protecionista”.

TODOS OS OLHOS SOBRE TRUMP

Aos poucos, Trump escolhe sua equipe, mas há dúvidas. O que parece menos turvo é que seu governo reduzirá impostos e aumentará gastos, favorecendo o crescimento. Mas analistas apontam que o estímulo fiscal tende a pressionar os preços e a tensionar a atuação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

A sinalização veio antes mesmo da posse. No dia 14 de dezembro, o Fed elevou os juros em 0,25 ponto percentual. As projeções são de outras três altas nesta magnitude em 2017, um ciclo mais longo do que o previsto em setembro e que terá efeito sobre os países emergentes, com possível fuga de investidores para os EUA.

Outro foco de preocupação é a política comercial. Durante a campanha, Trump ameaçou elevar tarifas para a importação de produtos mexicanos e chineses e se mostrou contrário a acordos de comércio, que podem ser renegociados.

— O governo Trump tem efeitos que se espalham por toda a economia mundial — diz Charles Collyns, diretor e economista-chefe do IIF.

ECONOMIA GLOBAL

Otto Nogami, professor do Insper, acrescenta o efeito Trump sobre as commodities. Embora sua promessa de investir US$ 1 trilhão em infraestrutura esteja puxando para cima o preço de insumos metálicos, a retórica agressiva do presidente eleito em relação à China pode abalar as cotações — ele já ofendeu Pequim ao telefonar para a presidente de Taiwan, país com o qual os EUA não têm relações diplomáticas.

— O grande comprador de commodities no mundo é a China. À medida que começam a surgir rusgas, isso pode desacelerar o crescimento chinês e, por consequência, arrefecer a alta das commodities. Se isso acontecer, será negativo também para os países da América Latina — afirmou Nogami. — Se houver reaproximação entre Rússia e EUA, a relação bilateral com a China deixa de ser prioridade. Isso pode esvair inclusive o sonho chinês de transformar o Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em potência.

O emergente mais vulnerável aos EUA de Trump é o México, que poderá sofrer pressão sobre as contas externas e um ajuste mais intenso. Na avaliação de Marcelo Carvalho, economista-chefe do banco BNP Paribas para América Latina, o outro polo latino — Brasil, Chile, Peru, Colômbia e Argentina — é mais ligado à economia chinesa por causa das commodities:

— Nosso cenário é de uma China desacelerando, mas ainda com um crescimento robusto de 6,5%, o que dá suporte ao preço das commodities, embora longe dos tempos áureos.

Para Charles Collyns, do IIF, a China tem feito uma transição lenta para um novo modelo de crescimento — menos investimento e mais consumo — porque quer evitar volatilidade. Com isso, mantém estímulo fiscal, forte crescimento do crédito e evita a rápida depreciação da moeda:

— Eles querem manter a economia crescendo a um ritmo razoável porque há uma grande transição de liderança em outubro (no Congresso do PCC). Ainda achamos que a China vai atingir crescimento de 6,5% em 2017, mas cada ano fica mais difícil.

O fator político também é significativo nas duas principais economias da zona do euro: França e Alemanha vão escolher novos líderes. O continente enfrenta uma escalada do nacionalismo de extrema-direita, que se contrapõe à chegada em massa de refugiados vindos de países em conflito. Associado ao nacionalismo está o chamado euroceticismo, descrença no projeto Europeu e desconfiança com relação à burocracia de Bruxelas que cresce mesmo entre segmentos moderados do espectro político.

Além disso, o continente europeu enfrenta há anos um problema de ordem econômica. O endividamento na zona do euro está estagnado em patamar elevado, chegando a 90,3% em 2016. O desemprego, sobretudo entre jovens, também tem se mostrado resistentemente elevado desde o início da crise da dívida em 2009. Enquanto isso, o Banco Central Europeu (BCE) mantém um programa de estímulo que já atingiu a marca de US$ 1 trilhão, além de impor juros negativos, fatores que levam a distorções no mercado de capitais. Uma das maiores preocupações é com os bancos italianos, que sofrem com alta inadimplência e ameaçam contaminar o sistema bancário da zona do euro.

Na França, a extrema-direita já mostra força antes mesmo do início oficial da campanha presidencial: Marine Le Pen, candidata da Frente Nacional, aparece nas pesquisas com chances reais de disputar o segundo turno. Ela já se manifestou favoravelmente à saída da França da zona do euro e prometeu submeter a referendo nacional a saída da UE. Gabriela Santos, estrategista de mercado global do J.P. Morgan Asset Management, pondera, porém, que abandonar a moeda não é tão simples quanto deseja Le Pen:

— Temos que lembrar o exemplo da Grécia. Quando ela considerou sair do euro, vimos um forte impacto negativo no seu crescimento. Esse foi um exemplo muito negativo sobre o que acontece quando um país tenta sair da zona do euro. É mais fácil sair da UE do que da união monetária.

A chanceler alemã Angela Merkel vai disputar seu quarto mandato após a extrema-direita ter ganhado espaço nas eleições legislativas. Ao mesmo tempo, o Reino Unido continuará o processo para sua saída da União Europeia após a vitória do sim ao Brexit. Mas Gabriela Santos pondera que a incerteza política não se traduz necessariamente em trava econômica:

— Existe uma diferença entre incertezas políticas e desempenho econômico. Um exemplo é a Espanha, que ficou sem governo durante dez meses em 2016, mas continuou crescendo 3%. Na Europa, as análises costumam focar muito nos riscos políticos. Mas a economia vem melhorando, o consumo está reagindo e deve crescer 1,5% este ano.

RETORNO DA INFLAÇÃO

Dentro da lógica de que nem sempre incerteza se traduz em lentidão, o JP Morgan tem viés positivo com relação à economia global.

— Esperamos a continuação dessa tendência que chamamos de “reflação global”, que tem sido percebida desde a segunda metade de 2016 e significa um maior crescimento real da economia e o retorno da inflação global. Esse contexto cria as condições para o crescimento de lucratividade das empresas. Nos últimos anos, a expansão desses lucros veio por meio de corte de custos. Agora passará a vir também do crescimento das receitas — explicou Gabriela, acrescentando que ainda é difícil estimar o impacto de Trump na economia global.

O retorno da inflação global vem em boa hora, indicando maior demanda por parte dos consumidores, segundo a analista. A inflação global foi de apenas 2,8% em 2015, abaixo da dos cinco anos anteriores (em 2011, chegou a 5,1%). Gabriela explica que isso aconteceu por causa de “uma queda dramática do petróleo”.

Para a analista do JP Morgan, o acordo recentemente firmado entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec) será importante para a sustentação da commodity. Ela prevê que o barril de petróleo do tipo WTI pode chegar a US$ 65 (hoje está em US$ 51). Esse limite se deve à tendência de os EUA aumentarem a produção quando o petróleo chega nesse patamar, aumentando a oferta. Gabriela minimiza a influência que Trump possa ter na expansão da produção, apesar da retórica pró combustíveis fósseis.

— As companhias americanas só vão aumentar a produção quando fizer sentido econômico para elas, independentemente do que o governo americano fizer — acrescentou.

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'Financial Times' diz que Odebrecht é máquina de suborno brasileira (webremix.info)