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Brasil ficará para trás na conexão por celular

RIO - O brasileiro adora acessar as redes sociais, mas usar a internet do celular para assistir a vídeos, ouvir música e navegar livremente vai exigir não só disposição, como paciência nos próximos anos. Afetado pela crise econômica, o Brasil vai chegar em 2021 entre as últimas posições na corrida pela maior conectividade móvel. A constatação faz parte de uma pesquisa da Cisco, que revela que, em cinco anos, o usuário brasileiro vai consumir 4.201 megabytes (MB) por mês, número que o coloca à frente apenas de África do Sul e Índia em uma lista de 23 países. Celular_1504

Para se ter uma ideia do abismo digital, a Coreia do Sul, a primeira do ranking, vai chegar em 2021 com consumo médio mensal por usuário de 23.892 MB. No levantamento, o Brasil fica atrás da vizinha Argentina, onde o consumo por pessoa será de 5.721 MB. Segundo especialistas, a crise no Brasil afetou a capacidade de investimento das empresas de telecomunicações e o poder de compra das famílias brasileiras. A qualidade, muito questionada pelos usuários, também aparece na lista como um dos fatores que travam o crescimento.

ALTO GRAU DE EXCLUSÃO DIGITAL

Info - consumo de dados mapaAssim, o país vai avançar menos nos próximos anos em comparação a outras nações. O Brasil, onde o consumo por pessoa hoje é de 878 MB mensal, terá alta de 37%, em média, a cada ano. No México, por exemplo, o avanço chegará a 43%, passando dos atuais 740 MB para 4.507 MB. O mesmo vai ocorrer em diversas nações da Europa, como França, Espanha e Reino Unido.

— Muitos desses países estão em um movimento diferente do Brasil, com a digitalização da economia e a própria internet das coisas, que permite a conexão de carros e outros produtos à internet. O Brasil, por outro lado, tem um grau de exclusão alto. A crise afeta as empresas e a capacidade de pagamento das pessoas, que buscam planos mais baratos — diz Giuseppe Marrara, diretor de Relações Governamentais da Cisco Brasil.

Dessa forma, novas tecnologias vão atrasar. A adoção da rede 4,5G, que permite velocidade maior que a 4G, prevista para 2018, deve ficar para 2020, prevê a Huawei.

— A crise adia muitos investimentos. Há uma relação entre a economia e a tecnologia. Na Europa, por exemplo, uma pessoa faz download, em média, de nove aplicativos por ano. No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, essa média é de dois aplicativos — destaca Kleber Faccipieri, gerente de Marketing da Huawei.

A atriz Sill Esteves conhece bem a velocidade lenta da internet no celular. Ela já ficou na mão várias vezes:

— Pela minha profissão, sempre preciso baixar vídeos para pesquisar algum personagem, ou para compartilhar nas redes sociais algum vídeo que tenha feito, mas geralmente só consigo fazer isso quando chego em algum lugar que tenha Wi-Fi.

MAIOR PARTE DE PRÉ-PAGOS

Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, diz que o Brasil está mal na qualidade. Ele lembra que o Brasil tem menos espectro alocado para a telefonia móvel do que recomenda a União Internacional de Telecomunicações (UIT):

— Se juntar tudo que as empresas de telefonia móvel já compraram nos leilões, chega-se a 844 megahertz. A UIT diz que o ideal é de 1.800 a 2.000 megahertz. Temos ainda um longo percurso no Brasil. Com a internet das coisas, será preciso mais rede. Apesar de termos 4G, a maior parte dos usuários é 3G e 2G. Quem mais avança no mundo hoje é a China, onde quase todos os celulares já são 4G.

Mas a rede não é o único fator que explica o baixo volume de conexão móvel no Brasil. Atualmente, diz a Anatel, órgão que regula o setor , 67% dos 243 milhões de linhas são de pré-pagos. E, lembra Steinhauser, a maior parte desse contingente não usa internet o mês inteiro.

— Ter um smartphone não significa acessar a internet, pois é preciso uma linha. Os usuários pré-pagos compram pacotes avulsos, não têm internet o mês inteiro.

Para os especialistas, não faltam desafios conjunturais. O maior deles, citam, são as incertezas em relação à Oi, dona da maior rede de infraestrutura do país e que passa por um processo de recuperação judicial com dívidas de R$ 65 bilhões. Além disso, uma instabilidade operacional afetaria todas as outras teles do país.

— Tem a crise da economia, da Oi. Enquanto isso, o resto do mundo cresce e avança — disse um consultor que não quis se identificar.

Na opinião de Eduardo Conejo, gerente de Inovação da Samsung América Latina, a indústria precisa criar novas tecnologias de forma a impulsionar a demanda por conexão e criar novas formas de acesso à internet. A empresa, em parceria com a Sigfox, vem investindo em soluções dentro de universidades para desenvolver tecnologias:

— Temos de buscar soluções mais baratas. Isso é importante, principalmente quando se fala em cidades inteligentes.

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Coachella se destaca por line-up e promete intensos discursos anti-Trump

INDIO — Deste sábado a domingo (e no mesmo período da próxima semana), o Empire Polo Club, fazenda de polo na cidade de Indio e cravada no deserto da Califórnia, receberá alguns dos principais nomes da indústria musical e um público estimado de 100 mil pessoas para a 18ª edição do Coachella Valley Music and Arts Festival — os ingressos, cujos preços variaram de US$ 399 a US$ 899, esgotaram em menos de um dia, antes mesmo de qualquer artista ser anunciado.

Consolidado como o mais badalado festival de música dos Estados Unidos, o evento traz, neste ano, uma escalação que supera a da edição anterior já nos headliners: Radiohead, Lady Gaga (em substituição a Beyoncé, que cancelou sua participação depois de descobrir a gravidez de gêmeos) e Kendrick Lamar são nomes musicalmente muito mais relevantes no momento do que eram LCD Soundsystem, Calvin Harris e Guns N’ Roses (mesmo com a apelo da reunião de Axl Rose, Slash e Duff McKagan) à época do festival passado. A revista “Esquire”, por exemplo, cravou que este é “o melhor line-up de festival em anos”.

Com o trio atual, o festival abraça o que há de melhor na produção de rock, pop e rap em 2017, todos com trabalhos recém-lançados — no caso de Kendrick, mais ainda, visto que seu novo álbum estava prometido para sair hoje mesmo.

O cantor e compositor Father John Misty e a banda Future Islands, dois nomes de destaque no cartaz do Coachella, também chegam com “Pure comedy” e “The far field”, álbuns que saíram na semana passada. A neozelandesa Lorde, por sua vez, fará seu primeiro show em três anos e deve estrear no festival algumas das faixas de “Melodrama”, seu segundo e aguardado disco, que só será lançado em junho. Estarão no deserto de Indio ainda outros artistas que acabaram de lançar trabalhos aclamados pela crítica, como Bon Iver, The xx, Future, D.R.A.M., Thundercat, Skepta, Sampha, King Gizzard & the Lizard Wizard, Whitney, Stormzy, Nicolas Jaar, Warpaint, Car Seat Headrest, Blossoms e Real Estate.

Entre as cerca de 200 atrações do evento (o line-up se repete nos dois fins de semana), há espaço ainda para nomes da moda do rap (Gucci Mane, ScHoolboy Q, DJ Khaled, Travis Scotte os já citados Kendrick Lamar e Future), da música eletrônica (Martin Garrix, Dillon Francis, Steve Angello, DJ Snake, Porter Robinson & Madeon), grupos rodados (New Order, Justice, Toots and the Maytals) e uma lista extensa de artistas de que você ainda vai ouvir falar, cedo ou tarde. Isso sem falar na aguardada performance do compositor Hans Zimmer, uma lenda das trilhas sonoras, que está, desde o ano passado, fazendo sua primeira turnê ao vivo. Acompanhado por uma orquestra, ele reproduz músicas de “O rei leão” (que lhe renderam um Oscar), “Piratas do Caribe”, “O cavaleiro das trevas”, “Interestelar”, entre outros.

INVASÃO DE NOVO GÊNERO

O festival também promove uma “invasão” do grime nos Estados Unidos. O gênero, que é uma variação mais rápida e feroz do hip-hop criada na Inglaterra no início da década de 2000, vem deixando os guetos para alcançar outros públicos. É o caso de Skepta, seu principal representante, que superou David Bowie e Radiohead ao vencer a última edição do Mercury Prize com o álbum “Konnichiwa”. Incluído no line-up às vésperas do festival, ele estreará no Coachella sua primeira turnê americana — inicialmente marcada para 2016, precisou ser adiada após o rapper ter seu visto negado pelo consulado americano. E Skepta irá bem acompanhado: Stormzy também está escalado e levará seu disco de estreia, “Gang signs & prayer”, que, em fevereiro, tornou-se o primeiro álbum de grime a liderar as paradas britânicas.

Para além da música, o Coachella 2017 promete trazer uma carga política mais intensa do que em anos anteriores. Afinal, será a primeira edição (e o primeiro grande festival de música) desde que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos e, como se sabe, ele não foi exatamente abraçado pela classe musical. Além disso, o festival está envolvido, desde janeiro, em uma polêmica particular: Philip Anschutz, dono do AEG — empresa de entretenimento americana responsável por equipes esportivas, estádios, casas de shows e, claro, pelo Coachella —, foi acusado de doar parte de seu faturamento para grupos anti-LGBT, como Alliance Defending Freedom, National Christian Foundation e Family Research Council, que lutam para cassar os direitos conquistados pela comunicade LGBT por meio de ações judiciais e lobby. Anschutz tentou adotar a postura trumpística de chamar as notícias de “fake news” e disse que “quando chegou ao meu conhecimento que certas organizações financiavam causas anti-LGBT, nós imediatamente cessamos as contribuições aos grupos”, mas o mal-estar já estava causado.

Nos próximos dias, O GLOBO vai acompanhar tudo o que for possível na edição 2017 do Coachella, em Indio.

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Parceria para o futuro

No dia 7 de abril, participarei, ao lado do Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, da reunião ministerial dos membros fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e dos países que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México). É mais um passo que daremos no resgate dos propósitos originais do Mercosul com vistas a tornar o bloco uma plataforma para a inserção competitiva de nossos países na economia internacional.

Um dos caminhos para alcançar esse objetivo é o estabelecimento de acordos comerciais com outros países ou blocos. O Mercosul e a Aliança do Pacífico representam juntos 80% da população da América Latina e Caribe, respondendo por mais de 90% do PIB e dos fluxos de investimento direto estrangeiro na região. Estamos falando de um mercado de quase 470 milhões de pessoas.

A convergência entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico pode significar o nascimento de um novo polo dinâmico da economia mundial. Queremos aproveitar a rede de acordos que já nos unem para dar um salto de qualidade. Possuímos hoje acordos de livre comércio com todos os países sul-americanos da Aliança do Pacífico. Com o Chile, já alcançamos liberalização total do comércio e, com Peru e Colômbia, estamos muito perto disso. Em 2019, graças aos acordos existentes, será concluída uma virtual área de livre comércio na América do Sul.

O Brasil procura, atualmente, completar essa rede de acordos, ampliando seu acordo comercial com o México, a segunda principal economia da América Latina. Com todos os países da Aliança, concluímos acordos de facilitação de investimentos e assinamos ou estamos negociando acordos sobre serviços e compras governamentais.

Em 2016, as exportações do Mercosul para a Aliança do Pacífico alcançaram US$ 17,6 bilhões, valor superior às exportações registradas entre os países da própria Aliança (US$ 14,6 bilhões). O Brasil figura como o principal parceiro comercial na América Latina de Chile, Peru e México e o segundo da Colômbia na região.

A agenda de cooperação entre os dois blocos ambiciona ir além dos acordos comerciais em vigor, buscando simplificar os trâmites de comércio exterior e incentivar parcerias empresariais, com atenção especial às pequenas e médias empresas. Queremos aproveitar também as complementaridades entre as economias e fomentar as cadeias produtivas regionais.

Os vínculos entre Mercosul e Aliança do Pacífico se veem hoje fortalecidos por uma coincidência de visões entre os nossos governos, que compreendem que têm muito a ganhar com a convergência entre os dois blocos.

A situação econômica brasileira e a conjuntura externa oferecem oportunidade que não deve ser desperdiçada para que o Brasil fortaleça a integração com seus vizinhos em busca de um novo ciclo de desenvolvimento nacional. Tenho certeza de que a reunião de Buenos Aires ajudará a impulsionar a integração entre esses dois blocos irmãos, abrindo um novo e auspicioso capítulo na integração latino-americana.

Aloysio Nunes é ministro das Relações Exteriores

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Maduro pede ajuda à ONU para regularizar suprimento de remédios (webremix.info)


Carne Fraca: confira quais são as seis empresas investigadas que exportam

BRASÍLIA - O Ministério da Agricultura divulgou nesta segunda-feira a lista de empresas investigadas na Operação Carne Fraca da Polícia Federal e quais os países para que elas exportam. Das 21 empresas envolvidas no esquema de corrupção, seis vendem produtos para fora do país. Elas exportam para mercados importantes como União Europeia, Arabia Saudita, Chile, China, Emirados Arabes, Iraque, Argentina, Suiça e Hong Kong.

Além dos frigoríficos, uma das empresas exporta mel para os Estados Unidos. Veja abaixo a lista de empresas e mercados consumidores:

Frango DM Indústria e Comércio de Alimentos (Arapongas, no Paraná)

. pé de frango para Hong Kong

Seara Alimentos Ltda (Lapa, Paraná)

. Carne Congelada de Frango para União Europeia, Arabia Saudita, Aruba, Ilhas Canárias, Catar, Chile, China, Emirados Arabes Unidos, Iraque, Japão, Kuawit, Macedonia, Suiça e Venezuela.

. Carne Mecanicamente Separarada para Africa do Sul.

. Miudos Congelados de Frango para Albania, União Europeia, Angola, Hong Kong, Portugal.

. Carne salgada congelada de frango para União Europeia

. Carne Temperada Congelada de Frango para União Europeia

BRF S/A (Mineiros, Goiás)

. Carne Congelada de Peru para Africa do Sul, União Europeia, Benin, Cuba, Gabão, Gana, Hong Kong, México, Russia, Suiça.

. Carne congelada de Frango para Antigua e Barbuda, Bahamas, Hong Kong.

. Carne Temperada de Peru para a União Europeia

. Miudos Congelados de Peru para Hong Kong

. Miudos congelados de frango para Hong Kong

JJZ Alimentos (Goianira, Goiás)

. Miudos Congelados de Bovino para Egito e Hong Kong

. Carne Congelada de Bovino Sem Osso para Filipinas, Holanda, Hong Kong, Irâ e Russia.

. Carne Resfriada de Bovino Sem Osso para Holanda e Suiça

. Despojos de Abate Congelados de Bovino para Hong Kong

. Miúdos Cozidos Congelados de Bovino para Hong Kong

Breyer & Cia LTDA (União da Vitória, Paraná)

. Propolis para União Europeia

. Mel para Estados Unidos

Frigorífico Larissa (Iporã, Paraná)

. Carne Congelada de Suino sem osso para a Argentina

. Envoltorio Natural de Suinos Cozido Congelado para Hong Kong

. Miudos Congelados de Suíno para Hong Kong

. Miudos Cozidos Congelados de Suinos para Hong Kong

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Aloysio Nunes assume Itamaraty com críticas à ‘escalada autoritária’ na Venezuela

BRASÍLIA — Em cerimônia no Palácio do Itamaraty na noite desta terça-feira, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores criticando o que chamou de "escalada autoritária" na Venezuela. Ele afirmou ainda que o governo brasileiro está preocupado com a crise humanitária no país vizinho. Ministros - 07.03

Confira os desafios de Aloysio Nunes no Itamaraty

— Não posso deixar de lembrar a preocupação, cada vez mais presente, com a escalada autoritária do governo venezuelano, que nos últimos anos esteve presente entre os grandes temas em debate. A nossa posição frente à Venezuela é emblemática do papel que queremos desempenhar na América Latina e no mundo. Nossa solidariedade irrestrita com aqueles que lutam pela liberdade nesse país irmão é a reafirmação do princípio constitucional da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais do Brasil democrático — disse no discurso na solenidade de transmissão de cargo.

Depois de falar da importância do Mercosul e anunciar que amanhã embarca para Buenos Aires para encontro com ministro desses países, voltou a falar da Venezuela.

— A situação na Venezuela continua a nos preocupar. Queremos uma Venezuela próspera e democrática, sem presos políticos e com respeito à independência dos poderes, um país irmão capaz de reencontrar o caminho do progresso para o bem de sua gente.

O novo chanceler elencou como uma das prioridades de sua gestão um novo patamar de relacionamento com a África. O novo ministro afirmou também que está na ordem do dia o acordo com o Mercosul e a União Europeia, fato que poderá proporcionar um salto nas relações do Brasil com a Europa.

No discurso de despedida, o ex-chanceler José Serra aproveitou para fazer balanço de sua gestão. Ele destacou como ponto importante de seu período como chanceler a reorientação da política externa em um contexto de grande instabilidade. O ex-ministro agradeceu ao presidente Michel Temer pela oportunidade de ocupar o cargo, que ele chamou de "uma das mais singulares e fascinantes" experiências de sua vida.

TEMER ANULA DEVOLUÇÃO DA CAMEX

Antes de tomar posse, Aloysio travou e venceu uma queda de braço com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, pela manutenção, em sua pasta, da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

O órgão tinha sido tirado do MIDIC em negociação do presidente Michel Temer para que o ex-ministro José Serra (PSDB-SP) assumisse o Itamaraty. Com a saída de Serra, Temer cedeu a pressão de Marcos Pereira e setores da Indústria, e assinou na segunda-feira um decreto devolvendo a Camex ao órgão. Ao saber da mudança sem ser consultado, Aloysio reagiu com irritação e se negou a tomar posse com o esvaziamento da pasta.

Na tarde desta terça, antes da cerimônia de posse, Temer publicou outro decreto anulando o anterior e mantendo o órgão no Itamaraty. Empossado, o ministro Aloysio Nunes admitiu ter pedido a Temer mais tempo para fazer uma transição, se mantiver a decisão de atender á pressão do ministro Marcos Pereira.

— Eu pedi ao presidente Temer e ao ministro Marcos Pereira mais tempo para que façamos uma transição gradual, com tranquilidade. A decisão está nas mãos do presidente Temer. O importante é que essa seja uma transição tranquila. Os técnicos do Ministério do Desenvolvimento e do Itamaraty trabalham numa sintonia muito boa. A localização topográfica da Camex é o de menos. O importante é o trabalho que vai ser executado pelo órgão — disse Aloysio.

Senadores tucanos explicaram que, na conversa com Temer, Aloysio explicou que estão em andamento várias ações da Camex junto ao Ministério das Relações Exteriores, justamente para ajudar na aceleração de retomada de investimentos estrangeiros no País.

O novo decreto, publicado na tarde desta em edição extra do Diário Oficial da União, diz que "os dispositivos revogados ou que tiveram a redação alterada pelo Decreto 8.997, de 2017, ficam, respectivamente, revigorados ou com a sua redação anterior restabelecida".

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Todo carro 0km terá chip inteligente já em 2018 no Brasil, prometem montadoras

BARCELONA - Entre celulares de última geração e robôs com inteligência artificial, foram os carros do futuro que roubaram a cena no Mobile World Congress, maior evento de telefonia do mundo que aconteceu semana passada em Barcelona. Automóveis com processadores de celular embarcados, veículos operados remotamente e orientados com movimentos programados previamente por meio de um relógio de pulso foram algumas das novidades apresentadas pelas montadoras em parceria com empresas de tecnologia, operadoras e aplicativos de mapas.

E essas novidades tendem a chegar rapidamente ao Brasil. Isso porque, a partir do ano que vem, todos os carros sairão das fábricas já com chips embutidos, permitindo maior interação com celular e tablets, por meio de recursos como localização, monitoramento de combustível e calendário de revisões. A previsão foi feita pela Qualcomm, maior fabricante de processadores do mundo. No evento, a empresa americana fechou parceria global com a alemã Volskwagen. A companhia já tem negócios em andamento com Audi e Peugeot.

Carro vira dispositivo inteligente.— A partir de 2018, todos os carros no Brasil já serão inteligentes, pois já sairão de fábrica assim. Nos próximos anos, vamos ver uma diversidade de carros, como os coletivos, os de transporte, os privados, todos conectados — disse Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina.

Segundo as empresas, a primeira fase será a dos carros inteligentes. Em seguida, virão os veículos autônomos, que não contam com motoristas. Para essa segunda onda, a implantação do 5G será essencial, pois vai permitir a criação de uma rede de alta velocidade de conexão móvel sem interferências (a chamada latência) ou queda de sinal. No evento, Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, uma fabricante americana de carros inteligentes, brincou que “andar em carros será como andar de elevador”, sem motorista e automatizado. O vice-presidente da Ford, Ken Washington, resumiu bem o que está acontecendo no setor, durante uma coletiva de imprensa no estande da montadora na feira:

— As tecnologias estão passando por uma união. Entre cinco e dez anos, teremos novos serviços. Barcelona é um exemplo de cidade que abraça a tecnologia avançada, assim como São Francisco — disse ele.

Veículo estaciona sozinho

A BMW, por exemplo, demonstrou, em parceria com a Intel, o uso de carros sem motoristas que são comandados por meio dos movimentos de um relógio ou pulseira inteligentes. Para isso, criou uma espécie de estacionamento, onde os veículos mudavam de vagas. O objetivo da montadora é transformar o carro em um “dispositivo inteligente”, destacou Dieter May, vice-presidente de serviços digitais da BMW Group. Segundo a Qualcomm, já estão sendo realizados alguns testes em shopping centers da Alemanha, onde os clientes deixarão seus carros e eles vão estacionar sozinhos.

— O carro sem motorista vai começar em ambientes controlados. Assim, o cliente chega no shopping, deixa o carro no estacionamento, que sozinho procura uma vaga. Depois, é só enviar um aviso que o carro te pega — destacou Steinhauser, acrescentando que é preciso ainda legislação para que isso ocorra em vias públicas.

Já a Honda se juntou com a Cisco para oferecer novos serviços a mais de duas dezenas de países. Com a nova plataforma, a companhia consegue oferecer ao motorista informações sobre as condições do veículo e a agenda de manutenção. Conta ainda com sistema de notificação que avisa sobre vagas disponíveis em estacionamentos.

— Os fabricantes de automóveis mais inovadores de hoje estão usando a internet das coisas para fornecer novos serviços que melhorem a experiência de condução para seus clientes — destacou Kalle Ward, diretor para Computação na Nuvem e Internet das Coisas da Cisco para a Europa, Oriente Médio e África.

Cada empresa de tecnologia aposta em nichos específicos da indústria. A Nokia, por exemplo, uniu forças com a Hertz, de aluguel de carros, e a SAP, de tecnologia, para criar novos serviços para o segmento de locação. Segundo as empresas, estão sendo desenvolvidos serviços como integração ao celular, internet sem fio a bordo, informações sobre os destinos e até seleção de aromas. Tudo dentro do carro.

A Ericsson, a espanhola Telefónica, dona da Vivo, o Instituto Real Sueco de Tecnologia (KTH) e a Applus Idiada (de design e engenharia de carros) demonstraram também o uso de um carro dirigido remotamente através de uma rede 5G. O piloto estava no estande da operadora em Barcelona; e o carro, em uma pista de teste, em Tarragona, cidade espanhola a mais de cem quilômetros de distância.

— O 5G representa o próximo nível de experiência e oferece a possibilidade de fornecer serviços de forma mais rápida, flexível e personalizada para aplicações específicas — disse Enrique Blanco, diretor de tecnologia da Telefónica.

A Qualcomm está desenvolvendo chips específicos para os carros. Além disso, também vem criando soluções com câmeras na parte frontal do veículo. Nakul Duggal, vice-presidente da unidade de negócios automotivos, cita a parceria com a empresa de mapas Tom Tom, rival da Google Maps. As imagens captadas pelos carros são transferidas para o aplicativo, que ajusta o sistema de navegação para os usuários.

— O objetivo é prover informação, entretenimento, conectividade e segurança. Há muitas coisas para serem desenvolvidas. O importante é encontrar soluções através de parcerias. Com as câmeras, você consegue detectar pessoas e carros. Com o radar, que vem integrado, é possível calcular a distância com outro veículo e dos prédios. Na rede 5G, todos os carros e prédios conversam entre si. Estamos trabalhando também com o Google em um Android específico para os automóveis — diz Duggal.

Setor cria associação para carro conectado

A expectativa em torno do 5G é tão grande que até foi criada a Associação Automotiva 5G (5GAA), que reúne montadoras, fabricantes de equipamentos e teles. Com o novo padrão de tecnologia, prédios e carros — e qualquer outro dispositivo, como postes de energia — vão conservar entre si, com troca de informações diversas, como clima, sinalização e tráfego.

— O objetivo é criar padrões da tecnologia para a indústria e acelerar as soluções de forma a integrá-los às cidades inteligentes — afirmou Pere Mogas, supervisor da Ficosa, uma empresa espanhola de tecnologia.

Mas não são apenas os veículos de passeio que contarão com chips e serviços na nuvem. Lanchas, iates, motos, carros de Fórmula 1 e caminhões também fazem parte da corrida das empresas de tecnologia e telefonia.

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Herdeiros de Mauá

Houve um brasileiro que impediu a invasão da Amazônia por americanos na segunda metade do século XIX. O fato está contado com emoção e detalhes no livro do francês Jean Soublin, “História da Amazônia", tradução de Lais Andrade, Biblioteca do Exército, 2003, Rio.

Quando o embaixador Jerônimo Moscardo soube do nosso livro, “Mauá muito além da família", nos passou a notícia com entusiasmo:

— Não fosse a Companhia de Navegação a Vapor do Rio Amazonas, aquele almirante ianque chegaria lá com milhares de negros do sul dos Estados Unidos. Seu projeto era criar um novo país integrando o sul da América do Norte com o Golfo do México, as ilhas do Caribe, incluindo a Amazônia. Ele não contava com a existência dos navios de Mauá dominando a navegação do maior rio do mundo. Alguns destes navios foram construídos nos seus estaleiros da Ponta da Areia, em Niterói, onde até hoje ali resiste uma importante indústria naval implantada por Mauá naquele tempo.

Navegação e ferrovia eram as principais metas de realização escolhidas pelo banqueiro Mauá, hábil e competente precursor do empreendedorismo brasileiro e com ampla atuação nacional e internacional.

Coisas que pouca gente sabe, Mauá construiu a primeira ferrovia do Japão, em Yokohama, em 1868. O imperador japonês de então o condecorou com a comenda da Ordem do Sol Nascente, numa grande cerimônia de gala. Estradas de ferro, mundo afora, na Tailândia, na Bélgica, na Espanha, na França e em Portugal. Estrada de Ferro Lisboa, a primeira via férrea do país. Na Rússia, ele construiu a Estrada de Ferro Ikolay.

O Canal de Suez (1868) também leva a assinatura dele. Mauá era o acionista majoritário da empresa de engenharia que operou a grande obra. Dois anos depois, o imperador D. Pedro II foi ao Egito para ver, conferir e prestigiar o feito de seu ilustre súdito.

O Banco Mauá teve “agências" em mais de 20 cidades do Brasil e em Montevidéu, Buenos Aires, Nova York e Londres. Entre 1840 e 1880, os negócios de Mauá aconteceram nos cinco continentes. Um belo Mapa Múndi Mauá está sendo desenhado com a devida riqueza de detalhes. É o presente do colega Sérgio Fiori, professor de Geografia, que vamos oferecer a todos os que amam o Brasil, como Mauá amou. O amor ao país nunca vai sair de moda. É a sementinha que deixamos plantada no coração dos nossos alunos.

A quantidade espantosa dos seus feitos sempre teve a parceria de sua mulher, que o acompanhava aqui e nas longas viagens pelo mundo. Tiveram 18 filhos, dos quais 12 sobreviveram e, destes, dez se casaram e fizeram os netos do casal. Existe uma árvore genealógica, publicada nos anos 1960, que vai até a quarta geração. Somos orgulhosos desta ancestralidade, mas a herança de Mauá não é privilégio de família. Pertence a todos nós, brasileiros.

Lilian Paes de Carvalho Ramos é professora universitária aposentada e tetraneta de Mauá

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Quando o remédio é pior do que a doença (webremix.info)


Colômbia encerra contrato de concessão da Rota do Sol com Odebrecht

A Colômbia ordenou, nesta quinta-feira, o encerramento de maneira imediata de um contrato para a construção de uma via, firmado com uma concessionária, da qual a Odebrecht faz parte, em meio ao escândalo de corrupção protagonizado pela empresa brasileira.

A Superintendência de Indústria e Comércio ordenou à Agência Nacional de Infraestrutura (ANI) que dê por encerrado de maneira imediata o Contrato de Concessão da Rota do Sol - Trecho 2", uma via de mais de 500 km que une o centro do país ao Caribe, conforme comunicado.

“Impõe-se a obrigação para a ANI como contratante de decretar o encerramento do contrato por ter sido firmado em violação de uma proibição legal que consistiria na vulneração das normas constitucionais e legais que regem a proteção da livre-concorrência econômica", explicou o texto.

Isso, porque segundo a Superintendência, "existem múltiplas evidências" sobre a forma como o ex-vice-ministro dos Transportes Gabriel García "teria direcionado o processo licitatório com o fim de favorecer a proposta" da Odebrecht para a construção desse trecho da Rota do Sol "em detrimento das outras propostas apresentadas".

"O funcionário Gabriel Ignacio García Morales teria executado tais irregularidades em troca de um suborno pago pela Odebrecht, por um montante de US$ 6,5 milhões", detalhou o comunicado.

García foi vice-ministro dos Transportes no governo de Álvaro Uribe (2002-2010), quando o contrato foi assinado.

Por ordem da Superintendência, a ANI também deverá "estruturar e antecipar uma nova licitação pública que garanta a livre-concorrência econômica" e "a assinatura de um novo contrato de concessão que, pelo menos, assegure a execução [dessa obra] em sua integridade".

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Escrita por jovens, biografia de Clementina de Jesus apresenta detalhes raros (webremix.info)


Governo Temer ensaia aproximação com Cuba

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer começa a tentar um movimento de aproximação da esquerda moderada, pelo menos em relação à área internacional. O Brasil quer estreitar as relações com Cuba. A estratégia do Palácio do Planalto, de acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, é aproveitar o momento de abertura comercial do país para fechar negócios com a ilha. De quebra, o governo conseguiria angariar simpatia de críticos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que levou Temer ao poder.

Há interesses em diversas frentes. Segundo interlocutores do presidente da República, o BNDES tem interesse em financiar a compra e a instalação de equipamentos ferroviários. Esse é um setor que promete deslanchar com o fim do embargo dos EUA a Cuba.

Já a indústria quer fornecer etanol e fazer projetos de infraestrutura na ilha. No entanto, ainda há algumas dúvidas sobre o ritmo de abertura da economia cubana.

— Queremos estreitar relações com Cuba de qualquer jeito. É interessante para nós do ponto de vista econômico e político — resumiu uma pessoa próxima a Temer.

COMÉRCIO QUASE IRRISÓRIO

Atualmente, o comércio com Cuba é quase irrisório. O Brasil exportou apenas US$ 321 milhões no ano passado. Isso representa apenas 0,17% das vendas ao exterior. Os embarques para aquele país foram, principalmente, de óleo de soja e carne de frango congelada. Já as compras do Brasil foram bem menores: somente US$ 55 milhões. Isso representa 0,04% das importações.

A mudança, porém, exigiria um amplo movimento diplomático para a reaproximação. Afinal, Cuba foi um dos países mais enfáticos na rejeição do impeachment.

No primeiro discurso de Temer na Organização das Nações Unidas, nem o chefe de Estado ou diplomatas cubanos permaneceram no recinto para ouvir as palavras do presidente. O protesto silencioso foi seguido por diplomatas e ministros de outros antigos aliados da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em resposta, a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu um procedimento para investigar o financiamento da construção do Porto Mariel, em Cuba, um dos projetos mais simbólicos dos governos petistas. O empreendimento foi erguido pela Odebrecht com o financiamento de US$ 682 milhões pelo BNDES. A dúvida é se o investimento gera mercado para os empresários brasileiros. As regras do banco só permitem esse tipo de empréstimo nessas condições.

APROXIMAÇÃO COM A COLÔMBIA

Ficar próximo de Cuba não é a única diretriz do governo. A aproximação com a Colômbia, por exemplo, deve ser feita por meio da área de segurança. Na semana que vem, o Brasil discutirá com os ministros daquele país questões como segurança na fronteira e a reintegração de combatentes das Farc. O governo Temer ainda ensaia gestos de afagos aos africanos, governos que foram beneficiados por anos nas administrações petistas.

Segundo fontes do Itamaraty, existe a determinação da Presidência da República para que o Brasil amplie programas de cooperação, investimentos de comércio com as nações africanas, especialmente aquelas da África Austral.

— Á África é uma região importante e estratégica para nós. É claro que continuaremos tendo aquela região como prioridade — assegurou uma fonte.

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Exercício de futurologia: como serão os hotéis em 2060?

Animação mostra o hotel do futuro

RIO - No futuro, hóspedes serão recebidos por mordomos-robôs em hotéis que poderão estar no fundo do mar ou em Marte. Também não precisarão viajar e poderão escolher que tipos de sonho terão em seus quartos totalmente personalizados. O que parece peça de ficção científica é o resultado do novo relatório "Hotels of the future", realizado pelo site Hoteis.com em parceria com o futurólogo James Canton e que imagina as inovações da hotelaria até 2060.

BV Futuro

Canton, que é especialista em tendências tecnológicas e de consumo, aposta que os hábitos de viagem acompanharão os avanços científicos, cada vez mais rápidos. E que a indústria, inclusive, se antecipará aos desejos dos hóspedes.

"O surgimento de uma nova ciência de design de viagem, que é uma combinação do uso de big data, inteligência artificial e previsão das aspirações dos viajantes, significará que a experiência de viagem inteira mudará. A própria reserva da viagem será auxiliada por agentes de software de inteligência artificial, usando mineração de dados e processamento intuitivo. A nova ciência de design de viagem ajudará a criar experiências de estadia altamente personalizadas", imagina Canton, que dirige o Institute of Global Futures.

Entre as previsões que o relatório faz, algumas se destacam, como as dez seguir:

Sonhos à la carte: Num futuro nem tão distante, os hóspedes poderão escolher com o que sonharão, numa espécie de "serviço de quarto" neurocientífico. Esses "sonhos à la carte" poderão ser programados graças à tecnologia instalada nas camas, quase cápsulas no estilo "Avatar".

Mordomos-robôs: O que era um clichê de sci-fi barato está próximo de virar realidade. Mordomos robóticos irão receber os hóspedes e cuidar para que a estadia seja perfeita. Serão programados para falar o idioma dos visitantes e saber como ajudá-los na viagem. Só não irão precisar desfazer as malas por que...

Impressoras 3D no lugar das malas: .... porque as malas ficarão em casa (se ainda existirem até lá). Os quartos serão equipados com impressoras 3D que serão capazes de produzir de peças de roupas a computadores, de sapados a remédios, tudo o que o o hóspede precisar usar durante a viagem. Os itens poderão ser comprados e baixados de uma nuvem digital.

DNA será documento: no futuro, será possível usar o DNA como fonte de identificação e até pagamento remoto. Assim, bastará apresentar uma impressão genética na chegada do hotel para se registrar, sem necessidade de filas de check-in.

Spa genético: falando em DNA, os spas dos hotéis farão análises genéticas para escolher os melhores tratamentos de rejuvenescimento e relaxamento para o hóspede. Mas, apesar de toda a ciência, o estudo garante que os banhos de argila e as massagens continuarão nos cardápios.

Avatar de viagem: o termo é complicado, mas a ideia é que esses softwares simplifiquem a vida dos viajantes. Serão uma espécie de perfil personalizado, como a Siri da Apple, que pesquisará, planejará e reservará hospedagens, voos, pacotes turísticos e ingressos em agências digitais.

Ao gosto do freguês: restaurantes de hotéis poderão usar análise genética para identificar os sabores preferidos para elaborarem pratos que agradem plenamente o paladar do hóspede. Os alimentos também levarão em consideração aspectos da saúde do cliente.

Quarto inteligente: Dentro dos quartos, as inovações prometem ser muitas, como acesso por reconhecimento facial, TV e iluminação com comando de voz, banheiros com privadas inteligentes e espelhos com streaming de notícias em tempo real, toalhas com tecido tecnológico que limpará sujeira da poluição, camas e travesseiros que se adaptam ao corpo do hóspede...

Realidade ampliada: os hotéis serão parte físicos, parte virtuais. Isso porque ofereceram serviços de realidade ampliada, que irão incrementar a experiência dos hóspedes. Cenários hiper-realistas de aventuras em safáris na África ou nas ruínas de Machu Picchu podem aparecer dentro dos hotéis. Os hóspedes também poderão participar de jogos coletivos, como os videogames mais modernos de hoje em dia, só que realmente imersos nesses universos virtuais.

No fundo do mar ou no espaço sideral: o fundo dos oceanos é a nova fronteira da hotelaria, acredita o estudo. E a seguinte será o espaço. Marte seria destino de inverno ou verão?

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China anuncia que vai proibir comércio de marfim até o fim de 2017 (webremix.info)


Risco para o futuro do planeta

Ao que tudo indica, o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai mesmo cumprir sua promessa de campanha de se lixar para a influência do homem nas mudanças climáticas, especificamente quando o tema é indústria fóssil.

Myron Ebell, seu indicado para a transição na agência de proteção ambiental do país (EPA) é um cético sobre nossa influência no clima do planeta e lendário crítico das tratativas mundiais para mitigar o impacto dos processos da nossa sociedade nessa questão ambiental global.

Mas o quanto isso importa para nós aqui no Brasil — e para o resto do mundo? Para responder a esta pergunta, precisamos analisar o impacto da escolha de Trump sob duas vertentes.

A primeira diz respeito efetivamente às emissões de gases de efeito estufa dos EUA. O país é o segundo maior emissor mundial desses gases, muito devido à economia de consumo que é a base estrutural de crescimento do país. Valorizar a energia fóssil é uma escolha temerária que certamente irá contribuir para o aumento das emissões dos EUA. Considerando que uma molécula de CO2 (o principal gás de efeito estufa em termos de volume) fica de 100 a 200 anos na atmosfera da Terra e se mistura completamente e de forma homogênea, não faz diferença se ela é emitida nos EUA, na África do Sul ou na China. Vai interferir no clima do mundo todo, inclusive no nosso aqui no Brasil.

A segunda vertente, e talvez igualmente importante, é que a EPA sempre foi um exemplo para o mundo. Grande parte de metodologias, estudos e ações efetivamente implementadas nos EUA e no resto do planeta é fruto dos investimentos em estudos científicos, criatividade e pró-atividade da agência norte-americana. Colocar a EPA na geladeira fóssil poderá até ilusoriamente aquecer a economia dos EUA por um tempo, mas o principal aquecimento será o do clima da Terra. E a mudança do clima afeta a economia, e o mais importante: afeta diretamente a vida das pessoas, não só dos EUA como em todo o planeta.

Programas inovadores criados pela EPA, como o Energy Star (1992), que alia a redução de custos à eficiência energética, reduzindo emissões de gases de efeito estufa e economizando bilhões de dólares para os americanos, foram implementados em diversos países do mundo, incluindo o Brasil.

Em 2013 foi lançado o Plano de Mudanças Climáticas dos EUA, uma estratégia com foco na preparação para os efeitos dessas mudanças, redução da poluição de carbono nos EUA e fornecimento de assistência técnica internacional. Um programa recente que poderia nos beneficiar e que pode não ser levado adiante sob a nova direção.

Diante dos fatos atuais, só nos resta torcer para que a sociedade americana se mobilize para resguardar o que vem sendo feito em prol da mitigação das mudanças climáticas.

E torcer também para que a EPA seja uma instituição sólida o suficiente para sobreviver ao governo Trump, sem retrocessos estruturais e com o menor impacto possível nas ações já implementadas com tanto esforço e profissionalismo, ao longo de muitas décadas.

Christianne Maroun é professora do curso de Engenharia Ambiental da PUC-Rio

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Como ‘Rogue One’ trouxe de volta os personagens de (spoiler) e (spoiler) (webremix.info)


Festas sofisticadas ou informais movimentam o réveillon da região da Barra

RIO — É quase hora de dizer adeus a 2016. E, para que a despedida seja em grande estilo, escolher o lugar certo para presenciar a chegada do novo ano é fundamental. Este ano, a Barra e os bairros vizinhos oferecem festas nos mais diferentes formatos. Há desde jantares por R$ 300 até eventos com convites que chegam a R$ 1.400. Restaurantes, boates, hotéis e quiosques vão se transformar em locais de comemoração, cada um com uma proposta e foco em um público distinto.

réveillon 20/12

À meia-noite do dia 31, o céu da Barra e do Recreio será iluminado com uma queima de fogos de artifício promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), com o apoio da Riotur, em dez pontos diferentes.

A data será um marco para empreendimentos recém-inaugurados, como o hotel Grand Hyatt Rio de Janeiro. O cinco estrelas, aberto no final de março, na Praia da Reserva, promete uma comemoração completa para os públicos brasileiro e estrangeiro. Os convidados podem comprar o pacote que dá direito à festa e à ceia. O início será na área da piscina, com um coquetel, às 20h.

O jantar especial foi elaborado com a proposta de mesclar tradições locais a rituais de outras culturas. Para tanto, os chefs dos restaurantes do hotel, Leandro Minelli, do Tano Cucina Italiana; e Miriam Moriyama, do japonês Shiso; trabalharam na criação de um menu harmônico, que pudesse integrar as duas cozinhas e pratos típicos da ceia brasileira. A diretora de experiência do cliente, Mariana Nunes, salienta que a equipe pretende oferecer novidades para o público, composto, em sua maioria, por brasileiros, argentinos e americanos:

— No Rio se faz uma ceia que visa ao público internacional, com pratos que são típicos de uma ceia tradicional. Essa é nossa oportunidade de mostrar a cara do Grand Hyatt. Estamos com uma grande expectativa, por ser nosso primeiro réveillon aqui.

A aposta dos chefs é em pratos temperados pela crença de que atraem fortuna quando degustados na virada do ano. Leandro Minelli, do Tano, traz um alimento conhecido entre os brasileiros: a lentilha será apresentada na ceia à moda italiana, complementando o bufê ao lado de massas, risotos e queijos artesanais, entre outras iguarias.

— A lentilha cozida com legumes é um prato tradicional para a virada do ano na Itália. A diferença em relação ao preparo brasileiro é que ela é cozinhada com cenoura, aipo, tomate e cebola. Aqui se usa paio ou linguiça — diz Minelli.

Já na terra do sol nascente come-se o toshikoshi soba para se despedir do ano em curso e saudar a chegada do novo, pouco antes de o dia clarear. O macarrão, preparado no Shiso, faz parte da receita do Hyatt para garantir o sucesso.

— O macarrão de trigo sarraceno (soba) atrai prosperidade quando consumido na véspera do ano novo — diz a chef Miriam Moriyama. — Usamos também o mochi, um bolinho de arroz glutinoso, consumido no ano novo para trazer fartura.

A festa, marcada para as 23h no Grand Ballroom, terá um clima mais carioca e adianta o carnaval com o Monobloco, que vai tocar clássicos do samba e do pop e marchinhas. O DJ Pachu é outra atração, com sets de estilos variados. O público ainda vai contar com um menu que harmoniza com as opções do open bar. Localizado na Avenida Lucio Costa, o hotel está entre a Praia da Barra e a Lagoa de Marapendi, onde será realizada a queima de fogos. O público poderá acompanhar o momento das varandas.

A ocupação dos quartos chegou a 60% no início do mês, com reservas, em média, de seis noites, no caso de turistas estrangeiros; e duas, no de brasileiros. A gerente de marketing e comunicação do Grand Hyatt Rio de Janeiro, Ana Carolina Trope Taunay, aposta que a procura dos cariocas pelo evento mostra que eles estão em busca de novas alternativas, mas que mantenham a cultura da cidade.

— Na nossa festa, queremos entregar uma proposta que possa atender dois públicos, o morador do Rio e quem é de fora. A ideia da festa é ser um réveillon tipicamente carioca. Estamos tentando transmitir um pouco do que é essa cultura não só na queima de fogos, mas nos menus que elaboramos e nas surpresas que colocaremos nos apartamentos — diz Ana Carolina, destacando que espera que o hotel seja inserido no calendário da região. — O mercado da Barra costuma trazer novas propostas, novas tradições. Acho que somamos às opções de lazer.

Outra debutante na virada do ano é a festa Réveillon Rio Maravilha 2017, a primeira do gênero no Hotel Royal Tulip, em São Conrado. A festa começará às 21h e se estenderá até as 6h. Minutos depois da virada do ano, o palco montado no salão nobre receberá a energia da cantora Anitta, que desfiará seus hits. Entre as atrações do evento, que terá camarotes operados pela boate All In, estarão também o projeto F***k the Format, o DJ Jeff Tavares e a dupla sertaneja carioca Ugo e Bruno.

— Vamos trazer para o show as músicas mais executadas nas rádios do país atualmente. Por ser uma festa de réveillon, estamos priorizando as músicas mais agitadas. Mas, em se tratando de sertanejo, não podemos deixar de lado a famosa sofrência — diz Bruno.

Para quem deseja pular as tradicionais sete ondas na praia durante a virada, a organização do Rio Maravilha garante o retorno aos salões do hotel com pulseiras de identificação.

OUTROS RÉVEILLONS

Enquanto a expectativa ronda os estreantes, a região tem lugares conhecidos pelo público de outros réveillons. São lugares que apostam num público que prefere curtir a festa próximo de casa e busca espaços que possam receber toda a família. De maneira geral, os convivas da festa são os os mesmos do cotidiano das casas.

Longe de queimas de fogos de artifício e de artistas do momento, mas com animação, o Espaço Don, em Vargem Grande, convida os clientes a comemorarem o primeiro dia do ano assistindo a uma soltura de balões de gás nos jardins. O restaurante, em funcionamento desde 2012, comemora seu quarto ano novo com uma festa que começa às 21h. A equipe espera receber o público cativo, em grande parte responsável por esgotar o primeiro e o segundo lotes de ingressos.

Por receber famílias, a maioria delas com crianças, haverá um esquema especial. Um parquinho foi instalado e, nesta edição, animadores vão dinamizar a recreação. Os pequenos ainda terão menu próprio, um complemento ao bufê completo, com entrada, pratos principais, sobremesas e bebidas. DJ e show ao vivo prometem manter a noite aquecida.

— Temos pessoas que vêm desde o início e, a cada edição, indicam-nos aos amigos. Esse boca a boca foi realmente o que mais fez a festa crescer — conta a gerente de eventos do Espaço Don, Cintia Prudente, ressaltando a logística da casa para a ocasião. — O jardim, nós deixamos livre, ambientando-o com algumas mesinhas perto do parquinho, para os pais que quiserem acompanhar os filhos. E há os lounges, um mobiliário de jardim em que as pessoas se revezam o tempo inteiro.

A acessibilidade para portadores de deficiências e para quem chega com carrinho de bebê é um ponto que a equipe da casa gosta de ressaltar. Além de as entradas terem rampas e o espaço entre as mesas ser amplo para facilitar o trânsito, há cuidado com o mapa das mesas no momento da reserva, quando o cliente informa sobre esta necessidade.

O restaurante pode sediar festas com até 250 convidados. Apesar de pedidos insistentes até mesmo no dia do evento, não há venda de entradas extras, destaca Cintia Prudente:

— No dia, vai estar cheio de gente aqui querendo comprar o ingresso. Tem quem diga que não precisa de mesa, mas não dá. Tira o conforto de se ter espaço, atrapalha a logística. Uma quantidade enorme de pessoas aqui dentro deixa ruim a circulação e a pista de dança.

Para quem não dispensa os ares praianos no réveillon, uma opção é o Clássico Beach Club, na Praia do Pepê, que terá um evento animado pelo som da banda Floater e pelos sets dos DJs Cobra e Roger Lyra. É a terceira edição do “Réveillon Clássico”, das 21h às 4h. Os ingressos, cujas vendas estão no segundo lote, também dão direito a um cardápio assinado pelo bufê Pimenta Rosa e a open bar.

A área da festa, que terá no máximo 200 pessoas, será delimitada por grades que tomarão uma faixa de areia, onde serão dispostas mesas e cadeiras, além das tradicionais espreguiçadeiras já características do quiosque. A proprietária, Carla Romano, conta ver principalmente grupos de amigos e famílias da Barra durante a comemoração, mas há também quem participe buscando alternativas menos disputadas do que bairros como Copacabana. Carla diz que o clima é o de um espaço onde se pode comer bem, num bom ambiente”.

— A maioria dos convidados mora perto do quiosque. Vem com criança, fica um pouco, e tem a possibilidade de levá-la para casa e depois voltar para a festa. Que é light, mas bem animada. É um espaço em que se consegue conversar com as pessoas. Não é como uma boate. É uma comemoração entre amigos, num ambiente pequeno — define.

Carla e o marido, Marcio Rodrigues — dupla à frente também do Clássico Beach Club Urca —, moldaram o estilo do quiosque a partir de experiências que tiveram em viagens. No dia a dia, a casa oferece menu criado por um chef e drinques preparados por um mixologista. A dupla considerava que o Rio carecia de um espaço à beira-mar onde se pudesse “tomar uma boa bebida e passar o dia”, explica ela. O evento de fim de ano está em sintonia com a proposta.

— No primeiro ano, o objetivo foi fazer um festão, mas vimos que o público não quer isso. As pessoas querem se sentir confortáveis — conta a proprietária. — Aqui ainda é pé na areia.

NOVA TRADIÇÃO

A chegada de 2017 será saudada com uma festa maior do que a do ano passado na região. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) e a Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), com o apoio da Riotur, promoverão, neste réveillon, queima de fogos de artifício em dez pontos espalhados na Barra e no Recreio. Serão cinco toneladas de material, que resultarão num show de entre três e 12 minutos, com 34 tipos de efeitos e cores. Por enquanto, a região tem média de ocupação de 58,49%, mas a rede hoteleira se mostra otimista, apostando em reservas de quartos e compras de pacote de última hora, principalmente pelo público carioca.

O Hotel Hilton vai participar da festa oficial pela segunda vez. Longe da orla do bairro, marcará a virada do ano com um espetáculo em frente ao empreendimento, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno. A programação é dividida entre a ceia realizada no Abelardo Restaurante, com bufê especial para a ocasião, e a festa, que contará com DJ e terá como atração principal o cantor e apresentador Leo Jaime, que subirá ao palco logo após a meia-noite. No menu estarão combinados pratos tradicionais da época e opções contemporâneas. A diretora do Hilton e conselheira da ABIH-RJ na Barra, Laura Castagnini, tem a expectativa de fechar o ano com ocupação próxima a 100% e atrair o público vizinho para os eventos.

— A realidade está muito acima da expectativa. É nosso segundo ano-novo, e a festa principal está quase lotada. Como o brasileiro tem a tendência de deixar tudo para o último momento, achamos que tanto a ceia como a festa vão lotar — espera Laura.

A conselheira da ABIH-RJ na Barra lembra que os investimentos no setor são parte do legado olímpico. No ano passado, quando novas cadeias chegaram — Hilton entre elas —, o público vizinho, isto é, moradores de bairros próximos, começou a ser cortejado, salienta.

— Mostramos, assim como outros hotéis, que temos opções de qualidade e mais convidativas. Ao mesmo tempo, a iniciativa privada fez um investimento grande na queima de fogos. Sempre foi nossa intenção mostrar a região para os órgãos públicos. A Olimpíada colocou a Barra no mapa, e a Riotur entende isso.

No Windsor Barra, as festas de fim de ano já são uma tradição. Desta vez, a ideia é transportar os convivas para outro continente, com a ceia temática “Um safári na África”. Pratos típicos vão dividir a mesa com quitutes brasileiros. A proposta foi do gerente-geral de alimentação e bebidas, Joatan Franco de Queros, para deixar o jantar comemorativo nos mesmos moldes do realizado na unidade do Windsor em Copacabana.

Países como Grécia, Marrocos e França já serviram de inspiração para edições passadas. Este ano, a expectativa é que o cantinho da foto, com um jipe estilizado, faça a alegria dos convidados. Queros diz que a festa do Windsor é muito procurada por famílias, principalmente as com crianças, um público que sempre merece atenção especial. Os pequenos convidados têm direito a recreação durante toda a festa (das 21h às 5h) e berçário, área reservada para recarregar as energias com um cochilo.

— A Barra é um lugar tranquilo, onde se pode trazer a família para jantar. As pessoas vêm andando e voltam andando. Tem quem fique até as 5h. São clientes que fazem parte dos nossos dez anos — conta o gerente.

O hotel também promove queima de fogos. O show de luzes e som é brindado com uma garrafa de espumante, inclusa no pacote da festa, que dá direito também a taças personalizadas. A animação fica completa com a apresentação da banda Anjos da Noite.

Haverá queima de fogos ainda nos hotéis Sheraton, Brisa Barra, Grand Hyatt, Ramada Recreio Shopping, Venit + Mio e Praia do Pontal, no VillageMall e no Quebra-Mar. (Colaborou: Rodrigo Berthone)

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Trump mira legado de Obama em imigração e aquecimento global (webremix.info)


Artigo: Antes de 1916, por Nei Lopes

Alguns antigos dicionários da língua brasileira, como o de Macedo Soares, publicado em 1888 e o de Beaurepaire-Rohan, do ano seguinte, verbetizaram o substantivo masculino “samba”, definindo-o apenas como um tipo de dança. Da mesma forma ocorreu com o “Dicionário da língua portuguesa”, de Cândido de Figueiredo, em 1899. Isso confirma a constatação do indispensável José Ramos Tinhorão, segundo a qual, antes de seu objeto ser visto e definido como gênero de música popular “cultivada conscientemente”, a designação samba se aplicava a qualquer estribilho batucado, de feição africana.

Links Especial 100 anos de sambaRealmente, em diversas obras da literatura brasileira com ação no meio rural, escritas no século XIX ou no início do seguinte, ocorrem referências a danças animadas por refrões e batucadas, mencionadas como batuques ou sambas, denominações essas estendidas aos eventos em que elas se realizavam. Assim, no clássico “Os sertões”, Euclides da Cunha escreveu: “Encourados de novo, seguem para os sambas e cateretês ruidosos...”. E isto quase ao mesmo tempo em que o memorialista baiano Manuel Querino, em 1916, escrevia: “Aqui era o samba arrojado, melodioso, enquanto as morenas, entregues a um miudinho de fazer paixão, entoavam as chulas”.

Com Querino, vemos que os simples refrãos já eram enriquecidos com esboços ou fragmentos de versos rimados. E é de supor-se que isso tenha acontecido em todas as regiões onde a mão de obra de trabalhadores bantos, provenientes da África centro-ocidental (Congo e Angola) foi utilizada. Pois a presença desses bantos foi majoritária no Brasil escravista e a mais impactante na formação da nacionalidade brasileira. E é entre línguas do universo banto, como o quicongo e o quioco, que se registra o vocábulo samba na acepção de dança.

Claro, então, que antes de 1916 já havia samba em várias localidades brasileiras, principalmente rurais e notadamente na Bahia, de onde migrou para o Rio a comunidade de Tia Ciata. Não obstante, a nascente indústria fonográfica, implantada no país ainda no século XIX, segundo autores respeitados como Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, já tinha entregado ao consumo gravações rotuladas como sambas, como “Em casa da baiana”, de 1911, anunciado na gravação como “samba de partido-alto”, e “A viola está magoada”, de 1914, também rotulada como samba, aliás, nascido no meio rural paulista.

Mas o que celebramos agora é a gravação de “Pelo telefone”, em 1916. E essa gravação, além de legitimar um protótipo do samba urbano então nascente (já com letra completamente desenvolvida), é também o primeiro exemplar do gênero a ganhar “certidão de nascimento”, expressa numa declaração formal de autoria (a comprovação de autoria por registro só foi legalmente instituída em 1973) feita por Donga e Mauro de Almeida.

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Diretor-presidente da Oi diz que credores são sócios na busca por solução

RIO - Sem perder o bom humor, o diretor-presidente da Oi, Marco Schroeder, compara o número de credores da Oi ao Maracanã, com capacidade para 78 mil pessoas. Enquanto a Justiça analisa o pedido de recuperação feito pela Oi, que vai permitir a redução de R$ 783 milhões em sua dívida, a tele mira em novos sócios. A companhia vai propor mudanças no seu plano atual de recuperação judicial, permitindo que bondholders (credores internacionais) troquem parte da dívida por ações imediatamente. E mais: além do egípcio Naguib Sawaris e do fundo abutre Elliot, Ricardo K, ex-presidente da Brasil Telecom, já iniciou conversas para entrar em campo, antecipa o executivo.

Oi domingo

A Oi vai alterar o plano de recuperação judicial que foi apresentado aos credores?

Para os bondholders, com cerca de R$ 34 bilhões em dívidas, nossa proposta tinha um desconto de 70% do valor, com a opção de conversão de 85% em ações da Oi caso a companhia não pagasse R$ 10 bilhões dentro de três anos. A oportunidade para destravar essas negociações é falar sobre ações. Vamos propor entregar alguma coisa em ações aos credores já na largada. Então, em vez de pagar R$ 10 bilhões daqui a três anos, eu vou pagar menos que isso, mas entrego alguma coisa em ações agora. O percentual ainda não está definido. E isso talvez seja o grande desafio da negociação, pois, de um lado, você tem os acionistas que não querem ser diluídos e, do outro, os bondholders querendo receber o máximo possível. Temos tudo para fechar esse acordo até o fim do primeiro trimestre de 2017. E, no segundo trimestre, fazer as assembleias.

Mas esse prazo é factível?

Tivemos avanço na última semana. Contratamos uma consultoria financeira (a Laplace) para intermediar a conversa com os credores. Da dívida de R$ 65 bilhões, cerca de R$ 50 bilhões são ligados a instituições financeiras. Se levar em conta juros de 15%, são R$ 7 bilhões por ano. Em 2015, a geração de caixa foi de R$ 7 bilhões e investimos R$ 5 bilhões. Sobram R$ 2 bilhões. Eu consigo pagar quase um terço. Por isso, temos que reestruturar essa dívida. Com a Anatel, com dívida total de R$ 20,2 bilhões, segundo o órgão regulador, podemos trocar por investimentos, prestar serviços em órgãos públicos ou em comunidades que eles identifiquem. Isso começou na quinta-feira, com o início do processo de mediação. Falamos também com o BNDES, que tem dívida de R$ 3,3 bilhões. A minha percepção no BNDES é que a proposta pode ser aceita, pois não haverá redução de taxas, apenas alongamento de prazo.

E qual é o detalhe do pagamento antecipado aos pequenos credores?

Eu vou pagar dívidas de até R$ 50 mil à vista. Basta o juiz autorizar. Isso pega 57.788 credores, que são 86% dos 66.705 credores. O total poderia chegar 79 mil se fosse levado em conta o número de bondholders separados do agente financeiro responsável pela negociação dos títulos. O que era um Maracanã, vai ser um Maracanãzinho. Isso tudo vai reduzir a dívida em R$ 783 milhões.

Nós vamos ter que ceder, e eles (credores) também

O fato de a Oi admitir a troca de dívida por ações aos bondholders é uma forma de ceder à pressão?

Sabemos que é preciso destravar a negociação. E isso tudo faz parte da negociação. Nós vamos ter que ceder, e eles também. A companhia está tendo uma boa performance operacional, gerando caixa e fazendo investimento. Mas precisamos resolver a dívida. Já conversamos com alguns acionistas e credores, por meio de representantes dos bondholders. Os credores hoje são sócios da Oi na busca de uma solução. O que eles queriam era converter a dívida em 85% das ações e não ter que esperar três anos. Mas isso é inviável. Sempre há o meio do caminho, com algo intermediário entre zero e 85%.

Quem já procurou a Oi?

Equacionando a dívida e com a evolução regulatória, todos concordam que a empresa tem valor. E, por isso, querem se posicionar. Efetivamente, conversamos com o fundo de investimento Elliot, que fez uma due diligence (processo de auditoria). Existe também um grupo vinculado ao fundo americano Cerberus, que, no Brasil, tem o apoio do Ricardo K, que foi presidente da Brasil Telecom. Eles estão se aproximando no sentido de montar uma proposta para aportar recursos e, com eles, ajudar a pagar parte da dívida e criar condições ou para a empresa fazer aquisições ou investir. O grupo está montando um bloco, com Deloitte e Oliver Wyman (ambas consultorias). Isso começou há três semanas. Já a Elliot também montou um bloco com a Boston Consulting Group, e a Accenture ajudou na due diligence. Dou destaque a esses dois blocos. E tem um que sai muito sai na mídia (o egípcio Naguib Sawaris), mas eu nunca falei com ele. Se ele vier aqui, vou receber.

Eles já fizeram proposta formal?

Não.

Uma fonte afirma que ofertas de menos de US$ 3 bilhões não resolvem o problema da Oi. Isso procede?

Eu acredito nisso. Mas tem uma questão de negociação. Uma coisa é colocar esses recursos para ficar com 10% da empresa; outra para ficar com 90% da companhia. Tem que ver como vai ser a negociação com os credores, pois eles têm que ver a proposta com bons olhos.

Como está o clima com os credores da Holanda?

Alguns credores da Holanda estão nos pressionando. Eles querem condições diferenciadas. Para a Oi, é complicado, pois a companhia tem que tratar os credores da mesma forma. Os administradores judiciais desses credores estão anunciando que deverão converter a suspensão do pagamento da Holanda em um processo de falência. Como a Oi está protegida pela recuperação judicial, o processo continua igual. O que aconteceria é que eles teriam uma gestão maior sobre a empresa da Oi lá fora (que é uma subsidiária) para interagir com a companhia aqui no Brasil de forma a representarem seus interesses. A Justiça deve converter em falência. Lá, há uma legislação muito pró-credor. A falência não é uma solução que interesse a ninguém. Temos que estar engajados na busca da sobrevivência da companhia, que é relevante dentro do sistema integrado de telecomunicações do Brasil. Vamos continuar operando normalmente, prestando nossos serviços para os clientes.

A Oi vai iniciar conversa com a Sky ou com outras empresas do setor, como a TIM?

Eu defendo que a Oi tem fases. A primeira é manter o operacional. Por isso, talvez tenhamos até retardado um pouco essa renegociação com os credores, pois o foco era interno. Era mostrar que tínhamos capacidade de aumentar a geração de caixa. Em outra fase, tem a renegociação da dívida, que é para 2017. Esse é o foco agora. Outra fase que vai impactar a indústria é a nova regulamentação. E tem um quatro momento, que é o da consolidação. Não acredito em consolidação sem antes resolver o operacional e renegociar a dívida. Para mim, a consolidação é para 2018 ou 2019. Você vê alguém comprando ou sendo comprado? Hoje há muitas dúvidas, pois há a questão da regulamentação.

Mas já teve conversa de consolidação?

Quando estávamos conversando com o russo (Mikhail Fridman, do fundo LetterOne), no ano passado, falamos com a TIM de forma mais estruturada. E tiveram as primeiras conversas com a SKY. Não acho que teremos uma conversa agora com eles. Precisamos resolver a dívida.

Para gerar caixa nesse processo de recuperação judicial, o que a Oi pretende vender de ativos?

Em termos de Brasil, são ativos pouco relevantes para vender. Ser uma telecom integrada é bastante relevante. Ativos relevantes para vender são os do exterior, como as operações na África e no Timor. Existem conversas para as operações de Cabo Verde e Namíbia. No Timor, há três competidores, dois fundos de investimento e um empresário local. Para fechar, vai depender do preço. Não vamos fechar a qualquer preço. No balanço, todas as operações de África e Timor valem R$ 4,2 bilhões.

Se a empresa ficar três anos investindo menos que os concorrentes, ela desaparece

Do ponto de vista operacional, a Oi pretende reduzir os investimentos durante o processo de recuperação judicial?

Se a empresa ficar três anos investindo menos que os concorrentes, ela desaparece do mercado. Por isso, aumentamos esse ano em 14% e vamos aumentar no ano que vem. O investimento maior é em rede 4G e em fibra para aumentar a velocidade da banda larga residencial. No Rio, o nosso projeto de fibra está indo para a Baixada Fluminense. Temos que aumentar o mix de pós-pago. E, para isso, é preciso vender um conjunto de serviços, com TV e banda larga.

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Perfil: Melania Trump, um rosto bonito e uma coleção de gafes (webremix.info)


Amazon avalia oferta por uma fatia de site de compras de Dubai

LONDRES - A Amazon.com está avaliando fazer uma oferta por uma fatia no site de vendas Souq.com num momento em que a gigante do e-commerce planeja fazer uma expansão no Oriente Médio, afirmaram fontes próximas às negociações à agência Bloomberg. Amazon 0211

A fatia, que seria de ao menos 30% do capital da empresa, também está atraindo o interesse de empresas de private equity e de outras familiares e da região interessadas em entrar no negócio de vendas on-line, disseram as fontes, que preferem não se identificar por se tratar de informação confidencial.

Consultores do Souq.com contataram um grande número de potenciais investidores, que podem avaliar a companhia em ao menos US$ 1,2 bilhão, segundo as fontes. Ainda não há decisão fechada sobre o assunto, e a companhia não fechou acordo com nenhum dos interessados.

Contatadas pela Bloomberg, a Amazon e o Souq.com não responderam de imediato.

SOUQ CAPTOU US$ 275 MILHÕES

Souq.com nomeou o Goldman Sachs como assessor para encontrar comprador para uma fatia da companhia, explicaram fontes familiares com a negociação à Bloomberg em setembro. A Tiger Global Management e a Naspers, da África do Sul, que já são investidores do site com sede em Dubai, estão abertos a vender parte de suas fatias no negócio, fazendo com que o percentual à venda seja superior a 30%, contam as fontes.

A Tiger Global não comentou, enquanto a Naspers informou que a companhia não pode confirmar nem desmentir sua participação em negociações.

Em fevereiro deste ano, o Souq.com captou US$ 275 milhões de investidores depois que a Tiger Global e a Naspers, entre outros, ampliaram seus aportes na companhia. Naquela ocasião, o presidente Ronaldo Mouchawar disse em entrevista que a empresa se abriria para vender ações no futuro.

O crescimento da economia e da população no Oriente Médio está estimulando o aumento de investimentos na indústria de consumo por empresas e fundos de private equity. A Careem FZ, um concorrente do Uber na região, busca captar até US$ 500 milhões em novos recursos, informaram fontes em setembro.

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Países afetados pelo terrorismo perdem turistas para seus vizinhos

RIO - A criação de um certificado internacional de segurança para a indústria hoteleira é uma das medidas em estudo pelo setor, como reação aos ataques terroristas registrados no Velho Mundo, que vêm afetando o mercado de turismo de diferentes países da região. Para reforçar sua atratividade, os hotéis se submeteriam à certificação, nos mesmos padrões do selo de sustentabilidade.

Para a École Hôtelière de Lausanne (EHL), uma das principais escolas de hotelaria do mundo, não está claro se os efeitos dos atentados e de outras mudanças a nível global vão se cristalizar sobre o setor do turismo ou apenas exigirão que ela se adapte. De qualquer forma, é preciso mudar.

BV Terrorismo

A entidade está para publicar seu “Relatório de Lausanne”, em que traça cenários para o futuro do setor. O trabalho considera não somente as consequências dos ataques terroristas, como também das mudanças climáticas e dos fluxos de migração que, ressalta a EHL em nota enviada ao Boa Viagem, não têm precedentes:

“Nos vários cenários traçados pelo relatório, há os que dizem que a indústria se tornará cada vez mais frágil, e há os que apontam para maior flexibilidade e capacidade de adaptação. Só o tempo dirá. Precisamos é capacitar futuros líderes para enfrentar esses novos desafios”.

O turismo na França é um dos que mais vêm sentindo os efeitos do clima de insegurança. Haja vista o Louvre, que estima que perderá até dois milhões de visitantes este ano. Tudo se intensificou a partir de janeiro de 2015, quando, em ataque ao semanário francês “Charlie Hebdo”, 12 pessoas foram mortas em Paris.

Só a França teve, depois, duas tragédias de grandes proporções: o massacre simultâneo no Bataclan e outras duas áreas da Grande Paris (há um ano) e em Nice (julho último). A partir dali, a queda de pernoites no país chegou a 10%, com redução de 20% na Riviera Francesa, no pós Nice.

Turquia e Bélgica também sofreram sérios ataques entre janeiro e março deste ano. Resultado: o turismo da região se vê diante de atentados relativamente próximos, que dificultam sua recuperação. Pesquisa da ForwardKeys, empresa especializada na análise de Big Data para o setor de viagens, mostra que caíram em média 7,7% as reservas feitas por chineses para a Europa, de meados de novembro de 2015 até meados deste mês. Para Paris, perda de 23,4%.

Enquanto isso, países percebidos como mais seguros, como Portugal, Espanha e Dinamarca, ganham destaque — tanto entre turistas das Américas, quanto asiáticos. Portugal chama atenção. Em cinco anos, a percepção de segurança do país deu um pulo: no Índice Global da Paz (Global Peace Index), calculado pelo Instituto para Economia e Paz, nossos patrícios subiram do 16º lugar de 2012, para a 5ª colocação este ano.

A República Tcheca, agora em sexto no ranking, também teria se beneficiado desse desvio de rotas, acredita Luiz Fernando Destro, diretor do escritório de turismo tcheco no Brasil: o país tem tido expansão anual de 3% a 5%. A Rússia é outra que identifica ganhos: Segundo a pesquisa da Forwardkeys, as reservas feitas por asiáticos para Moscou cresceram 23%.

RESORTS E CRUZEIROS, OPÇÕES QUE SE DESTACAM

Quanto vai custar a criação de um certificado internacional é uma das questões em debate entre os especialistas. E até que ponto os turistas estariam dispostos a pagar por maior segurança, também. Diante do novo cenário mundial, a indústria hoteleira passou a se debruçar sobre estudos para desenvolver planos de segurança e melhorar infraestrutura e logística próprias.

Investir em resorts e cruzeiros — ou em outros tipos de hospedagens menos expostos ao perigo — é uma tendência. Até porque os riscos se diferenciam entre os estabelecimentos. Hotéis próximos a locais públicos, que podem ser alvo de terrorismo, como aeroportos, são considerados mais vulneráveis. Na outra ponta, cresceu a procura por regiões de praia e sol, informa o Turismo da Suíça.

Aliás, a Suíça é outro país que subiu no ranking do Índice Global da Paz, passando do 10º lugar, em 2002, para a 7ª posição em 2016. O indicador, que inclui 163 nações este ano, considera o nível de paz de cada país, segundo os graus de segurança, interna e externa, e militarização.

Entre os países que tiveram piora de desempenho nos últimos cinco anos — além da França, que foi do 40º lugar para o 46º — estão a Bélgica (de 11º a 18º) e a Turquia, que já tinha sérios problemas de segurança e deixou a 130ª colocação para passar a 145ª. No caso do Egito, a perda de posições foi maior, de 111º para 142º.

Para a Ásia, via Dubai

— O que está acontecendo é triste e injusto para com os destinos do norte da África, que dependem do turismo e estão sofrendo muito — lamenta Filipe Silva, conselheiro do Turismo de Portugal, ao analisar o cenário atual principalmente no Egito, acrescentando que as pessoas, num primeiro momento, evitaram pegar avião. — Deram preferência a ficar perto de casa ou pela vizinhança. E, assim, observamos um acréscimo no fluxo de turistas para Portugal.

Silva diz ainda que as companhias aéreas sentiram uma forte retração no início do ano e agora estão se recompondo. Só que parcialmente:

— Se formos comparar com 2015, ainda há déficit.

No caso de nós brasileiros — que sentimos a tensão, mas de longe — a crise econômica foi o principal fator de desaceleração do mercado este ano. Considerando especificamente os atentados, diz Marco Lourenço, diretor da operadora de viagens Queensberry, registrou-se uma pequena estremecida em relação a viagens para a Europa e quem perdeu mesmo foi a Turquia:

— A Turquia zerou!

Um roteiro que vem crescendo na operadora é o direcionado ao Sudeste asiático. Via Dubai. Ou seja, nada de Paris, Londres ou Frankfurt.

ENTREVISTA

Urs Eberhard: ‘A Europa, em geral, não se recuperou’

O turismo na Suíça está sofrendo os efeitos dos ataques terroristas à vizinhança. Afinal, muita gente costuma viajar ao país, combinando roteiros que incluem a França. O vice-presidente de Marketing do Turismo da Suíça, Urs Eberhard, ressalta ainda que, desta vez, ao contrário do usual, os turistas tendem a não esquecer dos acontecimentos com facilidade.

Segundo a OMT, o turismo na Europa cresceu 4% no primeiro trimestre do ano, mas com clara retração no caso dos países afetados pelo terrorismo. A Suíça não é um deles. Há efeitos sobre o país?

Sim, a Suíça está sendo afetada. Muitos turistas estrangeiros costumam combinar roteiros que incluem a Suíça e a França, principalmente Paris; muitos vão de Roma a Paris, via Suíça. Um grande número de visitantes asiáticos (de Japão e China) cancelou sua ida a Paris e, assim, também à Suíça. Mas a Suíça ainda é percebida como um lugar seguro, e as viagens domésticas e de países vizinhos registraram alta no verão. Além disso, tivemos crescimento de turistas americanos.

Os turistas estão realmente assustados? A vida parece voltar rapidamente ao normal em lugares que recebem ataques terroristas, como ocorreu na Londres de 2015.

As pessoas costumam esquecer rapidamente, sim, e os lugares afetados normalmente respondem com ações de marketing e promoções, que logo equilibram o mercado. No entanto, se estamos diante de vários ataques num curto período de tempo e existe uma ameaça de ataques permanentemente, as pessoas tendem a adiar viagens ou a optar por destinos tidos como seguros. A série de incidentes em meses próximos na França, Bélgica, Alemanha e Turquia fez com que esses países, assim como a Europa em geral, ainda não tenham se recuperado.

Há destinos “se beneficiando” dessa situação? Quais?

Espanha, Ilhas Baleares, Itália e Grécia são os ganhadores. Os viajantes estão evitando o sul da França, a Turquia, o norte da África e têm procurado opções de sol e praia.

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Há uma falência no sistema partidário dos EUA, diz sociólogo português

RIO - O sociólogo Boaventura de Sousa Santos atesta a falência do sistema partidário nos EUA numa campanha atípica, na qual lideranças republicanas declararam voto à democrata Hillary Clinton, e dois candidatos antiestablishment — Donald Trump e Bernie Sanders — ganharam força. Sousa Santos divide seu tempo entre as universidades de Coimbra, em Portugal, e Wisconsin-Madison, nos EUA, onde mora parte do ano. Em Brasília, será homenageado com o título de cidadão honorário, e lança a “A difícil democracia – reinventar as esquerdas” (Editora Boitempo), durante a Bienal do Livro e da Leitura. O sociólogo conversou com O GLOBO, por telefone, antes de chegar ao Brasil.

Para onde caminha a democracia americana com um candidato como Donald Trump, que defende a deportação de imigrantes e ameaça não reconhecer o resultado das eleições?

trump & hillary

Esta eleição tem duas características sem precedentes na História da democracia americana. A primeira é o fato de um dos candidatos não se dispor a reconhecer o resultado se não ganhar. Isso chegou ao ponto de as eleições serem monitoradas por observadores da OEA e da UE, o que representa uma inversão sem precedentes do que tem ocorrido internacionalmente. É um sinal dos tempos. Há uma crise da democracia. E há outra característica: o dinheiro tem cada vez mais influência nos processos eleitorais dos países. Nos EUA, uma controversa decisão da Suprema Corte permitiu a qualquer empresa ou cidadão financiar os partidos, sem limites. Isso alterou muito o panorama americano de uma democracia totalmente dominada pela plutocracia, isto é, por quem tem dinheiro. A situação tem piorado muito. Neste momento, temos, por um lado, uma candidata que, de alguma maneira, tem que se comprometer com o capital financeiro global. Os e-mails divulgados pelo WikiLeaks revelam que Hillary diz uma coisa em público e outra em privado, quando fala para grandes corporações financeiras de Wall Street, que pagam rios de dinheiro por suas palestras. Por este lado, o dinheiro estará muito presente nas políticas de Hillary. As suas decisões, certamente, não vão contribuir para que se faça uma regulação do capital financeiro, que me parece absolutamente necessária se não quisermos voltar a ter uma crise global. E, por outro lado, o outro candidato é em si mesmo o sinal dos tempos porque se limita a ser um bilionário, um empresário cujo sucesso é questionado. Alguns de seus cassinos foram quatro vezes à falência e tudo leva a crer que essa falência foi provocada para não pagar dívidas. Prepara-se para ser presidente dos EUA alguém que não paga impostos. Por todas estas razões, penso que esta eleição não tem precedentes, embora a nível mundial, diria que não é por acaso que se trata de um bilionário e um homem do show business. Temos na Itália o partido Cinco Estrelas dirigido por um palhaço. E na Guatemala temos um presidente comediante.

Como o senhor interpreta o espaço que Trump e Sanders conquistaram junto ao eleitorado republicano e democrata, defendendo, cada um a seu modo, plataformas contra a política tradicional? É a falência da política partidária?

É a falência de um sistema político, com problemas graves no sistema partidário porque insiste no bipartidarismo, quando existe uma diversidade de opiniões políticas que não se enquadram no Partido Democrata nem no Republicano. Temos uma candidata dos Verdes, Jill Stein, que não pôde aparecer nos debates porque o sistema está orientado para favorecer os dois partidos. Mas o sistema se abriu em duas vertentes, uma para a esquerda e outra para direita. Bernie Sanders é abertura interessante, para uma esquerda moderada, para o que na Europa designamos de social-democracia. Trump é uma saída pela direita, com fortes afinidades com o Tea Party.

O vencedor desta eleição terá que lidar com uma metade de americanos insatisfeita e também com fraturas dentro de seus próprios partidos. Quais os riscos para a democracia americana?

A democracia americana a nível nacional é altamente problemática. Os cidadãos se abstêm muito nas eleições. Há uma crise no sistema e na participação. Neste momento, está tudo em suspenso. Hillary dá toda a ênfase a uma vitória o mais rotunda possível para evitar que o não reconhecimento das eleições possa levar a um problema legal. Não seria a primeira vez. Daí a estratégia do partido de investir em estados em que o Partido Democrata nunca venceu. O grande problema vai ser a aceitação. Este sistema tem uma grande coesão das elites políticas. Se ganha a Hillary, vai haver uma revolta interna do Partido Republicano, que já está anunciada pelo presidente da Câmara, Paul Ryan. Vai ocorrer um ajuste de contas dentro do partido. No Partido Democrata, sai fortalecida a linha mais conservadora, a de Hillary. Havia uma certa esperança de que ela se voltasse mais à esquerda pelo que prometeu ao Bernie Sanders. Tem falado em algumas promessas, mas é evidente que o fato de Trump ter puxado tanto o discurso à direita faz com que Hillary receba o apoio de muitos republicanos. É a prova da ruptura que está ocorrendo dentro do Partido Republicano e do ajuste de contas que se fará necessário.

Nesta desordem mundial, governantes de viés autocrático como o russo Vladimir Putin e o turco Recep Tayyip Erdogan conquistam espaço em seus países com um novo modelo de governo, despido de uma agenda ideológica. O senhor concorda?

Não, você menciona os nomes que a mídia ocidental cria. Não digo que são santos, mas também não são ditadores no mesmo nível que a família real da Arábia Saudita, grande amiga dos EUA. São mais democráticos, por exemplo, do que o governo de Israel. Neste momento, a Guerra Fria volta a crescer, e os governantes são aliados da mídia internacional de acordo com seus interesses. O Erdogan, por exemplo, tem sido amigo da União Europeia. A certa altura, mostrou algumas divergências com as posições dos EUA no Oriente Médio e foi considerado autoritário. Neste momento, a UE o utiliza para que ceda parte da Turquia como um campo de internamento perpétuo para parte dos refugiados. O caso do Putin é um bom exemplo. Não é um santo, mas é evidente que há uma estratégia de Guerra Fria. É preciso lembrar que Hillary é considerada um falcão da guerra. Se for eleita, teremos mais guerras com Hillary, talvez mais do que com Trump. Mas o problema é que Trump é imprevisível. Como europeu, não gostaria que a Europa fosse arrastada para uma Guerra Fria.

Como o senhor avalia o governo do presidente Obama?

O presidente dos EUA não tem tanto poder quanto imaginamos porque há uma estrutura de poder econômico muito forte, muito condicionada pela indústria militar e que tem exigências muito fortes. Houve aumento extraordinário das despesas militares. É uma contradição. Obama, ao contrário do que propôs, não baixou as despesas militares, teve a sua guerra. Pode ser que a guerra de Hillary seja a da Síria. Há outras coisas que tentou fazer, e o Senado não deixou. Ele tentou uma solução moderada para o sistema de saúde, por exemplo, que é insustentável, criando um sistema semipúblico controlado pelas seguradoras. Mas os conservadores puseram o Obamacare em tribunal. Os conservadores mais radicais têm dominado a agenda do partido. Ele não pôde também fechar Guantánamo, como queria. Perdeu oportunidade de fazer uma regulação do capital, como prometeu. Para mim, em alguns temas ele foi uma decepção relativa. Houve muita esperança. Também na frente racial, termina o mandato com maior incidência de episódios racistas na sociedade americana, não por culpa dele. O racismo está muito inscrito na sociedade, e o fato de ser um presidente negro gera mais preconceito. Assim como Hillary Clinton suscitará preconceito sexista.

A social-democracia perdeu poder e vive uma crise de identidade em vários países da Europa. Como reconquistar o eleitor diante da decadência do Estado do Bem-Estar Social e a pressão cada vez maior por políticas de austeridade?

É um campo de disputa na Europa atualmente. Dentro do modelo que nós designamos como neoliberal não existe a social-democracia. O neoliberalismo tinha muita dificuldade de penetrar nos países a nível nacional porque eles têm uma tradição social-democrata, como Alemanha, França, Portugal, Espanha e a própria Inglaterra. Mas o neoliberalismo entrou pelas instituições da União Europeia. Temos uma Comissão Europeia ideologicamente neoliberal e um Banco Central dirigido por um neoliberal, Mario Draghi, que disse recentemente que a social-democracia tinha acabado. A contradição neste momento é entre a Comissão Europeia e os governos nacionais. Na Grécia, o Syriza tenta uma alternativa confrontacional de maneira dramática. Em Portugal, se deu uma política distinta, de não confrontar as instituições europeias, mas de procurar, dentro das leis e do sistema europeu, algumas brechas que permitam manter um sistema democrático depois de quatro anos de um governo conservador radical. Portugal, neste momento, é a única solução de esquerda na Europa. É um governo socialista com apoio parlamentar de duas forças que nunca tinham concordado em colaborar com o Partido Socialista - o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. É uma experiência que apoio como cidadão e como sociólogo observo com muita curiosidade, porque obviamente há uma hostilidade da Comissão Europeia a este governo. Existe uma ideia de que para ser europeísta é preciso ser de direita. E, por fim, a Espanha, onde se criaram tantas expectativas acerca de uma solução alternativa moderada ao neoliberalismo, mas, ao fim de um ano, se mostrou impossível.

Movimentos formados por indignados, como o Syriza, na Grécia, o Podemos, na Espanha, e o Cinco Estrelas, na Itália, conseguiram bons resultados eleitorais, mas agora enfrentam escândalos ou brigas internas da mesma forma que partidos tradicionais. Qual é a saída para eles?

Só pode haver uma saída europeia para eles. O caso do Syriza é dramático porque existe uma contradição total com o programa do partido. Na Espanha, o Partido Socialista não quis qualquer acordo com o Podemos. A social-democracia europeia só se reabillita a nível europeu. É uma questão de justiça social. E na Europa há muitas forças que não aceitaram que as sociedades tenham que ser tão desiguais. Se não houver alguma flexibilidade, teremos mais Brexits.

A crise dos refugiados fortaleceu a extrema-direita na Europa. Quais os riscos que a democracia corre atualmente no continente?

Vivemos uma grande crise de refugiados, mas esquecemo-nos de que na África o número é imensamente maior. França e Inglaterra não conseguem resolver o problema de dez mil pessoas no campo de Calais. No Norte da Nigéria, há 1,4 milhão de pessoas deslocadas pelo Boko Haram. Por que na Europa isso é tão grave? Porque na Europa quem está mais protegido socialmente, quem tem mais bem-estar, não quer perder isso. Acho preocupante. O outro lado do fracasso da social-democracia é que os neoliberais de Bruxelas pensam que podem manter a UE numa agenda neoliberal. Não vão conseguir. Não serão eles, mas será uma extrema-direita mais forte, que é nacionalista e também não quer a União Europeia. Esses partidos de extrema-direita são anti-UE. Existe uma cegueira total das instituições de Bruxelas. Pensam que vão manter a UE numa perspectiva neoliberal. Não vão. Alimentam as forças de extrema-direita, que são nacionalistas e não querem ceder parte da sua soberania à União Europeia. É a manipulação do descontentamento. O desemprego tem crescido na Europa, e basta que um político manipule um empregado (com a ideia de) que a possibilidade do desemprego é mais elevada se entrarem refugiados. E isso não é verdade. Foi uma grande oportunidade que a Europa poderia ter aproveitado.

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Temer chega à Goa, na Índia, para participar da cúpula dos Brics (webremix.info)


Brics negocia acordo para baratear remédios de alto custo

BRASÍLIA - O governo brasileiro começou a negociar um acordo entre o Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para produzir, comercializar e baratear medicamentos. O foco são os remédios de alto custo, caso daqueles que tratam doenças crônicas como a Aids. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, os cinco países discutem como quebrar patentes e fabricar os medicamentos com um custo menor.

Esse é um dos temas que estarão nas conversas da 8ª Cúpula do Brics, que será realizada no próximo fim de semana em Goa, na Índia. Os países devem debater quais tipos de medicamentos podem entrar em um acordo de livre comércio. A discussão não é simples. Afinal, cada nação tenta proteger a sua própria produção. Esse acordo ainda está em fase inicial e não deve ser concluído no encontro.

— É uma discussão que está no início, mas que é muito importante e pode significar uma revolução para a distribuição de medicamentos de alto custo entre o Brics. Mas ainda temos um longo caminho de negociação — disse uma alta fonte do governo brasileiro.

EFEITO EM ATÉ DEZ MEDICAMENTOS

Inicialmente, um acordo de quebra de patente incluiria um número limitado de medicamentos. Seria algo entre cinco e dez remédios que não são produzidos pelos países do Brics. Se vingar, cada país será responsável pela fabricação de um ou dois itens e deve fornecer para os demais integrantes do grupo.

A ideia desse acerto para a troca de tecnologias entre os países foi levada pelo Brasil ao encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Nos bastidores, as conversas têm sido conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, que tem experiência no assunto.

Em 2001, em meio a uma guerra de preços com laboratórios, Serra ameaçou quebrar patentes de medicamentos para a Aids, mas não precisou cassar a licença. Ao verem que os cientistas de Manguinhos tinham condições de desenvolver os produtos, os laboratórios farmacêuticos responsáveis passaram a negociar reduções de preços. Na época, Serra era ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso. De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, ele tem usado a experiência brasileira como exemplo.

A patente garante ao inventor de um produto os direitos de reprodução e comercialização de seu invento. No Brasil, a patente pode ser quebrada em caso de interesse nacional.

O Brasil também quer exportar o modelo de genéricos. No entanto, há grandes diferenças entre os modelos de saúde dos países. Na Índia, por exemplo, não há laboratórios públicos como no Brasil. Isso encarece o remédio fornecido para a população, porque sobre o produto público não há incidência de impostos.

PROPOSTA DEPENDE DE AVAL DE INDIANOS

Um grande acordo como esse tem um longo caminho a percorrer antes de ser fechado. O que deve ser assinado na cúpula de Goa é um memorando de entendimento em cooperação e regulação de produtos farmacêuticos entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o órgão correspondente na Índia. Após muita negociação, o texto está pronto e espera o aval dos indianos para ser fechado. É o primeiro passo para o acordo de comércio e investimentos na área de medicamentos.

Ajustes são acordados por uma equipe de diplomatas e representantes da Anvisa. O objetivo inicial é firmar a cooperação com os indianos, mas a tratativa não tem sido fácil.

Desde 2013, o governo indiano quer avançar na proposta de um acordo com o Brasil. Essa é uma das prioridades da Índia no relacionamento entre os dois países. Com a crise política e a indefinição de qual seria o governo no Brasil, o diálogo foi suspenso.

As conversas foram retomadas em junho, já no governo interino do presidente Michel Temer. Foram apresentadas três propostas de memorandos de entendimento pelo governo indiano, nas áreas de medicina tradicional e homeopatia, plantas medicinais e cooperação universitária. Uma cátedra de medicina indiana deve ser criada no Brasil. O Ministério da Saúde apresentou uma contraproposta, mas, pouco antes da reunião bilateral, ainda não havia resposta dos indianos.

Brasil é grande importador

O Brasil tem interesse no acordo, considerado estratégico pela Anvisa por causa do perfil da indústria farmacêutica indiana, sobretudo no setor de genéricos, dos quais o Brasil é grande importador. Com o acerto, seria possível facilitar o processo de inspeção e promover o reconhecimento de inspeções homologadas.

A equipe de Temer deve fechar o acordo bilateral no início da semana que vem. Uma reunião entre o presidente brasileiro e o primeiro-ministro Narendra Modi deve selar o entendimento. Os dois países têm muito em comum: ambos buscam implementar reformas estruturais para aumentar a competitividade.

O encontro entre os dois chefes de Estado acontecerá após a reunião do Brics. É o oitavo encontro do grupo. Desde 2012, já foram anunciadas iniciativas como a criação de um banco de desenvolvimento e um contingente de reservas. Desde que a Índia assumiu a presidência do bloco, há alguns ruídos entre os membros.

— Há interesse da Índia em avançar em assuntos nos quais não há consenso — diz uma fonte do Itamaraty.

Nesse sentido, a cúpula em Goa é vista como uma chance de estabelecer novos entendimentos.

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Projetista da F1 cria um pé-de-boi sem frescura

RIO - Gordon Murray foi o bambambã da Fórmula-1: projetou os Brabham com os quais Nelson Piquet foi campeão em 1981 e 1983 e participou da criação do McLaren MP4/4, que levou Ayrton Senna a vencer a temporada de 1988. Também desenhou o McLaren F1, o superesportivo “de rua” mais rápido dos anos 90. Hoje, porém, o genial engenheiro sul-africano bola veículos como o Ox. A ideia aqui é ter um meio de transporte de carga o mais simples e barato possível para áreas rurais de países subdesenvolvidos — em especial, na África. É, praticamente, um boi (em inglês, ox) mecânico capaz de puxar peso sobre estradas sem asfalto.

Quem banca o projeto é Sir Torquil Norman, empresário britânico que fez fortuna na indústria de brinquedos, é colecionador de aviões clássicos e hoje, octogenário, dedica-se à filantropia. O desenvolvimento do Ox teve início em 2013, batizado como Global Vehicle Trust. Ficou engavetado e, agora, reaparece com três protótipos. O próximo passo é conseguir investidores que viabilizem a produção em série.

— Apenas 20% da população mundial têm acesso a qualquer tipo de veículo a motor. Isso me parece uma espécie de crime — justifica Sir Norman.

PAINÉIS DE COMPENSADO

O Ox poderá ser vendido na forma de kit (dentro de uma caixa à moda Revell, só que em escala 1:1...) e montado em apenas 12 horas, por uma equipe de três pessoas com ferramentas básicas. Isso reduz os custos de frete do veículo.

Sobre um chassi convencional é montada uma estrutura tubular, que dá forma à cabine e ao compartimento de carga. Sua beleza está na simplicidade. Todos os painéis da carroceria são de compensado, retos e rebitados. Os vidros também são planos.

Para facilitar o uso sem adaptações em países com mão à direita ou à esquerda , o volante vai em posição central (à moda McLaren F1, aliás...), com a alavanca de marchas logo à esquerda. Airbag e itens de segurança de primeiro mundo? Esqueça...

De uma ponta a outra, são 4,3 metros (10cm a menos do que uma Renault Oroch, por exemplo), mas o aproveitamento de espaço é tão bom que lembra as Kombi. Além do motorista, dois caronas podem viajar na boleia. A caçamba pode levar mais dez passageiros, em banquinhos laterais. Sua capacidade total é de 1.900kg (o dobro das picapes convencionais) e a tampa do compartimento de carga pode virar rampa.

Com grande vão livre, pouco balanço dianteiro e um peito de aço, o Ox supera trechos alagados de 75cm de profundidade e vence rampas de 45 graus.

Leve e com suspensão independente nas quatro rodas, tem rodar mais suave que o de uma picape convencional, além de superar obstáculos com facilidade — mesmo com tração apenas nas rodas dianteiras (um sistema 4x4 deixaria o veículo mais caro e pesado). O motor 2.2 a diesel (de 100cv) e a transmissão vêm do Ford Transit, veículo comercial bem comum na Europa.

Como a fábrica ainda não existe, os criadores não se arriscam a dizer quanto o Ox custará. Mas Murray dá uma pista: “Será o veículo off-road mais barato do mundo”.

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'É preciso modernizar as leis trabalhistas', diz Philipp Schiemer (webremix.info)


‘Brasil precisa equilibrar ajuste com políticas sociais’, afirma Cepal

WASHINGTON - As dificuldades econômicas da América Latina já estão fazendo a pobreza, inclusive em seu ponto mais extremo, ser levada em conta em ações de ajuste fiscal dos países, inclusive do Brasil, afirma Alicia Bárcena, secretária-geral da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe (Cepal). Presente no 20º seminário anual do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), na capital americana, ela alertou que a sociedade precisa definir o que não aceita negociar nas reformas trabalhista e previdenciária que o Brasil viverá. Combater a forte evasão fiscal pode ser uma forma de obter o ajuste fiscal sem prejudicar políticas públicas inclusivas, diz ela. Otimista, ela acredita que o Brasil vai retomar logo o crescimento e precisa pensar, junto com seus parceiros do Mercosul, formas de criar cadeias produtivas conjuntas, como na indústria farmacêutica. Abaixo, os principais pontos da entrevista:

Na sua palestra, você disse muito sobre a volta do crescimento da pobreza, mas a região hoje tem problemas fiscais. Como vê isso?

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Me parece que temos que chegar a este grande objetivo de obter equilíbrio fiscal ao mesmo tempo em que continuamos com a redução da pobreza. Temos que crescer para igualar e para ter igualdade em muitas frentes, não apenas na renda, renda é muito importante, mas não é a unica desigualdade que a região enfrenta. Por exemplo em serviços, em bens públicas, as pessoas estão ávidas por bens públicos de saúde, de transporter, de educação, então temos que fechar muitos espaços e por acredito que, efetivamente, é preciso saber o que fazemos com estes ganhos. Observe, a divisão dos ganhos de produtividade na nossa região ainda favorecem mais o capital que o emprego, todavia há um divisão entre a massa salarial e o capital que não é igualitária ou equitativa. No Brasil conseguiram muitos avanços nesta direção, não apenas por ter tirado 40 milhões de pessoas da pobreza, mas também se conseguiu estabelecer um padrão estrutural de distribuição dos ganhos de produtividade muito interessante. Se comparo o Brasil com o México, os ganhos de produtividade do Brasil 40% vão para a massa salarial e 60% para o capital, mas no México vai apenas 20% para salários e 80% para o capital. E qual é o fim condutor disso? Em parte os salários, os empregos, sem dúvida alguma, mas também políticas públicas que permitem encarar isso. E temos que lembrar que um caminho é igualar para crescer, ou seja, essa saída da pobreza vai gerando novas demandas de consumos necessários, que pode se transformar em um grande motor da economia e isso ocorreu no Brasil.

Mas vivemos uma mudança muito grande no Brasil, em economias e em políticas públicos. Estes avanços estão ameaçados?

Claro, toda a região tem uma ameaça que está sobre sua cabeça com o ajuste fiscal, está se fazendo um grande ajuste em quase todos os países. O importante é preservar o gasto social, vou te dar um exemplo, em programas como Bolsa Família, de transferência condicionada, de potencial de ingressos para os mais pobres. Se se pode preservar estes programas, não devemos ver retrocessos importantes. Mas como conseguir este pacto? Este é um pacto que eu acredito que o Brasil está pensando nisso, como conseguir uma maior integração de objetivos de políticas sociais com, obviamente que algo que é urgente no Brasil, que é sair deste impasse econômico. Estou convencida que o Brasil sairá logo disso, pois é um país com uma estrutura produtivia muito mais diversificada que a região.

É possível um equilíbrio fiscal com preservação de políticas públicas inclusivas?

Temos que fazer isso possível. O Brasil já tem uma taxa tributária muito alta, embora estes impostos sejam mais indiretos, é mais regressivo. Mas mesmo assim o Brasil tem um grande mercado interno que é muito atrativo para os investidores estrangeiros e para os investimentos em geral. O Brasil é interessante para a China, para a Europa, até para a Aliança do Pacífico, que não pode dar as costas ao Brasil. Acredito que é muitoi possível que o Brasil possa conseguir este equilíbrio, tomara que sem castigar os mais pobres.

A evasão fiscal da região equivale a 6,7% do PIB. Combater isso pode ser uma frente para o ajuste fiscal?

Acredito que é uma forma obter recursos tributários, temos que ir atrás das empresas e indvíduos que estão fazendo evasão fiscal tanto no imposto sobre a renda como nos impostos agregados. Agora na Cepal estamos calculando a evasão fiscal país por país, e quando tenhamos estes resultados serão muito importantes para vermos, com as autoridades fiscais, se este é um caminho para obter mais recursos.

Está começando agora uma onda de direita na América Latina?

Eu acredito que a sociedade não vai permitir isso, ou seja, o que mais avançou na América Latina foi a sociedade. O que se falava das classes médias, que acredito que ainda não temos essa maioria, pois há uma vulnerabilidade muito grande das pessoas que saíram da pobreza, mas acredito que há uma maior consciência. O que hoje se interpreta como desencanto das pessoas, interpreto mais como uma vontade social, ainda desorganizada, embora ela esteja se organizando cada vez mais. As pessoas querem ser sujeito de políticas, não objetos de políticas e isso ´pe uma mudança profunda. A verdadeira democracia vai se expressar na forma como a sociedade está dizendo não, aqui não quero retrocesso. Os trabalhadores tem dito isso. Essa negociação coletiva é muito importante.

No Brasil se fala muito se fala em reformas trabalhistas e de previdência. Como isso pode avançar?

Acredito que as mudanças tem que ser graduais, progressivos, e tendo muito claro o que não é negociável para a sociedade. O que não é negociável? O que é que a sociedade não quer perder? A conversa vai passar por isso nos próximos anos.

Como vê os problemas do Mercosul?

O Brasil sempre será um sócio importante para o TPP, embora ainda não esteja no TPP, para a Aliança do Pacífico, pois o Brasil é um país tão grande, com uma demanda tão grande e com uma população tão importante, com necessidades tão essenciais que sempre será um ator fundamental nas negociações de acordos comerciais e de integração. O Mercosul tem alguns bons avanços, não podemos esquecer da história, o Mercosul conseguiu avanços fortes na integração produtiva, de questões estruturais para avançar juntos em muitos setores. Há muito potencial para que os papíses avancem juntos na integração da cadeia da soja, por exemplo, na agroindústria. Há que superar os problemas políticos, mas é preciso ver a integração de outra maneira: como criamos indústrias, projetos e estratégias que sejam do Mercosul? Por exemplo, uma indústria farmacêutica que é urgente para a região, nós estamos fazendo cada vez mais gastos de saúde e Brasil, Argentina e Uruguai, com seu potencial, podem criar uma indústria farmacêutica para o mercado regional, isso é urgente. Criar um mercado aeroespacial para a região, como já começou a fazer o Brasil. Temos que pensar em indústrias integradas.

Já há o crescimento da pobreza e da pobreza extrema na região?

Sim, nós nos preocupamos muito com isso, aumento da pobreza e da pobreza extrema e, pelo menos em 2015 e 2016 isso está se deteriorando, junto com o emprego.

Inclusive no Brasil?

Sim, infelizmente sim.

O Brasil é o maior responsável por este crescimento da pobreza na região?

Não, o caso mais grave é México, América Central.

(webremix.info)


Futuro dos antibióticos é motivo de disputa entre países do G-20

HANGZHOU (CHINA) — Os antibióticos podem se tornar o pivô de uma disputa entre países ricos e nações em desenvolvimento nos próximos meses. O prejuízo que a resistência às superbactérias pode causar ao mundo nos próximos anos levou as 20 maiores nações do Planeta a incluir o tema na pauta econômica do G-20. Relatório do Reino Unido apresentado aos líderes do grupo na China mostraram a necessidade de se financiar as pesquisas por novos antibióticos pelos laboratórios, que alegam não terem lucros suficientes para investir eles próprios em inovação. Muitos indicam que o advento dos medicamentos genéricos teria reduzido ainda mais as suas margens de lucro. O Brasil foi o primeiro país a rejeitar a demanda, que também teve o sinal negativo por parte da Índia e da África do Sul. G-20 05.09

— Se os países desenvolvidos estiverem dispostos a financiar, não tenho nada contra. Mas, dependendo de como for tratado o assunto, pode-se acabar abrindo caminho para setores da indústria que querem subsídios inibir a concorrência dos genéricos — disse o ministro das Relações Exteriores, José Serra.

O comunicado final da cúpula do G-20 de Hangzhou manifestou em um parágrafo a preocupação com tema e determinou a criação de um grupo formado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para estudar respostas econômicas para o problema. A declaração, no entanto, acabou mais evasiva do que o desejado exatamente pelo fato de já ter provocado polêmica na primeira rodada de conversas.

O relatório encomendado pelo governo britânico e liderado pelo economista Jim O'Neill, o pai do termo BRIC ( grupo que até recentemente incluía Brasil, Rússia, Índia e China), sugere um plano que requer pelo menos US$ 2 bilhões em investimentos para estimular as pesquisas. Ele alega que a economia global perderá cerca de US$ 100 trilhões até 2050 e que uma pessoa morrerá a cada três segundos por conta das chamadas superbactérias. Uma das causas para a criação desses microorganismos resistentes seria o uso excessivo de antibióticos pelas pessoas.

O ministro brasileiro reconhece a importância das discussões, mas ressalta que há países em que a população não tem acesso a antibióticos. Segundo ele, o debate deve ser feito de maneira equilibrada e a conta não pode recair sobre os países em desenvolvimento. Ele destacou também que a discussão não pode ameaçar a conquista dos medicamentos genéricos.

— Por outro lado, neste caso, dependendo de quem esteja falando, até mesmo inibir a concorrência com os genéricos. Olhando do ângulo dos países em desenvolvimento a conquista que os genéricos trouxeram e a possibilidade de quebrar patentes tem que ser fortalecida e não enfraquecida. Tem que manter a ofensiva dos produtos genéricos.

O argumento brasileiro na cúpula do G-20 foi que os fundos para a pesquisa só poderão ser concedidos se não ficarem restritos aos grandes laboratório internacionais. Boa parte deles, por sinal, está baseada no Reino Unido. Os recursos teriam de ser destinados a pequenos laboratórios, sobretudo em países em desenvolvimento.

(webremix.info)


Vídeo mostra explosão de foguete da SpaceX na base de Cabo Canaveral

Vídeo mostra momento da explosão do foguete

CABO CANAVERAL, Flórida — Uma explosão foi registrada na manhã desta quinta-feira na base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, ao lado do Centro Espacial Kennedy, da Nasa. De acordo com a agência espacial americana, o acidente ocorreu por volta das 9h, pelo horário local (10h de Brasília), durante testes de rotina em um foguete não tripulado da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk. O acidente atrapalha os planos do Facebook de expandir seus serviços para o continente africano.

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Em comunicado, a SpaceX informou que o acidente não deixou feridos, e que uma "anomalia" durante um teste resultou na perda de um foguete Falcon 9 e de um satélite de comunicações israelense, que tinha lançamento previsto para este sábado. Não há informações sobre danos causados à plataforma, o que poderia atrasar lançamentos de missões para a Estação Espacial Internacional e de satélites previstos para os próximos meses.

O satélite AMOS-6, da firma israelense Spacecom, havia sido contratado pelo Facebook para distribuir sinal de internet em partes do mundo que ainda estão desconectadas da internet. Mark Zuckerberg, cofundador e diretor executivo da companhia, lamentou a perda do equipamento.

"Como eu estou aqui na África, estou profundamente desapontado em saber que a falha no lançamento da SpaceX destruiu nosso satélite que poderia fornecer conectividade a tantos empreendedores e todas as pessoas ao longo do continente", escreveu Zuckerberg, em sua página na rede social.

Segundo testemunhas, edifícios a quilômetros de distância da base aérea foram sacudidos pela explosão, e sons de múltiplas outras explosões posteriores foram ouvidos por minutos. Uma enorme coluna de fumaça negra subiu da instalação militar e pôde ser vista à distância. Mas autoridades locais informaram, rapidamente, que não há riscos para a população vizinha à base.

"Não existem ameaças para o público em geral da explosão catastrófica durante testes na plataforma de lançamento da SpaceX", informou o Escritório de Gerenciamento de Emergências do condado de Brevard, por meio de sua conta no Twitter.

A Nasa informou que a explosão aconteceu no complexo de lançamento 40, na base da força aérea, e que a equipe de socorro do Centro Espacial Kennedy está de prontidão. Funcionários estão monitorando a qualidade do ar na área em busca de possíveis gases tóxicos.

O bilionário Elon Musk também é dono da montadora de carros elétricos Tesla e fundador do sistema de pagamento eletrônico PayPal. Com a SpaceX, ele pretende revolucionar a indústria de exploração espacial reduzindo os custos de lançamento.

A empresa investe pesado em foguetes reutilizáveis, isto é, que podem ser usados em mais de um lançamento, em vez de se desitegrarem no espaço. Desde dezembro de 2015, seis foguetes da SpaceX lançaram satélites ao espaço e retornaram para plataformas em terra firme ou no mar. Esta semana, a SpaceX anunciou a assinatura do primeiro contrato de lançamento com um foguete já utilizado, o que deve acontecer até o fim deste ano.

O equipamento envolvido no acidente desta quinta-feira é um Falcon 9, usado constantemente para o reabastecimento da Estação Espacial Internacional.

(webremix.info)