Fotografia africana e do Cararibe

Notícia : Fotografia africana e do Cararibe

Conhecida por ‘Game of thrones’, Oona Chaplin volta à TV em ‘Taboo’

RIO — O que não falta a Oona Chaplin são credenciais. Bisneta do dramaturgo e vencedor do Nobel Eugene O’Neill, neta de Charles Chaplin, filha da atriz Geraldine Chaplin e do diretor de fotografia chileno Patricio Castilla, a atriz de 30 anos nasceu em Madri e cresceu entre Espanha, Escócia, Suíça e Cuba. links tv 29.4

Na TV, ficou conhecida por interpretar Talisa, mulher de Robb Stark em “Game of thrones”, uma das muitas vítimas do Casamento Vermelho. Agora, está de volta ao ar em “Taboo”, que o Fox Premium estreia hoje, às 22h.

Na elogiada série inglesa — com produção de Ridley Scott e assinada por Steven Knight (“Peaky blinders”) —, ao lado do protagonista, Tom Hardy, e do pai dele, Chips Hardy, Oona vive Zilpha, uma mulher do século XIX que se divide entre o amor por seu marido e pelo meio-irmão (por isso o “tabu” do título), interpretado por Tom. Aqui, o astro de “O regresso” encarna James Delaney, um homem que volta a Londres depois de passar dez anos desaparecido na África e ser dado como morto.

— O que me atraiu para esse projeto foi Tom. Fiz o teste com ele, e a fera que carrega em seu interior me impressionou. Eu disse: “com esse homem eu sigo até o fim do mundo” — conta.

Oona, que protagonizou muitas cenas de sexo em “Game of thrones”, agora vive uma complicada história de incesto.

— Zilpha é uma mulher feroz e horrendamente reprimida num mundo em que o corset lhe aperta até a garganta. Ali, os homens não têm a mínima consideração pela vida dela ou de qualquer mulher. E o conflito que nasce na personagem é interessante. O incesto é um dos poucos tabus restantes na televisão, é algo visto como imoral, sujo e nojento. Mas Zilpha e James se amam, não é um relacionamento abusivo. Isso só complica mais as coisas.

Já de sua família real, em vez de conflitos, Oona só guarda boas referências. Ela, que se define como um “coquetel de culturas”, em nenhum momento nega as origens.

— Deles herdei a curiosidade e a falta de preconceitos. Sou muito orgulhosa de fazer parte dessa família. Espero que no dia em que eu morrer eu possa olhar para trás e dizer: “honrei aquilo que herdei”.

(webremix.info)


Desde Aylan, h um ano, 4.376 morreram no Mediterrneo

TRAPANI, ITÁLIA - Em uma madrugada de agosto, 11 barcos foram lançados ao mar da costa da Líbia com 304 pessoas a bordo rumo à Itália. Numa pequena embarcação de madeira, viajavam oito famílias sírias. O mar parecia calmo, como de costume na orla, e o contrabandista garantiu que em duas horas estariam em terra firme. Na medida em que venciam os 41km das águas territoriais líbias, o mar agitava-se mais. Os barcos desapareciam entre as ondas e isso, aliado à inexperiência do condutor, fez com que se afastassem. Os passageiros de um dos botes viram quando uma grande onda virou o barco com os 27 sírios e jogou-os no mar. Lotado, sem comunicação para pedir socorro ou combustível para retornar, seguiu viagem — os traficantes jogaram as embarcações ao mar com combustível apenas para chegar até águas internacionais, onde operam os navios de resgate no Mediterrâneo. CONTEÚDO CARRANCA DIA 1

Com o filho de 5 anos num dos braços, Abdel Azis El-Assaf tentou segurar a mulher com o outro, mas teve de largá-la para socorrer a filha. Ele nadou até a menina, mas, ao se aproximar, viu que já estava morta. Ao nadar de volta, já não encontrou a mulher. Provavelmente, afundara — o grupo usava colete salva-vidas, mas a maioria dos entregues por traficantes são preenchidos com nada além de espuma.

O resgate dos sobreviventes veio de manhã, quando um barco de pescadores avistou-os no mar. Até o fechamento desta edição, os corpos de Jihan Abdullah Aissa, de 30 anos, grávida de cinco meses, e da filha do casal, Tasneem, de 2 anos, continuavam desaparecidos.

Duas crianças morreram por dia no Mediterrâneo no último ano, desde setembro de 2015, quando a fotografia do corpo do menino sírio Aylan Kurdi, encontrado numa praia da Turquia, chocou o mundo. A imagem se tornou símbolo da tragédia dos refugiados que tentavam chegar à Europa, comoveu opinião pública e obrigou União Europeia a responder à tragédia, mas não evitou que outras 4.376 pessoas morressem no mar desde então.

— Tentar manter as pessoas fora (da Europa) não está funcionando. O fechamento das fronteiras e a política para refugiados adotada pela UE reduziram as chegadas, mas o número de mortos continua crescendo. Isso indica que estão chegando por meios mais perigosos e rotas mais letais, como Líbia-Itália — diz Andrea Ciocca, coordenador de operações da ONG Médicos Sem Fronteiras em Trapani.

Mais de 86% das mortes no mar este ano ocorreram entre o Norte da África e a costa da Sicília. Entre janeiro e agosto, 2.726 pessoas morreram ou desapareceram ao fazer essa travessia, de acordo com Organização Internacional para as Migrações (OIM) — quase o total de mortos em todo o ano passado na mesma rota.

‘Sistema de controle e não assistência’

Uma em cada 39 pessoas que tentaram a travessia morreu — uma taxa de mortalidade pouco aquém da do ebola em Serra Leoa, na última epidemia, e 11 vezes maior do que na rota via Grécia, mais curta, mas menos usada após o acordo da UE com Turquia para deportação de novos refugiados. Jihan e Assaf arriscaram-se via Líbia porque a irmã dela, que chegou à Grécia com o marido e dois filhos há cinco meses, viu-se encurralada no país, sob ameaça de ser devolvida à Turquia. Cinquenta mil pessoas estão nessa situação — 38% delas crianças — vivendo em “campos de detenção”, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.

A família fugiu de Raqqa, “capital” do Estado Islâmico (EI) na Síria, onde viveu um roteiro de abusos, tortura e prisões. Karom Fihan, de 20 anos, foi o único que conseguiu cruzar a fronteiras da Europa e refugiar-se na Holanda, após ser preso duas vezes pelo EI — a primeira, por fumar; a outra, por não atender à convocação do grupo. Ao desembarcar em Palermo para ajudar o primo na busca pela mulher e a filha desaparecidas, pediu:

— Só não me leve para perto do mar.

O instituto médico legal, onde estavam os cinco corpos resgatados na noite do naufrágio, fica num prédio com vista para o Mediterrâneo — “bonita e morta” disse Karom, ao observar a vista. Três dos corpos eram de Dania e Alaa, de 1 e 2 anos, e a mãe, Raja Saleh, de 36. O marido, Yasir Ahmad Ramadan, de 40, foi o único sobrevivente da família.

A reportagem conversou com Azis e Yasir no centro para refugiados de Trapani, antiga prisão vigiada pelo Exército, para onde são levados os que chegam por mar. Confusos e chorando muito, eles estavam impedidos de deixar o local. Usavam uma espécie de uniforme e eram vigiados por funcionários — um deles avisou que Karom só teria dez minutos com o primo. Por lei, os refugiados só podem ser mantidos por até 72 horas. Na prática, ficam por tempo indefinido.

— Todo o sistema receptivo é de controle e não de assistência — denuncia a ativista marroquina Nawal Soufi.

Paraíso distante: Imigrantes são enterrados como indigentes no sul da Itália

Azis ainda acreditava que a mulher estava viva. Ele contou que o traficante assegurou-lhe que, por ser mais leve, o pequeno barco de madeira era seguro. Pelo serviço “vip”, exclusivo para os 27 sírios, cobrou US$ 1.700 (R$ 5.500) por adulto e US$ 1.000 (R$ 3.260) “com desconto especial” para as crianças. Dias depois, Azis e o filho foram transferidos a um abrigo em Roma. Mas, sozinho, sem documentos ou dinheiro e sem falar italiano, tem medo de sair. Passa os dias revendo a tragédia e remoendo a culpa por não ter podido salvar as duas. Seu filho brinca com outras crianças. Por vezes, pergunta pela mãe e irmã.

— A sensação de viver na Europa é a mesma que estar no cárcere — comenta Karom. — Estamos vivos, mas sem nossas famílias e sem liberdade.

O desembarque e o drama dos migrantes na chegada à Itália

(webremix.info)


Artista francs cria obras grandiosas e deixa sua marca no rio

RIO - Num espaço de poucos metros, cercado por andaimes e faíscas de máquinas em trabalho, ele comanda a energia do local. Fala em inglês, troca vez ou outra para o francês — língua materna —, e diverte-se com expressões em italiano (“Andiamo!”, “Gellato!”). Saca o celular, tira fotos para o Instagram, faz vídeos rápidos para o Snapchat e vibra a cada rosto que se forma na parede branca. Não perde o ritmo quando, durante a colagem, o cabelo de um personagem some junto com uma pincelada vigorosa de cola.

— Não contem para ninguém... Vou botar o cabelo dele de volta. Só preciso de um pedaço de papel preto — diz o artista francês JR, de 33 anos, enquanto remexe uma pilha de recortes.

Ele conheceu a maioria dos seus interlocutores há um par de horas, ainda que pareçam amigos de longa data. Os voluntários ajudam a instalar um painel com fotos em preto e branco de jovens integrantes da cozinha do Refettorio Gastromotiva, que, comandada pelo chef número 1 do mundo Massimo Bottura, serve refeições gratuitas na Lapa à população vulnerável. A técnica usada é marca registrada do artista francês, o wheatpasting, que consiste na colagem de cartazes a partir de uma mistura de farinha, açúcar e água (o brasileiríssimo lambe-lambe).

— Onde está o estilete? Quando está escuro não vejo porcaria nenhuma com os meus óculos — reclama, referindo-se ao acessório que esconde a cor de seus olhos com lentes escuras e proteção lateral.

Os óculos não saem do rosto, tampouco o chapéu da cabeça do francês, que atende apenas pelas iniciais de seu nome. Os recursos não são mera vaidade artística. O semianomimato, como se refere ao enigma autoimposto, é crucial para a integridade de seu trabalho. Ele não revela o nome de batismo, e até há pouco tempo sequer se deixava ser fotografado. JR opera habitualmente sob o radar, criando instalações gigantescas e deslumbrantes em lugares inesperados (e muitas vezes à margem da lei), guiado apenas por sua imaginação e pelo trabalho em equipe.

Foi assim que o Rio viu surgir um gigante pulando um prédio no Flamengo, outro mergulhando no quebra-mar da Barra da Tijuca, e um terceiro dando braçadas na Praia de Botafogo.

— O que estou fazendo agora no Rio não é contra a lei. Não mudaria em nada o fato de eu mostrar ou não meu rosto. Mas ao entrar em outro país, a lei não é como aqui. Estive na Turquia há menos de um ano, e todo meu trabalho era ilegal lá. Fui multado e precisei abandonar o país. É preciso pensar globalmente. Num dia, posso estar no maior museu do mundo, e no outro, o que eu estou fazendo é um crime. Não é que eu tente fazer coisas ilegais. É que algumas vezes é a única forma de fazer — defende.

No Rio, as instalações foram inspiradas em registros dos “movimentos perfeitos” de atletas pouco conhecidos aos olhos do mundo: o sudanês Younes Idriss, o brasileiro Cleuson Lima do Rosário e a francesa Léonie Periault. Nenhum presente nas competições da Rio-2016.

— Estava sonhando em fazer algo maior do que muros, me provocando sobre como poderia me reinventar, fazer a mesma coisa forçando os limites. Sempre tento criar algo em que eu poderia fracassar. É como eu sei que estou no caminho certo — afirma JR. — Estava esperando o momento ideal para voltar ao Rio com algo que eu nunca tinha feito. Comecei a olhar a cidade e vi um homem pulando um prédio. Foi um desafio maluco, mas queria construir algo inédito.

A cidade já é velha conhecida do artista. Desde 2008, ele vem pelo menos duas vezes por ano (neste, foram quatro visitas). O primeiro encontro aconteceu pelas manchetes de jornais: três jovens do Morro da Providência foram torturados e mortos depois de serem levados por militares do Exército a traficantes do Morro da Mineira, dominado por uma facção rival à que controlava a favela no Centro.

— Tiroteios acontecem todos os dias em favelas, e isso não chega ao noticiário francês. Mas daquela vez foi diferente, e resolvi vir para o Rio. Cheguei aos pés do morro mal falando português e encontrei uma mulher carregando sacolas de compras — conta ele em inglês, para logo depois emendar a história em um português quase perfeito. — Ela falou: “Amanhã você vem sem nada. Só com o seu livro. Me procura lá em cima. É só falar Rosiete.”

Do primeiro contato, ele conheceu outros residentes que toparam fazer da fachada de suas casas uma galeria a céu aberto. Em cartaz, os rostos das moradoras da favela.

— No primeiro dia, dez mulheres apareceram e todas eram relacionadas a um dos três meninos. A avó, a irmã, a melhor amiga… Elas não me conheciam, mas compartilharam suas histórias — lembra. — Comecei a imprimir as fotos delas e a instalar nas escadas. Aos poucos, cobrimos o morro inteiro em um mês.

No ano seguinte, JR abriu com o fotógrafo Maurício Hora, morador local, a Casa Amarela, espaço cultural que oferece oficinas para crianças da comunidade.

— O trabalho do JR é interessante porque une arte a uma boa sacação. Ele pensa não somente a questão artística, mas também humana, e de como interagir com as comunidades, com o mundo — avalia Hora.

A ideia remonta à juventude do artista. Filho de imigrantes do Norte da África e do Leste Europeu, JR cresceu com duas irmãs nos subúrbios de Paris. Começou a fazer grafites aos 13 anos, até que encontrou uma câmera esquecida no metrô quando tinha 17, e a história mudou:

— Não era uma boa câmera. Era de filme, com um flash forte e automática. Não comecei a fotografar imediatamente. Mas um dia me dei conta de que era uma boa forma de registrar os lugares onde íamos: telhados, trilhos de trem... Comecei a imprimi-las de forma bem barata, em preto e branco.

Os registros eram colados em muros e pichados com um contorno vermelho, sob o título “Expo2Rue”, um trocadilho para galeria de rua. No processo, deu-se conta do alcance da sua ideia.

— Quando eu fazia grafite, imprimia meu nome nas paredes. O dia em que eu comecei a colocar o rosto das pessoas, percebi o poder de empoderá-las. Qualquer um podia entender as fotos, um homem de terno e gravata... Já os grafites, apenas os meus amigos podiam. Eu queria tocar a todos — resume. — Eu não sabia que poderia ser um artista. Naquela época, não existia um movimento de arte urbana, chamava-se vandalismo. Meus pais não ficavam orgulhosos em me buscar numa delegacia. Eu só sabia que aquilo estava sugando toda a minha energia, dia e noite buscando paredes.

As fotocópias baratas viraram linguagem do trabalho do francês. Quando estouraram conflitos nos subúrbios de Paris em 2004, ele colou fotos em close-ups de jovens moradores dos banlieus fazendo caretas no Marais — sua primeira “exposição” ilegal. Em 2007, ele partiu para o Oriente Médio. Fotografou árabes e judeus e imprimiu suas fotografias em milhares de metros quadrados de papel. As imagens foram expostas lado a lado em Israel e na Cisjordânia, como um tríptico gigante de um rabino, um padre e um imã com expressões cômicas. Nos anos seguintes, fotografias de mulheres se espalharam por Serra Leoa, Libéria, Quênia, Índia e Camboja.

— Eu definitivamente não vejo barreiras. Cada vez que alguém me diz que é impossível, eu acredito, mas quero checar (risos). E este é o problema. Cada vez que eu chequei, era possível. Algumas vezes, fui preso; em outras, expulso de um país, mas na maioria funcionou — afirma JR.

Em 2011, aos 27 anos, ele se tornou o artista mais novo a ganhar o Prêmio TED, que já laureou Bill Clinton e Bono Vox. O valor (US$ 100 mil) foi investido no projeto colaborativo Inside Out, no qual JR não tira uma única foto. Em vez disso, as pessoas podem fazer seus retratos em um caminhão-cabine que tem circulado pelos quatro cantos do mundo (o veículo está no Rio para os Jogos, marcando a estreia do projeto na América Latina).

— As pessoas tiram as fotos e depois as colam pelo mundo, em lugares onde eu nunca estive. A beleza é que isso as conecta. Não importa se a foto é bonita ou não, mas que todos estejam juntos. E a desculpa é um pedaço de papel com um pouco de tinta nele — resume.

É por projetos como este que JR rejeita o rótulo de artista de rua. De fato, suas preocupações artísticas estão mais relacionadas a questões contemporâneas, como em borrar as barreiras entre artista, obra e público.

— O trabalho dele inclui muitas pessoas. E não seria possível sem ajuda de milhares. A ideia é criar perguntas, e não dar respostas. Fazer pensar em outras coisas, trabalhando na rua — ressalta o braço-direito Marc Azoulay, diretor do estúdio de Nova York e do projeto Inside Out.

Com trabalhos gigantescos, a logística faz parte da arte de JR. Para os grandes mosaicos formados pelos autorretratos do Inside Out no Boulevard Olímpico e nos acessos do Maracanã e do Maracanãzinho, foram trazidas da França centenas de caixas de um composto de cola. Já para os “atletas gigantes”, foi preciso negociar a ocupação de espaços com proprietários e órgãos públicos. Neste caso, JR contou com a ajuda da produtora Malu Barreto, mulher do artista plástico Vik Muniz, seu anfitrião no Rio e amigo.

— Estava um dia numa loja de móveis em Nova York e chega um cara e se apresenta como JR. “Qual?!”, perguntei (risos). Eu já conhecia alguns trabalhos dele, e quando fomos conversar surgiu uma daquelas boas amizades — lembra Vik. — O JR é de uma geração que estabelece uma nova relação do artista com o público, baseada também nas redes sociais.

Aficionado por arte, o chef Massimo Bottura faz campanha pela continuidade das obras do artista na cidade:

— O que o JR fez para o projeto no Rio é incrivelmente intenso e denso de significado. A cidade e o Brasil deveriam proteger o que ele está fazendo em memória da Olimpíada, dos atletas. Estou falando com autoridades, prefeito e governador. Quando a arte é bem feita, te traz uma incrível mensagem.

Em São Paulo, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, osgemeos, costumam ser anfitriões. O francês, que a dupla conheceu durante um projeto na Alemanha, é um dos poucos artistas que os brasileiros têm no currículo como parceiros.

— O trabalho dele é único, primeiro pelo fato de ser fotografia. E é muito original a forma como ele usa a cidade, como cola essas imagens de grande impacto. É um trabalho muito interativo, ele integra as pessoas. É um artista muito visionário, sempre com uma ideia positiva, para frente — define Gustavo.

Por isso mesmo, o artista passa boa parte do ano em viagens. Em Paris e Nova York, tem residência fixa, sendo a segunda por um período mais longo.

— Se olhar no Instagram, terá minha localização exata. Eu mesmo uso este recurso para lembrar onde estava — brinca.

A única regra para o francês é nunca estar ligado a qualquer organização. A maior parte do financiamento dos projetos vem da venda de obras por marchands:

— Eu nunca sei o que vem depois. E eu gosto disso porque você se arrisca a não ter nada e se esforça para pensar em algo. Gosto quando não há um plano. Na maioria das vezes, não preciso programar com muita antecedência. Eu simplesmente vou e faço com as pessoas.

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Jornalista americano e tradutor so mortos no Afeganisto

O jornalista americano David Gilkey e seu tradutor afegão foram mortos neste domingo enquanto viajavam com uma unidade do Exército que foi alvo de um ataque na província de Hemland (Sul do Afeganistão), noticiou a National Public Radio (NPR), a rádio pública dos EUA, para qual trabalhava Gilkey. Seu tradutor foi identificado como Zabihullah Tamanna. Outros dois jornalistas que viajavam com Gilkey — Tom Bowman e Monika Evstatieva — escaparam ilesos do ataque.

— David estava cobrindo guerras e conflitos no Iraque e no Afeganistão desde o 11/09. Ele se dedicava a ajudar o público a ver estas guerras e as pessoas que se tornam suas prisioneiras. Ele morreu cumprindo esse compromisso — declarou Michael Oreskes, vice-presidente sênior de notícias e diretor editorial da NPR. — Como homem e fotojornalista, David despertou a humanidade em todos aqueles que o rodeavam. Ele nos permitiu ver o mundo e uns aos outros através dos seus olhos — acrescentou.

Gilkey recebeu em 2007 um prêmio Emmy por uma série de vídeos sobre o batalhão dos fuzileiros americanos de Michigan no Iraque.

— As coisas para fazer eram incríveis e os lugares para ver, épicos — disse em uma ocasião o repórter sobre seu trabalho. — Mas são as pessoas, as pessoas que fazem com que valha a pena o esforço.

Sua fotografia ajudou a NPR a ganhar um prêmio Peabody por sua cobertura da epidemia de ebola. “Sua cobertura na África ajudou a dar rosto a uma doença (...) Realizou uma cobertura de alcance mundial muito pessoal”, destacou a NPR.

— Incidentes horrorosos como este nos lembram o importante papel dos jornalistas na vida cívica dos Estados Unidos. Ajudam que compreendamos além das manchetes e ver a humanidade nos outros — afirmou, comovido, Jarl Monh, presidente da NPR.

O respeitado jornalista recebeu várias honrarias, como sua indicação a fotógrafo do ano pela Associação de Fotógrafos da Casa Branca, em 2011, entre 36 distinções, bem como nove primeiros prêmios desde 2009, concedidos pelo grupo para o qual trabalhava.

No ano passado, foi o agraciado com o prêmio Edward R. Murrow pela cobertura de eventos internacionais, conflitos bélicos e desastres naturais, tornando-se o primeiro jornalista multimídia a receber esta premiação da Corporation for Public Broadcasting. Em 2004, foi escolhido pela Associação de Fotógrafos de Imprensa de Michigan como “Fotógrafo do ano” daquele estado.

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Fotgrafo James Nachtwey ganha prmio Princesa de Astrias

MADRID - O renomado fotógrafo de guerra americano James Nachtwey, testemunha de algumas das guerras e tragdéias mais escabrosas do mundo na história recente, foi agraciado nesta quinta-feira com o prestigiado prêmio espanhol Princesa de Asturias de Comunicação e Humanidades.

Em um comunicado, o júri do prêmio descreveu Nachtwey como uma "lúcida testemunha do sofrimento humano" e o apresentou como um dos melhores fotojornalistas e fotógrafos de guerra das últimas décadas.

A fundação enfatizou o compromisso profissional de Nachtwey e sua habilidade para trabalhar em conflitos e crises "sem renunciar aos princípios éticos do repórter ou adornar o que a câmera vê".

O fotógrafo de 68 anos, nascido em Syracuse, Nova York, começou a trabalhar como fotógrafo em um jornal do estado do Novo México em 1976 e, em 1980, se mudou para Nova York para iniciar sua carreira como fotógrafo de revista independente. Sua primeira tarefa internacional foi cobrir o conflito na Irlanda do Norte em 1981.

Nachtwey trabalha na revista Time Magazine desde 1984 e foi membro da agência de fotografia Magnum entre 1986 e 2001. Ele cobriu guerras e conflitos na América Central, Oriente Médio e África.

Na página principal de seu site, Nachtwey escreveu "Fui testemunha e estas fotografias são o meu testemunho. Os feitos que registrei não devem ser esquecido e nem devem se repetir".

O perfil biográfico da página indica que as imagens da Guerra do Vietnã e o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos tiveram um grande efeito nele, e foram fundamentais em sua decisão de se tornar um fotógrafo.

O prêmio de € 50 mil é uma das oito honrarias concedidas pela fundação, que leva o nome da princesa Leonor, herdeira do trono espanhol. Outras categorias reconhecem as grandes realizações nas artes, no esporte ou em pesquisa científica.

Os prêmios são entregues durante o outono europeu na cidade de Oviedo, no norte da Espanha.

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Neste estdio de fotografia de Bamako, frica era feliz

Malick Sidibé (1935-2016) era um dos históricos da fotografia. No seu estúdio, África não era o continente da fome e da miséria - era jovem, alegre e dançava. Morreu quinta-feira, aos 80 anos. Não era à toa que lhe chamavam “O Olho de Bamako”. (webremix.info)


ABP elege os melhores da propaganda nesta segunda-feira

RIO - Acontece hoje o Prêmio Destaque da Comunicação 2016 promovido pela Associação Brasileira de Propaganda (ABP). O evento, um dos mais tradicionais do setor, chega em sua 38ª edição cheio de novidades. Com o tema "O talento vence a crise", a premiação conta com 20 categorias e 60 indicados e será realizado na noite desta segunda-feira no Lagoon, na zona Sul do Rio de Janeiro.

Segundo Álvaro Rodrigues, presidente da ABP, o objetivo deste ano é estimular ainda mais o talento e a critividade, já que o setor vem sentido os reflexos da crise econômica. Por isso, ele destaca a criação de novas categorias, como a de Economia Criativa e de Jornalista da área.

— O objetivo é promover o talento. Neste ano, mudamos a forma de votação do prêmio. Numa primeira fase a votação foi aberta pela internet. Numa segunda etapa, os associados da ABP escolheram entre os mais votados. Com isso, chegamos a 60 profissinais que representam todos os lugares do Brasil — disse Rodrigues, destacando que antes a escolha era feita entre os associados da ABP.

A TV Globo é patrocinadora master do evento que conta ainda com ESPM, GfK, Unimed Rio e UOL como apoiadores.

Veja os indicados nas 20 categorias:

Publicitário do Ano:

Marcello Serpa

Nizan Guanaes (Grupo ABC)

Sergio Valente (TV Globo)

Profissional Executivo de Anunciante:

Duda Kertesz (J&J)

Anne Napoli (Vigor)

Paula Nader (Santander)

Profissional Executivo de Agência:

Erh Ray e Gal Barradas (BETC)

Guilherme Gomide (Agência Mirium)

Roberto Amarante (3A Worldwide)

Profissional Executivo de Veículo:

Eduardo Becker (Globo.com)

Felipe Goron (Infoglobo)

Ricardo Rodrigues (Turner)

Economia Criativa

Guilherme Telles (Uber)

Rony Meisler (Reserva)

Silvio Meira (FGV)

Profissional Jornalista do Trade:

Alexandre Lemos (M&M)

Laís Prado (CCSP)

Marcello Queiroz (PropMark)

Diretor de Criação:

Marcos Medeiros e André Kassú (CP+B)

Rafael Urenha (DPZ&T)

Ricardo John (JWT)

Redator:

Daniel Oksenberg (AlmapBBDO)

Ricardo Dolla (Y&R)

Sleyman Khodor (Talent Marcel)

Diretor de Arte:

Antonia Zobaran (NBS)

Daniel Leitão (Talent Marcel)

Murilo Melo (F/Nazca S&S)

Profissional de Atendimento de Agência:

Ana Paula Perdigão (Ogilvy)

Daniel (DPZ&T)

Marina Arantes (Z+)

Profissional de Atendimento de Veículo:

Leda Costa (Abril)

Paulo César Itabaiana (Facebook)

Tatiana Mariz (Band)

Profissional de Mídia de Agência:

Daniela Ferro (Artplan)

Luis Flavio Padilha (Havas)

Rodrigo Medeiros (Africa)

Diretor de Comerciais:

Jones+Tino (Stink)

Pedro Becker (Fat Bastards)

Vellas (Saigon)

Profissional de Planejamento:

Eduardo Barbato (Agência3)

Marcia Neri (Africa)

Mariana Quintanilha (JWT)

Profissional de Fotografia:

Marcio Rodrigues

Nixon Freire

Thomas Baccaro

Profissional de Produção de Som:

Chris Jordão (Big Foote)

Daniel Galli (Panela Produtora)

Pedro Botsaris (Antfood)

Profissional de Produção Publicitária

Fabiano Proença (Heads)

Monique Lima (W+K)

Rafael Coelho (Mood)

Profissional em Comunicação Digital:

Eco Moliterno (Africa)

Juliana Constantino (Instagram)

Raphael Vasconcellos (Facebook)

Profissional de Design:

Eduardo Foresti (Foresti)

Fred Gelli (Tátil)

Theo Rocha (F/Nazca S&S)

Profissional de Marketing Promocional:

Celio Aschar Jr. (Aktuellmix)

Cleber Paradela (Tudo)

Wilson Ferreira (Etna)

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Roteiros pelo mundo para quem quer aprender a fotografar

RIO - Haroldo Castro, fotógrafo com mais de 40 anos de experiência, já esteve em mais de 170 países, a maioria trabalhando. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a levar grupos, que queiram aprender fotografia, para alguns dos lugares que conheceu, principalmente na África. Para produzir essas viagens, ele se inspirou em um setor do turismo que se popularizou internacionalmente na década de 90, mas que, até alguns anos, não era muito conhecido no Brasil: o tour fotográfico.

BV-Foto

Esse tipo de viagem, segundo Castro, é voltado para quem busca conhecimentos em fotografia de maneira prática: em vez de uma sala de aula, os alunos aprendem tudo em campo. Em 2015, pela sua empresa, Viajologia, fez duas expedições com grupos de 12 pessoas cada, para Madagascar e Etiópia.

Durante cada clique, o fotógrafo ensina conceitos de luz, enquadramento e foco, por exemplo. Embora não haja exigência de equipamentos especiais ou experiência prévia para participar das viagens, Castro pede que os participantes o consultem antes da partida, para ouvir recomendações que permitam que “o passeio seja aproveitado ao máximo”.

FOTOS COM PERFIL FEMININO

— As pessoas que procuram este turismo obviamente têm muito interesse em foto, mas também querem conhecer lugares diferentes. São, na maioria, mulheres acima dos 40 anos e que já estiveram nos grandes pontos turísticos a nível mundial — diz Castro.

A fotógrafa Monique Cabral também oferece tours fotográficos pela sua empresa Trilharte. E há 20 anos, o que, afirma, a transforma na pioneira nesse tipo de atividade na cidade do Rio.

Monique conta que, após anos trabalhando em redação de jornais, decidiu seguir sua vocação “mais voltada para a natureza”. Os primeiros tours eram na capital fluminense. Com o aumento da procura, ela expandiu os passeios para cidades próximas e, há dois anos, oferece pacotes internacionais.

— Senti essa demanda crescente. Com a popularização das câmeras fotográficas, e depois com os smartphones, as pessoas começaram a ter mais acesso e buscavam noções mais profissionais.

A Trilharte oferece passeios no Rio e em cidades vizinhas, como as da região Serrana. As expedições internacionais incluem o deserto do Atacama e a Patagônia argentina. Para as viagens fora do Rio, diz Monique, é preciso que os participantes já tenham noções mínimas de fotografia, para que o passeio “possa ser bem aproveitado tecnicamente”.

Há também tours direcionados a públicos mais específicos. Em Curitiba, a Jen’s Tour oferece um passeio fotográfico noturno de bicicleta, pelos principais pontos da cidade. Quem busca este tipo de tour normalmente costuma ter conhecimento um pouco mais aprofundado sobre as fotos, “até pelo fato de ser noturno e exigir mais habilidades do turista”.

Porém, o tour é uma oportunidade para ampliar conhecimentos, já que o profissional que acompanha o grupo ensina os principais conceitos e técnicas, que são um pouco diferentes no caso das fotos feitas durante a noite.

Os mais aficionados por celular também podem usufruir de instruções profissionais. Rodrigo Rivas se apresenta como um fotógrafo especializado em imagens produzidas via celular. Em Nova York, ele oferece tours, em inglês e espanhol, em que também dá dicas de como otimizar as funcionalidades dos aparelhos, além de noções básicas, necessárias para qualquer imagem, seja no telefone ou na câmera, de luz, foco e enquadramento.

A advogada Monica Nascimento é um dos exemplos de fototurista. Logo após se aposentar, ela resolveu investir seu tempo em conhecer melhor a fotografia, atividade de que sempre gostou muito. Conta que ficou desanimada com a maioria dos cursos oferecidos, que, avalia, “são formais demais”. Queria algo mais movimentado:

— Tem uma idade em que a gente simplesmente não tem mais paciência para ficar na sala de aula, aprendendo aos poucos. Não vou me tornar uma profissional aos 65 anos, mas quero ter noções melhores, para me divertir.

UMA SÓ FORMA DE VIAJAR

Em 2007, uma amiga espanhola a convidou para uma viagem a Santiago de Compostela em um tour fotográfico. Desde então, Monica visitou outros cinco destinos, sempre com a câmera em mãos e orientação profissional:

— Recomendo para todo mundo. Conhecemos lugares fascinantes, pessoas que têm o mesmo interesse e, de quebra, aprendemos muito sobre a foto. Não consigo mais pensar em viajar de outra forma. Com as lições, ano passado até me animei e comprei uma câmera melhor.

PARA NÃO SE PREOCUPAR COM O FLASH

Já para quem quer registrar suas viagens sem ter que se preocupar em tirar boas fotos, mas não abre mão de imagens com qualidade, a start-up brasileira Phototrip.me, lançada este ano, oferece um tour fotográfico diferente. O conceito da empresa é inspirado em outros já conhecidos em cidades como Nova York e Londres. Nesse tipo de serviço, o fotógrafo é responsável pelas imagens dos clientes, enquanto eles aproveitam a visita pelo local escolhido.

Túlio Bragança, um dos fundadores, afirma que um dos diferenciais da Phototrip.me é oferecer profissionais que também são “guias mais alternativos” das cidades, mostrando lados diferentes, além dos pontos turísticos.

— A gente percebe que, com as redes sociais, com essa profusão não só de câmeras, mas também de publicações, as pessoas se preocupam muito com as imagens que elas estão tirando. Muitas perdem tanto tempo nisso, e até por não terem conhecimento técnico, que não conseguem se concentrar no local que estão visitando.

Muitos dos clientes são casais, principalmente em lua de mel. Mas, segundo Bragança, o perfil tem se diversificado e famílias e amigos também contratam o serviço.

Para agendar o trabalho, é preciso acessar o site do Phototrip.me, onde está o perfil de cada fotógrafo — são 27 no total — para que o usuário escolha o que melhor se encaixa ao plano da viagem.

As cidades onde o serviço é oferecido são Amsterdã, Barcelona, Belo Horizonte, Brasília, Buenos Aires, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Gramado, Lisboa, Londres, Los Angeles, Madri, Miami, Nova York, Ouro Preto, Paris, Recife, Rio de Janeiro, Santos, São Paulo e Viena.

A DF Photographie começou pela paixão do casal brasileiro Diego e Fabiana pelas imagens. Eles atualmente moram em Paris e oferecem este tipo de tour fotográfico na Cidade Luz. Para contratar o serviço de fotos é preciso fazer um orçamento pelo site da empresa.

Já a carioca Graviola Filmes oferece vídeos, além das imagens. Segundo as fundadoras, Laura Campanella e Clara Miloski, espontaneidade é fundamental para registrar memórias “inesquecíveis”:

— O interessante é as pessoas terem esses momentos únicos captados pela câmera, para que a história daquela viagem seja contada ali — afirma Laura.

A Graviola oferece o trabalho em vários países e cidades brasileiras. Para contratar, também é necessário fazer o orçamento pelo site.Para não se preocupar com o flash

Já para quem quer registrar suas viagens sem ter que se preocupar em tirar boas fotos, mas não abre mão de imagens com qualidade, a start-up brasileira Phototrip.me, lançada este ano, oferece um tour fotográfico diferente. O conceito da empresa é inspirado em outros já conhecidos em cidades como Nova York e Londres. Nesse tipo de serviço, o fotógrafo é responsável pelas imagens dos clientes, enquanto eles aproveitam a visita pelo local escolhido.

Túlio Bragança, um dos fundadores, afirma que um dos diferenciais da Phototrip.me é oferecer profissionais que também são “guias mais alternativos” das cidades, mostrando lados diferentes, além dos pontos turísticos.

— A gente percebe que, com as redes sociais, com essa profusão não só de câmeras, mas também de publicações, as pessoas se preocupam muito com as imagens que elas estão tirando. Muitas perdem tanto tempo nisso, e até por não terem conhecimento técnico, que não conseguem se concentrar no local que estão visitando.

Muitos dos clientes são casais, principalmente em lua de mel. Mas, segundo Bragança, o perfil tem se diversificado e famílias e amigos também contratam o serviço.

Para agendar o trabalho, é preciso acessar o site do Phototrip.me, onde está o perfil de cada fotógrafo — são 27 no total — para que o usuário escolha o que melhor se encaixa ao plano da viagem.

As cidades onde o serviço é oferecido são Amsterdã, Barcelona, Belo Horizonte, Brasília, Buenos Aires, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Gramado, Lisboa, Londres, Los Angeles, Madri, Miami, Nova York, Ouro Preto, Paris, Recife, Rio de Janeiro, Santos, São Paulo e Viena.

A DF Photographie começou pela paixão do casal brasileiro Diego e Fabiana pelas imagens. Eles atualmente moram em Paris e oferecem este tipo de tour fotográfico na Cidade Luz. Para contratar o serviço de fotos é preciso fazer um orçamento pelo site da empresa.

Já a carioca Graviola Filmes oferece vídeos, além das imagens. Segundo as fundadoras, Laura Campanella e Clara Miloski, espontaneidade é fundamental para registrar memórias “inesquecíveis”:

— O interessante é as pessoas terem esses momentos únicos captados pela câmera, para que a história daquela viagem seja contada ali — afirma Laura.

A Graviola oferece o trabalho em vários países e cidades brasileiras. Para contratar, também é necessário fazer o orçamento pelo site.

(webremix.info)


Centro do Teatro do Oprimido celebra 30 anos de atuao

RIO - A cópia de uma fotografia amarelada estampando o educador Paulo Freire, pai da Pedagogia da Libertação, de mãos dadas com o dramaturgo e diretor de teatro Augusto Boal, o criador do Teatro do Oprimido (TO), sintetiza o tom de um diálogo surgido em uma época em que repressão era a palavra de ordem no país: a crença dos dois no fato de que a educação e a arte poderiam ser democratizadas e transformadas em atos políticos. Exposta desde ontem na sede do Centro de Teatro do Oprimido, na Lapa, a tal imagem é parte de uma série de documentos, entre textos, fotos, vídeos, que deixam as gavetas e os armários das casas dos “curingas” do TO (como são chamados os especialistas e pesquisadores divulgadores do método e técnicas teatrais criados por Boal) para ganhar o público em uma exposição permanente.

— A ideia é que este nosso espaço na Lapa, um casarão de três andares do início do século onde já fazíamos uma série de eventos, mas não regulares, ganhe o status de um CTO Cultural, com esta mostra fixa e uma programação de apresentações, seminários, debates mensais (o CTO Reflete, toda primeira quarta-feira do mês) e outras atividades que levem ao público nossos 30 anos de história — diz Geo Britto, curinga desde 1991 e atual coordenador do centro.

Dois anos de ação na Maré

De acordo com Geo, estão também nos planos do centro a criação de uma escola de teatro popular, com o nome inicial de Espaços de Poéticas Políticas, baseado no primeiro livro de Boal, “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas”.

— Esta escola será um espaço de aprendizagem sobre o Teatro do Oprimido e também de outras formas de Teatro Popular e Teatro Político. Um espaço para debater desafios antigos e novas formas de opressão e exploração do capital e para aprender a arte teatral de forma não segmentada, integrando a produção de cenário e figurino, interpretação, dramaturgia, história das artes, política e sociologia — explica Geo.

Ontem, em uma noite de celebrações — dia 16 de março, além do aniversário de Augusto Boal (que faria 85 anos, se vivo) e do CTO no Rio de Janeiro (30 anos), é também o Dia Mundial do Teatro do Oprimido —, o primeiro passo deste novo momento do centro, todo pintado e reformado, foi dado. Na ocasião, além da abertura da mostra e de performances artísticas, houve a exibição de dois documentários sobre a história do TO e dos dois anos de projeto no Complexo da Maré, onde três grupos de teatro com jovens locais foram criados: o Maré 12 (com mulheres que debatem o machismo), o Maremoto (com uma reflexão sobre preconceito) e o Marear (sobre o direito à cidade). Na mesma ocasião, a curinga Bárbara Santos, que já formou multiplicadores do método de Boal em mais de 40 países, lançou o livro “Raízes & asas” (editora Ibis Libris), um apanhado de conceitos de Teatro do Oprimido organizados de forma didática e com exemplos de aplicação prática do método, que já percorreu escolas, presídios, sanatórios e até o universo das empregadas domésticas (a menina dos olhos de Boal era o projeto “Marias do Brasil”, formado em 1998 por dez trabalhadoras domésticas e ainda em atividade).

— Respeitando as diferenças e especificidades locais, seja na África, na Palestina ou no Rio de Janeiro, vamos encontrar áreas de conflito e possibilidades de aplicação do método. Propomos um diálogo entre a necessária flexibilidade para se adequar a condições sociais e políticas e a identidade do método, que tem na arte um canal de transformação social, intervenção e expressão de ideias — conclui a autora.

(webremix.info)


Sara Sampaio subiu ao topo do Kilimanjaro

A manequim Sara Sampaio subiu a montanha mais alta de África, na Tanzânia. No Facebook, a jovem portuense partilhou o feito, confirmando com uma fotografia em que posou com a bandeira de Portugal. (webremix.info)


‘Vivemos uma independência fictícia em Angola’, diz o rapper MCK (webremix.info)


‘Amor está em toda parte’, diz fotógrafo de beijo de refugiados em campo na Hungria

BUDAPESTE — O fotógrafo húngaro que capturou um casal aos beijos em meios a um campo improvisado de refugiados na estação ferroviária de Keleti, a principal de Budapeste, disse que “o amor está em toda parte”. István Zsíros contou que fez a fotografia pela manhã, ao registrar cerca de 2.500 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, dormindo no terminal no fim de agosto.

— Eu acho que todo mundo tem momentos felizes no acampamento de refugiados. Todo mundo está muito triste e frustrante, mas o amor está em toda parte, eu acho — disse o fotógrafo.

Zsíros, de 30 anos, contou a jornais britânicos que tentou mostrar outro lado do drama humanitário vivido por centenas de milhares de pessoas que tentam uma vida melhor na Europa após fugir de guerra e perseguição em países da África e Oriente Médio, em sua maioria cidadãos sírios.

— Eu estava curioso. Eu gostaria de encontrar o lado mais leve desta situação, porque é tão triste — relatou, dizendo que a cena capturada foi um “momento de sorte”.

Ele destacou que não conhece o casal fotografado, nem sabe a história deles. No entanto, disse esperar que “tudo vai ficar bem”.

— Todos vão ficar felizes, se acabarem na Alemanha ou em qualquer outro lugar — contou.

Depois que ele publicou a imagem nas redes sociais para participar de um concurso de fotos, ela viralizou.

(webremix.info)


Projeto ‘Everyday everywhere’ mostra diversos países para além de seus estereótipos (webremix.info)


Negros africanos so tema de exposio em cartaz no Centro Cultural Justia Federal

RIO - Principal porta de chegada dos escravos africanos no Brasil, onde segundo estimativas, teriam desembarcado mais de 2 milhões de negros, o Cais do Valongo possui uma carga simbólica da imensidão do oceano atravessado pelos navios negreiros. Recuperado há pouco tempo, com as escavações do projeto Porto Maravilha, ele provocou uma série de novas relações da população com sua própria história. Mineiro de Jatuaba, mas morador há 12 anos em Diamantina, o artista e fotógrafo Eustáquio Neves, conhecido pelas manipulações em negativos e experimentações em laboratório, também encontrou, no local, fortes razões para se deter por um período nessa história. Ali, nas redondezas do Valongo, entrevistando pessoas, surgiu o projeto “Valongo: cartas ao mar”, exposição fotográfica em cartaz até 2 de agosto no Centro Cultural Justiça Federal, no âmbito do FotoRio.

Neves chegou aqui em outubro de 2014, a convite do coletivo Fotografia Expandida, para dar um workshop num projeto que ganhara o apoio do Programa Rumos do Itaú Cultural. Trouxe uma câmera de vídeo, decidido a filmar depoimentos.

— Mas só conversei, não fiz qualquer registro. Quando voltei para Diamantina, já sabia o que queria fazer — conta.

O que queria fazer era falar de morte. E memória também, mas fundamentalmente morte. Começou por fotografar lápides nas centenárias e históricas igrejas de Diamantina. Essas lápides serviram de moldura para retratos de negros — são imagens de arquivo, mas também de pessoas que ele próprio registrou, como um rapaz que pegava água numa mina perto da cidade, e também um retrato seu, aos 17 anos, feito para uma carteira de identidade.

Ao conjunto ainda são adicionados símbolos que remetem à África — como a discreta estampa de uma galinha de Angola, que pode aparecer em algumas das obras — e também tarjas/carimbos com palavras como “carregado”, tirados de trens de carga. A ideia, diz ele, é relacioná-los “aos trens suburbanos sobrecarregados de gente, normalmente nas periferias, e nessas periferias, normalmente, negras”.

— São “os outros navios” — diz, referindo-se aos navios negreiros que transportavam os escravos. — Trouxe para cá porque tem a ver com os traslado de pessoas.

A imagem analógica, trabalhada no negativo e no laboratório, é então impressa digitalmente num papel de algodão, próprio para aquarela, embebido em emulsão fotográfica. Sobre essa impressão, ainda há interferências, como carimbos, uma camada de tinta acrílica, resultando num conjunto de fotos, de 1,00m x 1,60m cada, de estética e conteúdo contundentes.

— É uma experiência que carrego comigo; algum antepassado meu pertenceu a essa história, e eu acabo pertencendo a isso também — diz ele.

Curador da mostra, Milton Guran amplia esse pertencimento. Em texto sobre a exposição, ele diz: “As ‘cartas’ do Eustáquio, feitas de rastros de memória viva, dão voz aos primeiros atores desse legado que, para além da tragédia, nos fez como povo e como país, e por isso mesmo está em todos nós".

Neves vem investindo cada vez mais em projetos de documentação e resgate de memória desde que, no início dos anos 1990, trocou a profissão de químico pela fotografia. Antes de se interessar pelo Valongo, estava pesquisando os documentos de repressão ao candomblé arquivados na Delegacia de Jogos e Costumes de Salvador, que deve, muito em breve, render outro trabalho de fôlego.

SERVIÇO

“Valongo: Cartas ao mar”

Onde: Centro Cultural Justiça Federal — Avenida Rio Branco 24, Centro (3261-2550)

Quando: Até 2/8. Ter. a dom., das 12h às 19h.

Quanto: Grátis

Classificação: Livre

(webremix.info)


Obama tem mais seguidores no Twitter, mas papa o mais influente (webremix.info)


“A Europa não tem meios para combater os jihadistas no seu território” (webremix.info)


Dissidente cubano que vive em Salvador h 17 anos, Carlos Moore tem biografia lanada no Brasil

RIO - O nome completo do autor é extenso — Charles George Moore Wedderburn — , assim como a história contada por ele em sua auto-biografia. Lançada no exterior em 2008, “Pichón” segue os passos errantes do renomado cientista político, escritor, ativista e dissidente cubano ao longo de mais de cinco décadas, numa odisseia por Cuba, Estados Unidos, onde estudou, França, Egito, Nigéria, Senegal, onde viveu exilado, e Brasil, onde mora (em Salvador) desde 1998.

De entusiasta a crítico do regime cubano, Carlos Moore, como é conhecido, descreve sua luta contra o racismo (motivo de sua ruptura com Fidel Castro), num texto que ora parece um thriller de espionagem — foi perseguido tanto pelo serviço secreto do seu país como pelo FBI — , ora parece uma drama histórico, descrevendo do movimento pelos direitos civis nos EUA à luta pela emancipação africana, ao lado de personagens como James Brown, Malcolm X. (de quem se tornou amigo e até mesmo segurança improvisado), Joan Baez, Miriam Makeba e Fela Kuti (de quem escreveu a biografia “Esta puta vida”). Com o subtítulo “Raça e a Revolução Cubana”, o livro ganha, finalmente, uma versão em português — que sai, nos próximos meses, pela editora Nandyala — com um capítulo inédito, que descreve o ponto final do exílio de Moore, o Brasil.

“Quando revejo o livro, como agora para essa edição brasileira, fico espantado, pensando, 'Meu Deus, isso tudo aconteceu mesmo comigo?'”, afirma Moore, 72 anos, em entrevista exclusiva ao GLOBO, em meio a lembranças da boêmia cena folk de Nova York nos anos 1960, críticas à repressão de Castro à cultura africana e elogios ao hip-hop produzido atualmente na ilha.

Como é esse capítulo extra do livro, no qual o senhor conta sua experiência no Brasil?

Nele relato minha experiência de vida no Brasil. Aqui pude testemunhar algumas importantes mudanças na sociedade. Uma das mais interessantes, no meu ponto de vista, envolve a discussão sobre racismo, algo aberto no governo de Fernando Henrique Cardoso e depois aprofundado com o governo Lula. Falo sobre como esse debate, que antes era fechado e limitado, teve reflexos na sua cultura, como no cinema e na televisão, por exemplo.

Como o senhor descreveria sua adolescência, parcialmente passada nos Estados Unidos, afinal, como mostra o livro, aos 18 anos já tinha uma voz ativa e era vigiado pelo FBI?

Uma adolescência atípica, sem dúvida, já que minha tomada de consciência foi atípica também. Era o começo dos anos 1960, a época do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, do feminismo, das lutas de emancipação na África, contra o colonialismo etc. Pude acompanhar também a cena folk de Nova York, de Bob Dylan, Joan Baez e Pete Seger, e o crescimento do rhythm and blues e do funk de Sam Cooke e James Brown. Eram, enfim, tempos de efervescência, que praticamente obrigavam as pessoas a refletir sobre o mundo em que viviam. E em meio a tudo isso, aconteceu a Revolução Cubana, da qual me tornei, inicialmente, um entusiasta, mesmo acompanhado tudo à distância.

Foi nos EUA que o senhor teve os primeiros contatos com Malcolm X, de quem se tornaria amigo pessoal e até mesmo um chefe de segurança improvisado, em Paris, alguns anos depois. Como ele era na intimidade?

Conheci Malcolm X quando tinha 17 anos, em Nova York. Ia nas palestras e encontros na mesquita que ele frequentava e ficava apaixonado pela eloquência e pela coerência do que ele dizia sobre a afirmação racial. Acabei voltando a Cuba, onde me desiludi com a forma como a revolução estava sendo conduzida. Em resumo, após ser preso, fugi de lá e acabei reencontrando Malcolm X, em Paris, onde eu vivi parte do meu asilo. Isso foi no final de 1964. Ele vinha de uma série de encontros na África e daria uma palestra na capital francesa. Tivemos muitas conversas, e ele sempre se mostrou muito sereno e calmo. Sabia que estava marcado para morrer, tinha perfeita noção disso. Uma noite, quando estava no quarto dele, de guarda, vi que antes de dormir ele tomou um comprimido com um copo d'água. Perguntei o que era aquilo e ele apenas sorriu. Mais tarde, descobri que era um tranquilizante. Ele estava sob uma tremenda pressão e precisava daquilo para dormir. Menos de dois meses depois, foi assassinado.

É possível fazer um balanço, hoje, do impacto da Revolução Cubana na cultura?

O primeiro efeito foi extraordinário, que foi dar confiança ao povo, fazê-lo acreditar em sua força, em seu poder. Ela criou espaços de vida que não existiam antes. Por outro lado, foi progressivamente destruindo outras formas de expressão que deveriam ser mantidas. Como boa parte da população branca de Cuba fugiu para o exterior, a população negra se tornou majoritária no país. E Fidel e seus aliados não estavam preparados para lidar com isso, um dos motivos pelos quais me desiludi com a revolução. A música afro-cubana, por exemplo, foi reprimida, caso do Buena Vista Social Club, assim como as danças da santeria, do candomblé, que foram consideradas improcedentes e improdutivas. Jazz, funk e rhythm and blues também foram banidos, classificados como "imperialistas". Dizia-se que o momento era de trabalhar, não de dançar e cantar. Assim, tudo isso foi para a clandestinidade. Mas como é uma cultura que, desde a escravidão, está acostumada com os subterrâneos, ela resistiu e ficou ainda mais criativa, mesmo com a repressão que se mantém até hoje.

O hip-hop cubano é um exemplo atual dessa resistência criativa?

Sem dúvida, o hip-hop recupera a tradição oral africana, que é dura de ser combatida. É uma das formas mais revolucionárias de expressão, não só em Cuba, mas em todo o mundo. Claro que uma parte foi absorvida pela indústria, mas sua essência permanece intacta.

Mas recentemente foi descoberto que os EUA financiaram parte da cena de hip-hop em Cuba, como um alegado esforço para promover a democracia na ilha. Isso tira a credibilidade desse movimento?

Não acredito. O hip-hop cubano já existia antes desse projeto, que, aliás, foi um grande erro dos EUA, que só serviu para dar mais pretexto para a repressão das autoridades a esses artistas. Por outro lado, espero que a anunciada e esperada reaproximação dos dois países possa quebrar essas e outras barreiras e preconceitos. Hoje, boa parte da juventude cubana é apolítica, o que é, de certa forma, uma reação ao estado das coisas ali.

No livro, o senhor relata que sua última viagem a Cuba foi em 2000. Pensa em voltar?

Não penso. Após um banimento de 30 anos, voltei em 2000 e descobri que me sentia encurralado, como se estivesse numa prisão a céu aberto. A questão cubana não me polariza mais. Hoje posso prescindir de Cuba, não sinto mais angústia por viver longe da ilha.

O senhor já pensou em transformar o livro em um filme?

Meu saudoso amigo Néstor Almendros, fantástico documentarista e diretor de fotografia, colaborador de Truffaut, chegou a ler vários capítulos do livro e comentou que seria um belo material para um filme. Mas nunca foi uma obsessão minha, embora não esteja fechado a isso.

E que trilha sonora gostaria de ver musicando esse filme?

James Brown e Fela Kuti, duas personalidades vulcânicas, refletem boa parte do que aconteceu na minha vida, essa constante falta de paz que seguiu meus passos. Eles são a trilha imaginária do livro.

(webremix.info)


Resistncia contra a censura: casa em Paris oferece asilo para jornalistas refugiados

PARIS — O prédio no número 35 da rua de Cauchy, na esquina da rua Saint-Charles, no sudoeste de Paris, abriga inquilinos atípicos. Todos os residentes ali são jornalistas exilados, com um passado de ameaças, perseguições, prisões ou mesmo torturas em seus países de origem. A “Maison des Journalistes” se reivindica como lugar único no mundo, surgida em 2002 para acolher refugiados da mídia e ajudá-los a começar uma nova vida no exterior.

A diretora da casa, Darline Cothière, ela mesma fugida do Haiti, se orgulha do lugar, mas ao mesmo lamenta:

— Infelizmente, esta casa não fechará suas portas tão cedo dada a quantidade de jornalistas em todo o mundo que precisam se refugiar — diz, assentada em sua sala no térreo.

Com dois andares, um subsolo e um mezanino repartidos em cerca de 750 m², a “Maison” possui 15 apartamentos disponíveis. O período de residência varia de seis a oito meses, até que os jornalistas possam obter os papéis franceses necessários e um lugar definitivo para morar. O imóvel é cedido pela Prefeitura de Paris, e os cerca de € 350 mil necessários para a manutenção da casa e da ajuda material aos jornalistas provêm principalmente de doações de veículos da mídia francesa e de um fundo europeu para refugiados.

— Há três anos, temos recebido sobretudo sírios. As demandas são um tipo de termômetro, revelam a situação da imprensa no mundo, dependendo da zona de conflito da vez. Houve uma onda de afegãos em 2010-11, antes eram iraquianos. Tivemos iranianos, bengalis, uma tibetana. Da África, há Zâmbia, Ruanda, Congo, Guiné... E Cuba, Haiti. Da América do Sul, vieram dois argentinos, um colombiano e um venezuelano. Chineses temos poucos porque são muito controlados lá, são presos ou não conseguem sair do país — conta a diretora.

Entre Assad e o Estado Islâmico

O repórter fotográfico Muzzafar Salman, de 38 anos, originário da cidade síria de Homs, desembarcou na “Maison” em abril do ano passado. Com passagens pelas agências Reuters e Associated Press, e também com trabalhos publicados em jornais sírios, durante todo o ano de 2013 ele fotografou no front da cidade de Aleppo, um dos principais palcos de embate entre os rebeldes sírios e as forças do governo.

— Estamos habituados ao perigo. No começo da revolução, eram riscos normais. Mas quando você vê jihadistas querendo sequestrá-lo e matá-lo, é diferente. Em outubro de 2013, o Estado Islâmico tentou me sequestrar, mas os rebeldes me protegeram e me salvaram. Depois disso, saí mais umas cinco vezes, com a câmera escondida. Mas era muito fácil ser sequestrado, e decidi ir embora.

Salman foi para ao Líbano junto com sua mulher e solicitou asilo político na embaixada da França. Sua casa em Damasco foi destruída. Na capital síria, ele já havia sido preso por cinco dias, por causa de suas fotos de manifestações na ruas, quatro meses após o início dos conflitos. Demitido em 2011 do jornal “al-Watan”, onde chefiava o departamento de fotografia, por vezes enviava seus trabalhos sem assinatura para a Associated Press por causa de ameaças.

— Tenho amigos em Aleppo que foram sequestrados pelo EI e não tive mais notícias deles. Perdi um grande amigo, artista, que morreu na prisão em Damasco. Primeiro, as autoridades chamaram seus pais, mas sem comunicar nada. Eles estavam felizes, pois pensavam que o filho seria libertado. A mãe preparou uma refeição especial naquele dia e levou roupas novas para ele, mas quando chegaram na prisão souberam que era para recuperar o corpo. Foi muito cruel — conta.

Mesmo limitado em suas viagens, a fotografia não saiu de seu cotidiano, e este mês a “Maison” organiza uma exposição com 70 imagens de sua autoria nos confrontos em Aleppo.

— Não parei de fotografar. Fotografo todos os dias, e estou fazendo um projeto de acompanhamento de famílias de refugiados sírios na França. Mas o que precisamos é acabar com esta guerra, que parem estas mortes — desabafa.

No subsolo, Sirine Ameri, 22 anos, assiste a uma aula de francês. De origem tunisiana, ela trabalhava como jornalista de TV na Líbia. Seus problemas começaram em 2014, ao ser convidada para trabalhar no canal em árabe da rede France24, quando passou a receber repetidas ameaças da milícia islamista Fajr-Lybia. Em 17 de novembro do ano passado, permaneceu quatro horas sob interrogatório das autoridades de informação do país.

— Não há liberdade de expressão na Líbia. As milícias islâmicas atacam todo mundo. A Fajr-Lybia me enviou uma carta com ameaças. Fiz o pedido de asilo aqui porque não queria morrer — diz. — Não quero mais morar num país islâmico ou em conflito permanente. E quero voltar a trabalhar. Mas a primeira coisa que quero hoje é viver.

Calado pelo governo da Guiné

A trajetória de Alareny Baillo Bah, de 36 anos, da Guiné, não é muito diferente em sua essência. Jornalista da Rádio Televisão Guineana (RTG), rede nacional do país, foi ameaçado e por diversas vezes agredido por revelar informações comprometedoras ao poder, e está refugiado na França desde junho de 2014.

Destinado a trabalhar como setorista do Ministério da Energia, não se intimidou em denunciar irregularidades em contratos de licitação pública para barragens e hidrelétricas e volumosas compras de material de construção no país.

— A mídia privada começou a me entrevistar. Me afastaram e fui declarado persona non grata no ministério. Passei a receber ameaças escritas e por telefone. Fui atacado várias vezes por grupos armados, me tiraram a roupa e me bateram. Certa vez, numa perseguição, meu carro capotou, deram tiros. Então me dei conta de que teria de fugir.

Hoje, ele colabora com o blog “O olhar do exílio”, mantido pela “Maison”, e também participa de encontros promovidos com estudantes para contar sua história. Muçulmano e religioso, ele esteve na grande manifestação contra os recentes ataques terroristas em Paris.

— Liberdade de expressão na África só existe quando você apoia o governo. Se for contra, você é um alvo a ser abatido. Eu só sei fazer jornalismo, e tenho medo de ficar aqui e ter de trabalhar como operário, marceneiro, motorista...

(webremix.info)


O heri muulmano: jovem funcionrio de origem africana salvou 6 pessoas de sequestrador

O malinês Lassana Bathily salvou a vida de seis pessoas - Reprodução

PARIS — Ao mesmo tempo em que o fundamentalista islâmico Amedy Coulibaly invadia o mercado de produtos kosher Hyper Cacher, em Paris, e armado com um fuzil e fúria jihadista disparava e matava três clientes e um empregado, uma história de solidariedade com o próximo, sem ver cor ou credo, se desenrolava. Um funcionário muçulmano da loja — que atendia uma clientela judaica — salvou seis pessoas ao escondê-las num frigorífico situado no porão do estabelecimento.

O mercado estava cheio, com muitos clientes fazendo as compras para o shabat, o dia sagrado do descanso judeu. Assim que viu o terrorista entrando na loja armado, Lassana Bathily, funcionário do Hyper Cacher nascido no Mali, no Leste da África, entrou em ação e usou do pensamento rápido e sangue-frio para salvar vidas.

— Quando os clientes correram, eu abri a porta (do frigorífico). Havia muitas pessoas que vieram na minha direção — contou ele à emissora BFMTV. — Eu apaguei as luzes, desliguei o freezer. Então, eu os coloquei (os reféns) dentro, fechei a porta e disse para eles permanecerem calmos.

Reconhecimento no Twitter

Em seguida, usando um elevador de carga, Bathily escapou do Hyper Cacher. Com isso, foi capaz de fornecer valiosas informações à polícia, que começava a fazer o cerco ao terrorista do lado de fora do mercado: Bathily explicou o que estava acontecendo e onde os reféns estavam escondidos.

Tímido e relutante em contar a história, Bathily contou que, após o tiroteio acabar, com a polícia abatendo Coulibaly, muitos dos clientes passaram a apertar a mão dele e agradecer-lhe pelo seu gesto. De acordo com o noticiário francês, Bathily, aos 24 anos, salvou a vida de seis pessoas.

Ontem, uma fotografia dele, com a legenda “Muçulmano Malinês” foi tuitada ao redor do mundo como símbolo da bondade e da união dos povos contra o terrorismo. Muitas pessoas pedem para que Bathily seja reconhecido por sua ação. Um outro tuíte dizia: “Um verdadeiro herói no sequestro do mercado kosher.”

(webremix.info)


Em Jawai, na ndia, visitantes acampam em tendas de luxo para observar leopardos

JAWAI — Propriedade mais recente do grupo hoteleiro indiano Suján Luxury, o Jawai fica às margens do rio homônimo e próximo à cidade de Bera, mesclando conforto e vida selvagem em abundância. Com pinta de glamping (camping com glamour), tem nove tendas espaçosas, equipadas com camas confortáveis, ar-condicionado e banheiro que inclui chuveiro de alta pressão e pia dupla.

A decoração tem um quê de Bauhaus, meio anos 1930, com muito preto, branco e metal nos móveis do designer Michael Aram, incluindo enormes imagens monocromáticas de leopardos na cabeceira das camas e um deque externo com sofá e mesa de trabalho com vista para a paisagem semiárida que rodeia o hotel. Para não dizer que a natureza ficava só do lado de fora, insistentes esquilos entravam e saíam dia e noite da minha tenda.

As áreas comuns incluem piscina, biblioteca, sala de estar, spa, minibutique e tenda-restaurante, que serve um fugaz café da manhã, cozinha internacional no almoço e cozinha indiana no jantar. As refeições estão incluídas, com refrigerantes, água mineral e algumas bebidas alcoólicas, como cerveja e vinhos da casa — a menos que você, como eu, esteja no hotel em feriados nacionais nos quais bebidas alcoólicas sejam proibidas.

O casal de proprietários, Singh e Anjali, apaixonado por fotografia, fez questão de equipar os jipes de safári com binóculos Carl Zeiss e câmeras reflex. Têm a ideia de criar ali um programa de pesquisa de leopardos e se dizem comprometidos em empregar e beneficiar a comunidade local.

As chances de ver de fato os felinos no local, dizem os estudiosos, são talvez as mais altas de toda Índia — pelo menos 75% na opinião dos proprietários. Nos meus três dias ali, testemunhei de perto, e em ocasiões diferentes, as andanças de um macho e uma fêmea com dois filhotes — de maneira mais próxima, longa e calma do que em todos os meus safáris sul-africanos somados.

A simpatia dos moradores nas visitas a vilarejos nos arredores de Jawai - Mari Campos / Agência O Globo

— Eles não se incomodam com a luz tão forte na cara? — indaguei ao ver o guia deixar dois holofotes apontados diretamente para os olhos de um leopardo.

— Não, felinos nunca se incomodam com luz. Se incomodam mais com barulho ou movimentos repentinos — explica Adam Bannister, líder dos guias do Jawai.

Biólogo especializado em felinos, Adam sabe o que fala. Passou quase cinco anos na reserva Londolozi, na África do Sul, e um ano estudando onças-pintadas no Pantanal brasileiro. Desde a abertura do lodge, estuda o comportamento dos leopardos da reserva com afinco. Até já “batizou” os animais que rodeiam a propriedade para facilitar sua identificação — fotografa e os reconhece pela estrutura, porte, padrão das manchas e até pegadas.

Os safáris saíam sempre atrás de trilhas e rastros de pegadas que ele mesmo já tinha identificado antes. Ao contrário da África, os leopardos indianos não vivem em árvores, inexistentes por ali. E na ausência de outros grandes felinos, como leões, eles não têm por que preservar as presas de assaltos.

— Exceto as mães como os filhotes pequenos, leopardos são andarilhos solitários e por isso não é tão simples avistá-los — diz Bannister.

Como em qualquer safári, é preciso dose extra de paciência na observação dos leopardos. Primeiro, porque encontrá-los é demorado e exige um olho clínico dos guias. Sua localização geralmente é delatada pelo grito insistente dos pavões ou macacos. Depois, porque seus movimentos são lentos: um espreguiçar aqui, e logo voltam os olhos aparentemente impávidos ao horizonte.

Somente com o passar do tempo é que resolvem se levantar e atravessar os campos cor de mostarda. A cada passo lento, uma sucessão de cliques são ouvidos no carro, enquanto os turistas acertam o foco de suas câmeras e binóculos e os pacientes, silenciosos e hábeis motoristas posicionam o veículo mais e mais perto. Os jipes foram customizados para o próprio lodge; surpreendem os hóspedes acostumados aos safáris africanos ao subirem e descerem sem cerimônia enormes rochedos. Ali humanos e animais parecem coexistir em harmonia. Os homens rabari — uma das mais antigas tribos nômades da Índia — circulam desenvoltos, altos, magros e com seus indefectíveis trajes brancos e turbantes vermelhos, com rebanhos de ovelhas e cabras pelos campos. Garantem que não temem a presença dos leopardos: “Há mais de cem anos nenhum homem é atacado por aqui", me disseram algumas vezes. Para os sacerdotes das redondezas, os leopardos são considerados guardiões sagrados dos templos mais antigos. E a verdade é que eles parecem mesmo grandes, saudáveis e condicionados à presença humana.

Leopardo avistado em safári noturno em Jawai - Mari Campos / Agência O Globo

Além dos disputados e esperados avistamentos de leopardos, os safáris são sempre pontuados por uma profusão de pavões e pássaros para nenhum fã de birdwatching colocar defeito. Aqui e ali aparecem ocasionalmente flamingos, jacarés, antílopes e macacos. Antes ou depois dos safáris, os guias são abertos a esticar o passeio e visitar os vilarejos rabari ou ver de pertinho Jawai Bandh, um dos maiores reservatórios do Rajastão ocidental, famoso por seus flamingos.

A rotina ali inclui, além de dois safáris diários (antes do amanhecer e nos finais de tarde), mergulhos na piscina, leituras preguiçosas na biblioteca lounge ou no deque das cabanas e minitours pelos jardins de especiarias.

Excursões ao templo Ranakpur ou à fortaleza Kumbhalgarh, distantes cerca de uma hora do hotel, podem ser arranjadas com custo adicional.

SERVIÇO

COMO CHEGAR: Dirigir por conta própria é desaconselhável pela estrutura do trânsito no país e condição das estradas. Para ir de Jodhpur ao Jawai a melhor opção é contratar um carro com motorista. A viagem dura cerca de três horas e de Jodhpur é possível voar para outros destinos da Índia, como Délhi. Os roteiros customizados dependem do veículo, da quantidade de dias e passageiros e do total de serviços. Com a Banyan Tours, testada nesta reportagem, o itinerário de seis noites que inclui transporte privativo, guias, voos domésticos entre Délhi e Jodhpur, duas noites no Jawai, duas noites no Raas e duas noites no excelente The Lodhi, em Délhi, custa a partir de US$ 1.966 por pessoa em quarto duplo. Outras empresas, como a Indian Routes, também atendem agências brasileiras com propostas semelhantes. Algumas permitem contratar apenas o serviço de carro com motorista, por valores desde US$ 100 ao dia.

VISTO: Desde 27de novembro, brasileiros podem pedir o visto de turismo na chegada (Tourist Visa on Arrival) à Índia, para até 30 dias, em processo on-line. Pelo site indianvisaonline.gov.in o turista envia o formulário, foto recente e a imagem da página de identificação do passaporte, além de pagar a taxa de US$ 60. A autorização para a viagem é enviada por e-mail. Esse documento, impresso, será trocado pelo visto na chegada ao país.

CLIMA: A melhor época do ano para explorar Jodhpur e o Jawai é de novembro a março. Em dezembro os preços sobem com a temporada de polo e festivais. As monções podem se alongar de junho a setembro e os meses mais quentes são abril e maio. O Jawai fecha durante as monções.

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Espanhol revela fotos inditas de Che Guevara

MADRI — Por quase 50 anos, fotos de Che Guevara estiveram guardadas na Espanha, com a família de um missionário que passara anos pregando na Bolívia. Mas agora as fotos vieram a público, com o sobrinho do religioso mostrando novas imagens do guerrilheiro argentino depois de morto.

São oito fotografias em preto e branco de momentos diferentes do médico que se tornou aliado de Fidel Castro e mito revolucionário. Che deitado, com a camisa manchada de sangue ou sem ela. Há também imagens da companheira de Che na Bolívia, Tamara Bunke, conhecida como Tania.

— Meu tio as trouxe quando veio para o casamento dos meus pais, no final de novembro de 1967 — contou à Agência France-Presse Imanol Arteaga, sobrinho do missionário Luis Cuartero Lapieza, que por mais de 11 anos pregou na Bolívia. — Minha tia e minha mãe contam que ele as recebeu de um jornalista francês.

O corpo de Che, sem camisa: Arteada acredita que as fotos tenham sido feitas por Marc Hutten, da AFP - AFP / AFP

Che foi capturado em 8 de outubro de 1967, executado no dia seguinte e enterrado em segredo na madrugada do dia 11 com mais seis guerrilheiros.

Após a morte de Cuartero em 2012, Arteaga, prefeito do pequeno povoado de Ricla, em Aragão, ficou com alguns pertences do tio como recordação. Ele recebeu da tia as fotos de Che em um envelope, junto com outras fotografias feitas na Bolívia.

As fotos de Che morto ficaram perdidas por quase 50 anos - AFP / AFP

Arteaga começou, então, a procurar sua origem. Através de buscas na internet, ele chegou ao nome do fotógrafo francês Marc Hutten, autor das poucas fotos coloridas conhecidas do momento em que o Exército boliviano expôs o corpo guerrilheiro no povoado de Vallegrande, 150 quilômetros a sudoeste de Santa Cruz.

— Ele pediu ao missionário que trouxesse as fotos porque era o único europeu naquele momento que ia partir (da Bolívia) — disse Arteaga.

Hutten morreu em 2012 e, segundo Sylvain Estibal, responsável de fotografia da AFP para Europa e África, disse que havia enviado quatro ou cinco rolos de filme a Paris. Mas quando o fotógrafo chegou a França, só havia umas poucas fotos de seu trabalho.

— Onde elas foi parar o restante continua sendo um mistério — disse Estibal à AFP.

Arteaga nunca pensou em tornar as fotos públicas até conhecer alguns jornalistas. E, apesar de revelá-las, não pretende se desfazer delas.

— Agora me dou conta de que elas têm um valo histórico.

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Leoas cochilando no Serengeti levam prmio de fotografia

Uma bela imagem em preto e branco de leoas cochilando em um rochedo no Serengeti, na África, venceu o prêmio geral e a categoria preto e branco do Wildlife Photographer of the Year, em sua edição de 2014.... (webremix.info)


Fotografia e gerao de renda

Ensinar o seu ofício foi a forma que uma fotógrafa canadense encontrou para ajudar pessoas de baixa renda na África do Sul. Andrea Rees criou o projeto The heART of a Woman (O coração de uma mulher, em tradução livre), que ensina jovens mulheres e mães desempregadas de uma comunidade carente a fotografar. A iniciativa […] (webremix.info)


Maio o ms da fotografia no MIS de So Paulo

SÃO PAULO — Com a popularização dos smartphones, todos viraram fotógrafos. É natural, portanto, o interesse crescente pela fotografia, seja por meio de um olhar mais atento para a obra de profissionais, seja nas redes sociais, acompanhando registros de amigos, integrando coletivos de fotografia, compartilhando e curtindo cliques.

A constatação é de André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, que há três anos dedica o mês de maio a tratar da arte mais popular e democrática do momento. Ela ocupa todo o prédio da instituição, localizado nos Jardins, numa grande mostra dividida em seis partes.

— Cada uma das exposições tem uma cenografia própria. Mudam a cor da parede, a iluminação — explica o diretor, completando: — Busquei um conjunto que faça sentido. As exposições evoluem de um trabalho totalmente documental para construções cada vez mais elaboradas.

O ápice da fotografia documental na exposição são os registros do fotógrafo tcheco Josef Koudelka da repressão da Primavera de Praga, em 1968. São 75 fotos dos sete dias da invasão soviética. Na época, as imagens de Koudelka foram publicadas com as iniciais P.P. (Prague Photographer, ou Fotógrafo de Praga) para proteger o fotógrafo e sua família de retaliações. Em 1969, ele recebeu anonimamente a Medalha de Ouro Robert Capa do Clube de Imprensa Estrangeira. Abandonou a Tchecoslováquia no ano seguinte, quando pediu asilo político e passou a integrar a equipe da agência Magnum Photos.

— Tanto se fala hoje nas primaveras árabe e brasileira. Quis mostrar a pioneira e revelar que os protestos não são exclusividade de nossos tempos — diz Sturm.

Documental, mas de construção ligeiramente mais elaborada é a mostra de Valdir Cruz, fotógrafo brasileiro radicado em Nova York. São 40 imagens de uma série à qual ele se dedica há 30 anos, registrando paisagens e personagens de sua terra natal, Guarapuava, no interior do Paraná. A composição ganha mais destaque na série "Luz negra", do fotógrafo baiano Robério Braga. Ele retratou tribos da África Oriental em duas viagens ao Quênia e à Tanzânia.

— Quis retratar traços de uma cultura, e não indivíduos. Optei pela subexposição luminosa. Assim, baixas luzes, como a pele negra, não são captadas. O destaque fica nos elaborados adereços — detalha Braga.

Já a série de dez fotografias em grande escala "Por baixo das rosas", do americano Gregory Crewdson, não é documental. Tudo ali é construído para parecer real. É um contraponto forte em relação às outras mostras.

— São imagens naturalistas totalmente não realistas, ou seja, uma construção/imitação do real — avalia Sturm.

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Oscar Pistorius confrontado com imagens dramticas

Um promotor sul-africano forçou o velocista Oscar Pistorius a olhar, nesta quarta-feira, para uma fotografia da cabeça de sua namorada Reeva Steenkamp destruída por um tiro disparado por ele no Dia dos Namorados da África do Sul no ano passado.

O post Oscar Pistorius é confrontado com imagens dramáticas apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.

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Livro revela os bastidores das imagens de Sebastio Salgado

RIO - O fotógrafo Sebastião Salgado descobriu que amava a mãe aos 15 anos, quando partiu pela primeira vez de Aimorés, no interior de Minas Gerais, com o objetivo de prestar concurso de cadete da Aeronáutica, no Rio. Depois de viajar 24 horas em trem e ônibus para fazer as provas, ele teria que ficar uma semana na cidade, à espera do resultado. Mas bateu uma saudade “tão grande” da mãe que o jovem foi embora, sem ter, até hoje, a menor ideia se foi aprovado ou não. Fez o percurso de volta, correu para a fazenda da família e, quando a mãe o avistou, da porta de casa, saiu correndo para abraçar o filho.

— Ela me deu um abraço tão grande, um negócio imenso na vida. Nessa hora descobri minha mãe, o meu amor por ela e o amor que ela tinha por mim. Naquele dia descobri a importância da minha mãe na minha vida — conta.

Esse relato não está em “Sebastião Salgado — Da minha terra à Terra” (editora Paralela). Nem esse nem um “punhado de outras histórias”, deixadas de fora do livro de 152 páginas, que chega às livrarias na terça-feira (o lançamento é na segunda, em São Paulo, às 12h30m, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Higienópolis, além de entrevista de Drauzio Varella com o fotógrafo no Teatro Eva Herz, às 19h30m).

Fruto de cinco encontros com a jornalista francesa Isabelle Francq — mas escrito em primeira pessoa, como autobiografia —, o volume lançado no ano passado na França, onde ele vive desde 1969 (com intervalo de dois anos em Londres), não tem a pretensão de esgotar a biografia do fotógrafo brasileiro mais conhecido internacionalmente. A ideia era apresentar o pano de fundo, as raízes pessoais, políticas e éticas que permitiram a produção de séries célebres como “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”. Se as fotografias de Sebastião Salgado corroboram a máxima “uma imagem vale mais do que mil palavras”, o livro funciona como um contraponto disso: é enriquecedor conhecer seus bastidores e as motivações do homem que as produziu, ao lado do caderno de imagens incluído no livro.

— Estou ficando velho. Acabei de fazer 70 anos (em 8 de fevereiro). E quando você fica velho você vira contador de histórias — diz Salgado, em entrevista por telefone de Paris, explicando por que sucumbiu ao pedido da jornalista (pesou também a favor o fato de ela ser mulher de um amigo, “o melhor técnico da França, que me ajudou muitíssimo na minha passagem do negativo ao digital. Não consegui dizer não”).

Economista até os 29 anos

Os encontros foram logo após a realização de “Gênesis”, e é por essa série que “Da minha terra à Terra” começa. A primeira frase — “Quem não gosta de esperar não pode ser fotógrafo” — é a deixa para Salgado fazer sua profissão de fé no ofício, que o fez largar, aos 29 anos, o emprego de economista na Organização Mundial do Café.

— O tempo da fotografia é o tempo da vida, lento. Uma formiguinha, quando está andando e encontra uma pedra, contorna a pedra. Quando você adiciona o que ela andou, vai chegar a quilômetros para o que seria, em linha reta, talvez 200 metros. Mas esse é o tempo da verdade da formiga. Que ela viu, comeu, cheirou. E esse é o tempo do fotógrafo, o tempo que a vida pede para você realizar alguma coisa — diz ele.

Em “Gênesis”, projeto em que, durante oito anos, fotografou recantos intocados do planeta, o seu tempo de formiguinha o levou, por exemplo, a caminhar 850 quilômetros, a pé, nas montanhas no Norte da Etiópia, no que diz ter sido “a viagem mais fabulosa” de sua vida.

— Viajei muito no “Gênesis”, mas a maior viagem que fiz foi ao interior de mim mesmo. Foi me reencontrar — conta ele, que diz ter ficado “abalado” com seu projeto anterior, “Êxodos”, registro dos deslocamentos humanos, fruto de guerras ou da pobreza. — Saí do “Êxodos” realmente machucado. Foi profundamente doloroso. Depois do que vi ali, perdi a fé na nossa espécie. Tive quase certeza de que a gente era uma espécie programada para acabar.

O livro esmiúça esses projetos. Mostra como o fotógrafo que considera a África o seu outro Brasil (um capítulo tem este título) se interessou pelo continente ainda economista, quando organizou e financiou, com o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), projetos de desenvolvimento econômico em Ruanda.

“Amo Ruanda”, escreve ele no capítulo “A morte vista de perto”, em que, de certa forma, responde às críticas que identificam em seu trabalho algo de estetização da miséria: “Não são os fotógrafos que criam as catástrofes, elas são os sintomas da disfunção do mundo do qual todos participamos. Os fotógrafos existem para servir de espelho, como os fotojornalistas. E não venham me falar de voyeurismo.”

— Quando você fica em evidência, tem o reconhecimento do seu trabalho, uma quantidade de elogios, mas também um contraponto. O sistema é dialético, então isso (as críticas) acontece, mas não é meu problema, é problema de quem fala, de quem nunca foi lá onde eu estive, não viu o que vi, não sentiu o que eu senti.

Outro capítulo importante do livro é aquele dedicado à família: a mulher Lélia Wanick Salgado, companheira há 50 anos, com quem militou no Brasil e se exilou na França em 1969, sua sócia na agência Amazonas Images, e seus filhos, Juliano e Rodrigo. No capítulo “Minha tribo”, ele conta como Rodrigo, portador da Síndrome de Down, lhe “possibilitou ver o mundo de outra forma". As longas viagens, que o mantiveram por meses longe de casa, hoje são objeto de reflexão:

— Essas fotos para mim tiveram um preço alto, de sacrifício pessoal. Me perguntei muitas vezes na vida se não escolhi essa profissão só pelo prazer de voltar. Para ter o prazer de pegar o último táxi, o último voo, e poder voltar para casa.

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Aécio: ‘Não é retomada’. Campos critica ‘mediocridade’

BRASÍLIA e RECIFE — A divulgação do resultado do PIB de 2013 serviu de mote para críticas da oposição no Congresso e dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. O tucano destacou, por meio de nota, que o crescimento do PIB brasileiro é o menor entre os países emergentes e que a recuperação em relação ao período anterior não significa retomada no crescimento da economia.

“Apesar de um desempenho geral um pouco melhor do que o projetado pelos analistas, o comportamento do PIB nacional medido pelo IBGE não representa uma efetiva recuperação ou retomada do crescimento da economia brasileira e continua sendo, no acumulado dos últimos três anos, o menor entre as principais economias emergentes", diz a nota de Aécio.

Por sua vez, Campos disse que o Brasil precisa “parar de festejar a mediocridade” e de “pensar pequeno”. Ele criticou as tentativas do governo de explicar o resultado do PIB:

— Não adianta vir com o velho truque de selecionar outros países mal das pernas e dizer que estão piores do que nós. O povo brasileiro merece coisa melhor — disse. — O Brasil não precisa de governantes dedicados unicamente a explicar porque estamos mal.

No Congresso, o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, classificou o resultado de medíocre.

— É um PIB medíocre. Nós continuamos na rabeira do crescimento da América Latina. Só a Venezuela, que é um caos completo, cresceu menos que o Brasil. Para uma presidente que anunciou um pibão, o que temos é um pibinho medíocre.

Gleisi contesta ‘pessimistas de plantão’

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil, retrucou, fazendo coro com a presidente Dilma Rousseff.

— A despeito do que muitos queriam, inclusive contrariando as previsões pessimistas, nosso Produto Interno Bruto apresentou um resultado que surpreendeu a muitos. Surpreendeu o mercado ou parte dele, porque cresceu além daquilo que os pessimistas de plantão estavam prevendo (…) Nós nos ressentimos quando há uma vontade de que as coisas deem errado, quando a crítica tenta fazer com que aquele resultado prospere contra os fatos que estão acontecendo.

O líder tucano aparteou para dizer que as críticas não significavam torcida contra o Brasil.

— A senhora não bateu uma radiografia da minha mente. Como Vossa Excelência sabe que eu tenho vontade de que a coisa dê errado, senadora?

— Não estou falando de Vossa Excelência. Todo mundo falava que o PIB não cresceria neste último trimestre, que seria negativo. Os mais otimistas diziam que cresceria 0,5%, todos falavam com esse viés, quase como querendo que isso acontecesse. Contra esse tipo de comportamento e de assertiva, nós temos que nos colocar e lamentar.

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino, o resultado do PIB é uma prova de fracasso:

— Crescer 2% na média dos três últimos anos é um fato que fala por si só. O que os números traduzem é a constatação de que o governo Dilma falhou. Crescemos a metade do que cresceram Rússia, Índia, China e África do Sul. Pior que isso é o prenúncio de crescimento ainda menor para 2014. Porque o governo, prisioneiro de contingências que ele próprio se impôs, só governa com as prioridades de sua própria reeleição.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), classificou de "medíocre” a política econômica e disse que as medidas da equipe econômica nos últimos anos ajudaram a derrubar a credibilidade do país:

— É lamentável que o mundo esteja crescendo a 3% e toda vez que o Brasil entra na conta é para puxar a média para baixo. O governo corroeu todos os fundamentos econômicos de anos de política responsável.

Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), o crescimento é sofrível.

— Qual é a fotografia do governo Dilma? Pibinhos, inflação acima da meta, juros com aumentos sucessivos, contas externas deterioradas, credibilidade em baixa em virtude do excesso de intervenção e do não cumprimento de metas. Além disso, há o desmonte do patrimônio público, cujo principal retrato é a Petrobras, e o enfraquecimento da indústria — disse Imbassahy.

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Exposio rene a produo de artistas representativos dos Brics

RIO - Se, no século XX, Paris, Berlim e Moscou eram o epicentro de uma vanguarda artística admirada pelo resto do mundo, hoje, novas megacidades, como Xangai, São Paulo e Bombaim prometem assentar a base de uma nova modernidade do século XXI. Essa é a tese da exposição “Brics”, aberta nesta semana no Oi Futuro Flamengo, com a produção contemporânea — fotos, filmes e vídeos — de 22 artistas dos cinco países do bloco formado pelas maiores economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Os curadores Alberto Saraiva e Alfons Hug pesquisaram durante dois anos para chegar à síntese apresentada na mostra. Do Brasil, há vídeos de Cao Guimarães (“Sculpting”, de 2009, em que o movimento das águas faz a corrente que atraca um barco a uma coluna subir e descer, como se “trabalhasse” a estaca); Paulo Nazareth (“Para que no encuentres mis huellas en el desierto”, registro de uma caminhada do artista, de 2012); Romy Pocztaruk (“Para frente Brasil”, 2013), além de uma potente série fotográfica de Juliana Stein, realizada num hospital psiquiátrico — “Um local onde existe uma outra ordem”, observa ela.

Força dos chineses

Do Brasil, há ainda dois filmes de Silvino Santos, cineasta de Manaus que registrou o processo de expansão da borracha: “No paiz das Amazonas” (1921) e “Terra encantada” (1923), este último reunindo cenas da exposição da independência no Rio, em 1922, e do dia a dia na cidade nesse período. Há dois vídeos da Rússia: “Equality” (2008), de Elena Kovylina, em que cidadãos de idades variadas cantam o hino soviético sob neve; e “The endless story (2010), de Roman Mokrov, mostrando um buraco aberto numa cerca por pessoas que cortam caminho para chegar ao trabalho.

— Concluímos que o artista tem uma visão muito crítica do processo de desenvolvimento. O que se vê é a contradição entre tecnologia e trabalho manufaturado. O artista é pensador desse processo de passagem — diz Alberto Saraiva.

Para compor a mostra, Saraiva e Hug pesquisaram em bienais como as de Xangai e Veneza e na Documenta de Kassel.

— O que se vê em comum na produção desses artistas é o drama urbano. As megacidades geram novas formas de convivência, novas relações, novos dramas — diz Hug, para quem os chineses (há cinco na mostra) são os melhores na arte do vídeo e da fotografia.

Ele cita, por exemplo, Gao Shiqiang, que registra, em “Revolution” (2007), uma performance em cima de um prédio, numa referência à Revolução Cultural — “são questões que surgem sempre, muitos desses artistas são filhos de intelectuais mandados para os campos de trabalho”, diz ele. Ou “Pushing people” (2008), de Chen Chieh-Jen, que tem forma simples — pessoas empurrando um portão — mas conteúdo contundente, ao sugerir uma metáfora da sobrevivência.

Há ainda fotografias da produção industrial na Zona Franca de Manaus, trabalhos dos sul-africanos Donna Kukama e Mikhael Subotzky e vídeos dos indianos Vivek Vilasini, Sarnath Banerjee e Navin Rawanchaikul.

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Em duas dcadas, casos de cncer em todo o mundo devem aumentar 50%

LONDRES (INGLATERRA) - O número de casos de câncer em todo o mundo deve duplicar nos próximos 20 anos. Essa é a expectativa apontada pelo relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a doença. O trabalho concluiu ainda que atualmente 60% dos diagnósticos são dados em países em desenvolvimento especialmente da África, Ásia e América Central e do Sul.

Nessas regiões, os chamados “tumores da pobreza”, normalmente causados por infecções e causas já domesticadas no primeiro mundo (como como o papilomavírus , hepatite C ou Epstein Barr), vêm se juntando aos “tumores da riqueza”, causados pela crescente expansão de hábitos de vida ocidentais, como o uso do tabaco e a obesidade. Por essas e outras razões, o relatório aponta que não é surpreendente o fato de 70% das mortes por câncer se concentrarem na África, Ásia, América Central e do Sul.

O relatório também diz que se os diagnósticos permanecerem no atual ritmo - crescente, apesar de todos os avanços científicos das últimas duas décadas - o número de casos deve subir dos 12,7 milhões registrados em 2008 para 22 milhões de registros anuais. Já o número de mortes deve passar das 8,2 milhões somadas em 2012 para 13 milhões em 2030. Os efeitos da doença são tão superlativos que o custo econômico anual relacionado ao câncer foi estimado em um trilhão e 160 bilhões de dólares.

Pesquisa

A OMS utiliza os dados mais recentes colhidos pela prestigiada agência de estudos Globocan. Através deles, é composta uma fotografia atual da doença. Os novos números apontam que 14,1 milhões de novos tumores foram diagnosticados em 2012 e cerca de oito milhões de mortes foram contabilizadas naquele ano devido ao câncer. O trabalho foi feito com a ajuda de 250 especialistas de 40 países.

O câncer do pulmão foi o que apresentou a maior incidência, com 1,8 milhão de casos em 2012 (13% do total). Em segundo lugar apareceu o câncer do mama, com 1,7 milhão (11,9%); e em terceiro, o câncer colorretal, com 1,4 milhão (9,7%).

O câncer do pulmão também é o que mais mata, com 1,6 milhão de mortes (em 2012), o equivalente a 19,4% de todos os óbitos provocadas pela doença. Em seguida, aparece o câncer de fígado (800 mil pessoas) e o do estômago (700 mil mortes).

Nos homens, os tumores mais comuns permanecem sendo os de pulmão (16,7%), próstata (15%), colorretal (10%), estômago (8,5%) e fígado (7,5 %). Entre as mulheres, a lista é encabeçada pelos tumores de mama (que representam um em cada quatro), cólon (9%), pulmão (8,7%), colo do útero (8%) e estômago (4,8 %). Os homens são mais atingidos do que as mulheres ao registrar 53% dos casos e 57% das mortes.

No entanto, estas classificações não são homogêneas em todos os continentes. Em países quem vivem a fase de “transição epidemiológica”, como Índia e Brasil, ainda pode ser vista uma incidência significativa de tumores do estômago, esôfago e fígado, enquanto em áreas com menos recursos o câncer de colo de útero continua sendo o mais comum entre as mulheres.

Tratamento

O relatório admite que a experiência de cada paciente com a doença ainda depende muito do local onde ele mora. Em países mais pobres, onde há um risco maior de diagnóstico tardio e menos acesso a cuidados paliativos, a taxa de mortalidade é maior. Mas mesmo em países desenvolvidos, alertam os especialistas, há grandes desigualdades entre diferentes comunidades.

Segundo o coordenador do relatório, Christopher Selvagem, que também é diretor da Agência Internacional sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), é fundamental “apagar o fogo enquanto ele é pequeno”.

- Considerando que desde a segunda metade do século passado foram feitos grandes esforços para que as causas do câncer fossem conhecidas, agora sabemos que mais de 50 % dos tumores pode ser prevenidos - disse ao jornal espanhol El Pais.

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Em Nova York, um cone da cultura negra no Harlem homenageia Mandela

NOVA YORK - O mundo perdeu Mandela, mas nós ainda temos o Red Rooster. Muitíssimo bem montado no coração do Harlem, um dos maiores centros urbanos de cultura negra, o restaurante/casa de shows traz de volta a atmosfera dos áureos tempos do bairro (e do movimento), entre as décadas de 1920 e 1950. Até o nome foi emprestado de um lendário endereço que reunia, algumas quadras adiante, ícones como o músico Nat King Cole e o pastor Adam Clayton Powell.

Mandela acaba de ganhar um menu-tributo — com entrada, prato principal, sobremesa e vinhos da África do Sul por US$ 45 — do chef Marcus Samuelsson, que faz ali uma confortável cozinha americana de raiz: arroz com camarão e folhas de curry, almôndegas com purê de batata, um inesquecível pão de milho com manteiga de mel e geleia de tomate.

A parte musical não fica atrás. Há performances ao vivo nos sete dias da semana, no bar que dá para o salão: domingo tem gospel no brunch e jazz no jantar; a noite de quarta é reservada ao world beat; mas as segundas-feiras — quando o Rakiem Walker Project promove uma mistura de jazz, R&B, soul, hip hop, blues e afins — são uma visita guiada fundamental à história da música negra. O clímax acontece ao som de Stevie Wonder, Michael Jackson, Soul II Soul. Volta e meia, um dos sete integrantes da banda sai passeando com seu instrumento pelas mesas.

Isso sem falar no subsolo, onde de quinta-feira a domingo funciona o Ginny’s Supper Club, um jazz lounge como os da primeira metade do século passado. Por todo o complexo, que vive lotado, o elenco é dividido entre negões estilosos (como mostram as fotos da parede, feitas pelo fotógrafo sueco Pontus Höök) e brancos encantados.

Em cartaz. Arte do Brasil

Fim de ano generoso com os brasileiros na cidade que é o centro da arte contemporânea no mundo: há seis relevantes exposições em cartaz. No Museu do Bronx, o pernambucano Paulo Bruscky faz sua primeira individual nos EUA. Em “Art is our last hope”, ele apresenta até 6 de abril 140 trabalhos feitos desde os anos 1970, de escultura a documentação de performances, de arte postal a fotografia. Já o paulista Iran do Espírito Santo exibe “Playground”, escultura de concreto (espécie de muro com alguns blocos faltando) que chama a atenção na Quinta Avenida com Central Park South. A convite do Public Art Fund, organização não-lucrativa que espalha arte pelas ruas de NY, a obra fica exposta até 16 de fevereiro.

Em Chelsea, que abriga o maior circuito de galerias de Manhattan, a paulista Sandra Cinto mostra “Peace of silence”, com desenhos, pinturas e esculturas, na Tanya Bonakdar (que também representa os brasileiros Ernesto Neto e Rivane Neuenschwander). No quarteirão ao lado, o baiano Marepe ocupa a Anton Kern com esculturas criadas a partir de vassouras, tábuas de passar, bicicletas, baldes e cadeiras. A mostra ganhou elogiosas resenhas.

Jarbas Lopes toma os dois andares da Tilton Gallery, no Upper East Side, com uma mostra encabeçada por uma maquete do projeto “Ciclovia aérea”, em que o artista fluminense trabalha desde 2001 e que será apresentado no MAM do Rio em 2014. E Jessica Mein, paulista radicada em Dubai, exibe “Obras” na Simon Preston, no Lower East Side.

E 2014 promete: a neoconcreta Lygia Clark ganhará uma retrospectiva no MoMA.

No gelo. Para curtir os dias frios

Patinar no gelo é programa obrigatório para quem visita Nova York nesta época. Para evitar as multidões que procuram o tradicional rinque do Rockefeller Center e o baixo-astral que se abateu sobre a pista gratuita do Bryant Park — onde um menino de 16 anos atirou contra duas pessoas em novembro, depois de tentar roubar o casaco de uma delas — a dica é rumar para o McCarren Park, no Brooklyn. É o primeiro inverno que o parque oferece a atividade no bairro de Greenpoint. Fica no nº 776 da Lorimer, entre Bayard e Driggs. Ingresso a US$ 8 e aluguel de patins a US$ 5.

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Veja como foi a semana no mundo, de 7 a 13 de dezembro


Adeus a Mandela A África do Sul e o mundo seguiram com os rituais de despedida do ex-presidente e líder histórico Nelson Mandela. Na cerimônia que contou com a presença de chefes de Estado, Obama definiu Madiba como o último libertador do século XX. Dilma Rousseff também proferiu sua homenagem. O atual presidente, Jacob Zuma, discursou e foi vaiado pelos sul-africanos. Depois da cerimônia - marcada também por um aperto de mão histórico e uma fotografia polêmica -, o corpo de Mandela passou a ser velado na sede do governo de Pretória. 'Tata Madiba', como era chamado, será enterrado no dia 15, na sua terra natal de Qunu.... (webremix.info)


Links : Fotografia africana e do Cararibe

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Galeria de fotos histricas e raras de cidades angolanas, de 1886 a 1972.



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