Artes e cultura africanas e do Cararibe

Notícia : Artes e cultura africanas e do Cararibe

Transformando vivências em samba, As Ganhadeiras de Itapuã preservam memória e potência de mulheres negras


A oralidade é uma prática ancestral, que vem de África, berço da Bahia e continente que gerou e vem gerando grandes potências femininas. É desta herança que surge As Ganhadeiras de Itapuã, em Salvador, unindo memórias e costumes antigos, passando umas às outras através da fala, e eternizando a cultura do bairro de Itapuã, casa de ganhadeiras e de poesia, em canções e sambas em vozes de mulheres. [Leia mais...] (webremix.info)


Alemanha vai devolver padrão português levado por Diogo Cão à Namíbia

É um marco da navegação portuguesa que ganhou morada no litoral sudoeste de África em 1486. A ministra da Cultura alemã acredita que a devolução do monumento é um processo de reconciliação do país com o passado. (webremix.info)


Mateus Aleluia apresenta CD Fogueira Doce no palco principal do TCA


Foi o nascer do sol em Luanda, capital de Angola, que inspirou Mateus Aleluia a produzir Fogueira Doce, o segundo álbum de sua carreira. E é o lançamento deste trabalho que o cantor celebra nesta terça-feira, 8, às 20h, na sala principal do Teatro Castro Alves (TCA). Mateus Aleluia é um compositor, cantor e instrumentista remanescente do grupo Os Tincoãs, que tinha como foco a mestiçagem artística cultural brasileira, ressaltando a cultura e história da África. [Leia mais...] (webremix.info)


Refugiados partem de referências de suas culturas para empreender


Os estrangeiros refugiados em Salvador veem no empreendedorismo uma alternativa de sobrevivência e de cultivar os costumes de seus respectivos países. Natural da República do Togo, na África, Zakari Aboudouraoufou, de 33 anos, aproveitou a ligação da cultura baiana com os costumes do seu continente de origem para exercer o mesmo trabalho que fazia quando morava lá: confeccionar e vender roupas no estilo africano. [Leia mais...] (webremix.info)


O desastroso legado de Zuma

Ramaphosa assumirá uma África do Sul afetada pela cultura do suborno, que está em pior estado do que uma década atrás (webremix.info)


Mostra traz a pluralidade do cinema africano independente ao Rio de Janeiro

Celebrando a rica cultura cinematográfica da África, a Caixa Cultural do Rio de Janeiro preparou ... (webremix.info)


De 15 a 19 de novembro acontece a Feira Internacional de Artesanato no Espaço Cassiano Ricardo

Nesse período os visitantes podem dar um mini volta ao mundo nos artesanatos e na cultura do Equador, Paquistão, Índia, Japão, Senegal, África do Sul, Peru, e alguns estados... (webremix.info)


Gramiro de Matos: arqueologia de um autor 'impenetrável'

RIO — O editor e pesquisador Leonardo d'Ávila chegou à obra de Gramiro de Matos graças a um esforço coletivo da Universidade Federal de Santa Catarina para reler autores que poderiam ser identificados como pós-tropicalistas. O autor baiano, que participou tardiamente do movimento junto com Waly Salomão, Torquato Neto e outros, andava completamente esquecido. Nos anos 1970, ele lançou livros elogiados pela crítica, como "Urubu-Rei" e "Os morcegos estão comendo mamãos maduros", que desafiavam a leitura por seu experimentalismo intransigente. Em seguida, foi estudar em Portugal e saiu do radar. O livro do autor que d' Ávila reedita agora, pela Cultura e Barbárie, é uma obra obscura e rara do autor, "A conspiração dos Búzios". Publicada originalmente em 1978, só havia ganho até então uma versão artesanal.

Gramiro, inclusive, andava tão esquecido que nem mesmo seus amigos próximos lembravam dele. O editor só conseguiu contatá-lo após uma busca online — encontrou-o graças a um comentário que havia feito em uma reportagem na internet. A partir daí, veio a ideia de relançar o livro, que acaba de chegar às livrarias. Em entrevista ao GLOBO, Leonardo d'Ávila explica a importância de recuperar a obra de Gramiro de Matos, quase 40 anos após seu lançamento.

Depois da edição original publicada de forma artesanal, o livro nunca mais foi reeditado? Qual foi a repercussão do livro na época?

O livro foi publicado em 1978 apenas em uma edição artesanal e pouquíssimo conhecida, a qual contou com uma capa magistral elaborada por Mário Cravo Neto. Contudo, a raridade da edição não foi a única responsável pela pouquíssima repercussão à época, haja vista que seus outros livros publicados também não tiveram grandes tiragens e, mesmo assim, conseguiram alguma visibilidade no cenário cultural brasileiro, como "Urubu-Rei", de 1972. Possivelmente, mais do que pela raridade do livro, a pouca difusão pode ter ocorrido pelo fato do autor ter se afastado do Brasil e de seus meios artísticos durante seu doutorado entre Portugal e a África de língua portuguesa (1974-1978). No mais, à época da edição artesanal, o regime militar ainda estava em plena vigência e, em momentos como aquele, a recepção de um livro, ainda que não estivesse necessariamente impossibilitada, tornava-se muito imprevisível. De qualquer modo, é interessante destacar como alguns elementos do livro, a exemplo da descolonização e da menção de ideias de negritude, tenham se dado em concomitância com os Cadernos Negros do grupo Quilombhoje, que passou a reivindicar uma literatura afro-brasileira. Ainda que haja infinitas diferenças entre a obra de Gramiro e a desses autores afro-brasileiros, não se pode negar que são diferentes manifestações de uma mesma atmosfera cultural. Portanto, mesmo que não tenha sido conhecido pelo leitor brasileiro nos anos 70, não seria possível dizer que "A Conspiração dos Búzios" foi um trabalho isolado ou fora de contexto.

"Romance histórico" é um termo correto para definir de "A conspiração dos búzios"?

A princípio, não seria possível reconhecê-lo enquanto tal. Isso porque o autor não trata de personagens médios dentro de uma dinâmica social que termina por tornar protagonista. Como retrata com minuciosidade os heróis da Revolução dos Búzios (também conhecida como Revolução dos Alfaiates, Conjuração Baiana, etc), haveria até certa tonalidade épica, a qual se desfaz completamente quando surgem documentos oficiais do século XVIII ao lado de jogos de adivinhações. Além disso, o próprio termo romance já seria impróprio quando o livro apresenta divisões como um roteiro cinematográfico. Ainda assim, o termo romance histórico é importante enquanto um fundamento paródico para essa prosa fragmentária, própria de um contexto de contracultura. Há de se reforçar, assim, o esforço jocoso para jogar com esse gênero literário. Entretanto, ainda que haja paródia e certo formalismo na linguagem, a maior força da literatura de Gramiro de Matos se dá na expressividade da fragmentação na língua, na descrição dolorosa de violências que nunca se ausentaram da história do Brasil e no choque de padrões estéticos mediante experimentação. Todos esses desdobramentos na língua, nas narrativas históricas e nos gêneros literários possuem uma inegável historicidade.

Antes de ir para a África, qual era o lugar de Gramiro no movimento tropicalista?

Gramiro participou do movimento, mas foi um dos mais jovens do grupo no Rio de Janeiro, sendo um autor que começou a publicar quando o tropicalismo já estava em um momento de crise. Nesse aspecto, seu segundo livro, Os morcegos estão comendo os mamãos maduros, de 1973, já manifesta uma linguagem mais marcada pela violência do que pela “curtição”. "Me segura q’eu vou dar um troço", de Wally, em grande parte, também possui essa característica, a qual, aproximada a um trabalho igualmente complexo com a língua, contribuiu para uma aproximação de ambos os autores pela crítica. O trabalho mais significativo nesse sentido foi o de Silviano Santiago, que, em Uma literatura nos trópicos, dedicou um capítulo aos “abutres” Wally e Gramirão, tratando-os com igualdade de importância ou de valor. Ainda assim, Gramiro foi considerado sempre o autor mais impenetrável por boa parte dos próprios poetas marginais. Inclusive em uma rápida conversa que tive com Chacal no ano passado, o poeta afirmou ter muita dificuldade para compreender Gramiro e que não se identificava com tamanho experimentalismo. Por isso, Gramirão, como era conhecido, teve um lugar de destaque no tropicalismo e na literatura marginal, ainda que esse lugar tenha sido o de “autor incompreensível”, o que também pode ter contribuído para a sua menor projeção, não apenas em relação ao público ou à crítica, mas entre seus próprios companheiros. Possivelmente "A Conspiração dos Búzios", escrito em uma prosa um pouco mais convencional, poderá relativizar esse preconceito.

A questão da língua como forma de resistência, e a relação entre colonizadores e colonizados através da língua, são importantes na obra de Gramiro, em especial na "Conspiração dos Búzios". Outros escritores de língua portuguesa foram tão longe quanto ele nesse aspecto?

Em relação à criação artística, pode-se dizer que há outros que se destacam tanto quanto ele. Isso porque as ex-colônias portuguesas foram verdadeiras “Mecas” para a contracultura brasileira tanto quanto a Índia ou o Marrocos o foram para a contracultura de outros países. Um dos maiores autores a produzir na África uma arte dionisíaca – ou melhor, de Exu – foi José Agrippino de Paula, cujas filmagens das danças de Maria Esther Stockler, se não são representações do processo de descolonização, certamente são vestígios da importância da contracultura enquanto um dispositivo de aproximação entre Brasil e África nos anos 60 e 70. Já em relação a estudos acadêmicos, há, sim, uma importância única da parte de Gramiro de Matos. Sua tese doutoral, financiada pela Fundação Caloustre Gulbenkian, investigou os impactos da poesia brasileira modernista dentro das literaturas de países africanos de língua portuguesa e é razoavelmente conhecida por pesquisadores desse ramo de estudo. Certamente os conceitos e métodos da literatura comparada mudaram bastante desde aquela época e existem trabalhos mais detalhados sobre o mesmo tema. Ainda assim, o trabalho de Gramiro é singular e insuperável no fato de haver sido realizado em contato direto com poetas africanos em meio às próprias lutas de descolonização.

Pretende editar outros livros de Gramiro fora de catálogo?

"A Conspiração dos Búzios" era uma lacuna da obra de Gramiro que necessitava passar por um processo de editoração e divulgação para ser finalmente conhecida pelo leitor brasileiro. Há grande interesse no relançamento de "Urubu-Rei" e de "Os morcegos estão comendo mamãos maduros". Tais edições certamente se justificariam pela própria possibilidade da inclusão de textos que não fizeram parte daquelas edições, mas que compunham a coletânea original. Ainda assim, as reedições teriam de respeitar o fato de Gramiro ser um autor vivo, não sendo cabível enquadrar sua obra enquanto material de arquivo ou edição crítica. No mais, o interesse renovado pelo sucesso de vendas de Leminski ou Ana C., e seus laços com Gramiro, tanto ajudam quanto comprometem a promoção de um escritor que ainda pode publicar novos textos.

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Além da polêmica com a Mocidade, justificativas do carnaval geram outras reclamações

RIO - Embora o debate sobre o 9,9 em enredo dado por Valmir Aleixo à Mocidade Independente seja o mais polêmico, a divulgação das justificativas das notas dos jurados do carnaval 2017 desatou outras reclamações, de torcedores de várias escolas. Teve julgador que viu fogo em alegoria da Tijuca, da qual, na verdade, parte da estrutura despencou e deixou 12 feridos. Uma das juradas de evolução resolveu tirar pontos de fantasias. E os vocábulos indígenas e africanos custaram décimos preciosos em samba-enredo à Beija-Flor e à União da Ilha. links carnaval

Depois da controvérsia em relação à Mocidade, no entanto, foi mesmo a justificativa de Luiz Antonio Silva de Araujo, do quesito enredo, para o 9,8 dado por ele à Unidos da Tijuca a que gerou mais burburinho nas redes sociais. Ele escreveu que um carro da azul e amarelo teria pegado fogo. E, para concluir seu texto, disse que rezaria para ter tomado uma decisão que pudesse ser considerada justa pela Liesa.

“O desfile da escola sofreu absoluta desarrumação de sua narrativa, decorrente de acidente com fogo em uma alegoria. (...) O desarranjo foi de tal ordem que tornou difícil listar todos os setores prejudicados. (...) O julgador toma a decisão de limitar a penalização em 2 décimos, que sugere respeito à escola que briosa terminou o desfile. (...) Considerando já um pouco de cansaço e da responsabilidade do julgador diante desse acidente, o mesmo estará rezando por ter encontrado uma solução que possa ser acatada, como justa, pelo conjunto da Liesa”, escreve Luiz Antonio.

Já a jurada Edileuza Aleluia julgou que o visual de algumas escolas prejudicou a evolução delas — quesito que ela teria de avaliar. Para justificar o 9,8 dado à Vila Isabel, ela escreveu que “faltou mais capricho em alguns acabamentos, causando um desconforto visual”. Já para o 9,7 ao Tuiuti, disse que havia “fantasias aquém dos desenhos propostos, causando dificuldade de entendimento”. Enquanto isso, para a Unidos da Tijuca, que teve sérios problemas de evolução devido ao acidente com seu carro alegórico, ela deu 9,9, e escreveu que “as alas 2, 3 e 4 permaneceram tempo demais paradas”.

No mesmo quesito, evolução, Edilberto Fonseca questionou que escolas como Tuiuti e Vila aproveitaram pouco o potencial coreográfico de seus enredos. Enquanto isso, em comissão de frente, Paulo César Morato tirou décimos de várias escolas justificando que as apresentações não empolgaram o público. Uma delas, segundo a avaliação dele, seria a comissão da Grande Rio, que trouxe a cantora Ivete Sangalo como uma das integrantes.

“A apresentação não ganha força e profundidade, não seduzindo o público como em anos anteriores”, afirma ele, que conferiu nota 9,9 à agremiação de Duque de Caxias.

Em samba-enredo, a celeuma é sobre os termos em outras línguas e dialetos usados por Beija-Flor e União da Ilha. A tricolor insulana recebeu 9,8 de Clayton Oliveira, entre outros motivos, porque o “uso descritivo de termos com origem no tema torna difícil a dicção e o canto”. A mesma nota foi dada por Felipe Trota, que argumentou que “apesar da melodia simples, o excesso de vocábulos de difícil entoação resultou em um samba com pouco potencial para canto”. A escola levou para a avenida a concepção de tempo na cultura banto, da África.

Já a Beija-Flor, que cantou o romance “Iracema”, de José de Alencar, perdeu ponto pelo uso de palavras indígenas. A jurada Alice Serrano deu 9,9, e foi detalhista.

“Um samba lindo com passagens líricas e emocionantes. Mas em relação à letra, que apresentou muita qualidade poética, vejo como um excesso a quantidade de palavras em tupi-guarani que prejudicaram a compreensão em algumas partes. Após pesquisas em vários dicionários disponíveis (não logrando êxito em esclarecer alguns termos) foi possível constatar que elas estão adequadas à letra, que por sua vez narra com propriedade o enredo. Mas e o público?”, escreveu ela em trecho de sua justificativa.

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Rock in Rio 2017 vai homenagear o continente africano na Rock Street (webremix.info)


Questões de raça e de identidade guiam a 4ª MITsp

SÃO PAULO — Após contornar uma queda orçamentária de meio milhão de reais, a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) superou o susto e coloca de pé a sua 4ª edição a partir de hoje. A abertura será em grande estilo, com obras criadas por dois grandes expoentes das artes cênicas contemporâneas, o diretor e coreógrafo belga Alan Platel e o diretor e dramaturgo libanês Rabih Mroué. Caberá ao primeiro a abertura oficial da Mostra, no Municipal de São Paulo, que receberá a peça-concerto "Avante, marche!" numa sessão para convidados — a montagem fará mais duas récitas na quarta e na quinta-feira. Já Mroué apresentará no Sesc Vila Mariana, em sessão aberta ao público, a peça "Tão pouco tempo", a primeira das três obras que ele encena na cidade até sábado — além de "Tão pouco tempo", Mroué dirige "Revolução em pixels" (dias 15 e 16/3) e "Cavalgando nuvens" (dias 17, 18 e 19/3).

— Estamos tentando trazer o Rabih desde a primeira edição, e agora decidimos criar uma mostra especial dedicada ao seu repertório — diz o diretor artístico da Mostra, Antônio Araújo. — Em "Tão pouco tempo" ele reflete sobre o que é ser um mártir, sobre parte da cultura muçulmana. Já em "Revolução..." o que se vê é uma palestra-performance que aborda o conflito na Síria, e em "Cavalgando nuvens" temos a história do irmão do Rabih, que está em cena e revela a sua história, as sequelas das guerras do Líbano. Então são peças que conectam histórias pessoais com a história desses países, o macro e o micro, a relação entre a vida das pessoas e as situações políticas de países como a Síria e o Líbano.

No Brasil desde a semana passada, para a realização de um workshop, o encenador libanês diz que as três obras selecionadas para a Mostra refletem sobre "questões ligadas à representação", diz.

— Falo de representação em diferentes níveis, seja a representação teatral propriamente dita, ou também a representação de um cidadão, de cidadania, de um país — diz. — Em "Tão pouco tempo", crio uma história ficcional, que investiga um mártir fictício. É uma peça que investiga a noção de mártir, o significado dessa palavra, assim como os reflexos dos discuros comunitários, patrióticos, tentando compreender seus efeitos em uma comunidade e em seus habitantes, em suas singularidades, em como estes discursos comunitários podem aniquilar as identidades pessoais, individuais.

'ATO DE RESISTÊNCIA'

Diretor artístico da Mostra, Antônio Araújo considera realização da MITsp em 2017 um "ato de resistência" diante do recuo de investidores — alguns deixaram de patrocinar o evento, enquanto outros mantiveram seus apoios, embora com verbas mais enxutas. Com orçamento final de R$ 2,9 milhões — em 2016 a Mostra contou com R$ 3,4 milhões —, a MITsp apresentará até o próximo dia 21 um programa com a mesma estrutura dos anos anteriores, ou seja: além da mostra de espetáculos, com dez criações — em 2016 foram 11 —, haverá um substancial programa de atividades pedagógicas, com seminários, ciclos de debates, workshops e residências artísticas. Para 2017, a MITsp estabeleceu três eixos curatorias: linguagens híbridas, teatro documentário e o protagonismo negro — para cada um desses recortes, o festival trará obras e artistas vindos de países como Alemanha, Chile, Líbano, Bélgica, África do Sul e também do Brasil.

— As questões que envolvem o racismo, o preconceito e a exclusão estão no centro de algumas peças nacionais que farão a sua estreia no festival, assim como serão temas debatidos nas atividades pedagógicas da MIT — diz Araújo. — Nesse sentido, estamos dando sequência a uma investigação iniciada no ano passado, quando abrimos espaço para ações e palestras que refletiam sobre o lugar do negro na cena contemporânea. Naquele ano, o ápice desse processo foi a realização da performance "Em legítima defesa", com um grupo de jovens atores e atrizes negras que tomaram a plateia do Municipal. Depois disso, esses artistas acabaram consolidando um grupo, o Legítima Defesa, e agora eles retornam para apresentar um trabalho inédito, que é a primeira criação desse coletivo.

O Legítima Defesa apresentará “A missão em fragmentos: 12 cenas de descolonização em legítima defesa” (dias 17, 18 e 19/3, no Auditório Ibirapuera), uma criação dirigida por Eugênio Lima e inspirada no texto "A missão — Lembranças de uma revolução", de Heiner Müller. Além dessa obra, a MITsp apresenta “Black Off”(Black Off), da performer sul-africana Ntando Cele (dias 18, 19, 20 e 21/3, no Itaú Cultural), a peça “Branco — O cheiro do lírio e do formol” (dias 17, 18 e 19/3, no CCSP), com dramaturgia de Alexandre Dal Farra, além do seminário “Discursos sobre o não dito: racismo e a descolonização do pensamento", com curadoria de Eugênio Lima e Majoí Gongora, que será dividido em duas mesas: "Negritude e Branquitude: complexificando as discussões sobre raça e as estruturas de privilégio" (dia 20), e "Feminismo Negro: conhecimento e autodeterminação" (dia 21), no Itaú Cultural.

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Vila Isabel conta influência dos negros na música das Américas - (webremix.info)


Refugiados viram professores em curso de idiomas no Rio

RIO - Um jovem sírio escreve no quadro 28 letras incompreensíveis para um ocidental leigo. Explica que em árabe não existe som de "p", e que aquela escrita, feita da direita para a esquerda, é muito antiga. Na sala ao lado, um venezuelano ensina quando usar "usted" (senhor) ou "tú" (tu) para se dirigir a alguém em espanhol. E sugere aulas de arte pré-colombina ou salsa para imergir na cultura latina. São muitas línguas num mesmo ambiente: Hadi Bakkour e Gustavo Martínez são professores num curso de idiomas que cresce no Rio e em São Paulo com aulas dadas exclusivamente por refugiados ou solicitantes de refúgio no Brasil.

As vidas do sírio Hadi e do venezuelano Gustavo, antes separados por 11 mil quilômetros, se cruzaram na ONG Abraço Cultural no Rio. Além deles, há colegas haitianos, congoleses... A aposta é que, além de idioma, haja também troca de experiências culturais. Hadi, de 22 anos, gosta de levar música e referências de teatro - ele estuda Direção Teatral na UFRJ. Gustavo, de 28, comenta sobre comida, literatura latino-americana. Em comum, todos aprenderam a chamar o Brasil de casa.

- Não saí do meu país em busca de riqueza. Vim porque queria trabalhar e ter algo de liberdade - conta Gustavo, há cerca de dois anos no Rio. - O pior foi quando me dei conta de como a política se apropriava da sociedade venezuelana. Inclusive no meu trabalho. Eu dava aulas em escolas e queriam que eu usasse textos que falavam do governo.

Acolher, palavra poliglota: Refugiados viram professores em curso de idiomas no RioGustavo chegou ao Rio com um amigo. Para sair da Venezuela alegou que faria turismo no Brasil, mas não voltou mais a seu país. No Brasil, entrou com um pedido de refúgio. Para trás ficaram mãe, irmãs, amigos.

- Tento sempre me comunicar com eles, e tenho medo do que possa acontecer com a minha família. Existe racionamento de comida, e o governo tem o controle de tudo. Cada vez a porta se fecha mais. Quando cheguei não havia tantos venezuelanos vindo pro Brasil. Hoje são muitos. Por que será? É claro que algo de errado acontece no meu país - diz Gustavo.

Hadi saiu de Aleppo há três anos. Diz que a intensificação da guerra civil, no início afastada da sua cidade, alarmou sua família. Veio com o irmão para o Rio, onde já tinha uma meia irmã, fruto do primeiro casamento do pai.

- Meu irmão e eu estávamos em idade para prestar o serviço militar. A família ficou com medo. Já não dava para frequentar a faculdade, as ruas estavam perigosas - conta. - Meu pai e minha mãe tentaram morar aqui também, mas não se adaptaram. A vida da mulher é mais restrita na Síria. Para minha mãe tudo que ela tem é sua casa, suas memórias. Ela não quis deixar isso.

No Rio, Hadi e Gustavo aprendem, ensinam e se divertem com as diferenças.

- Uma das palavras que mais gosto em português é "cara". E "caraca". A primeira vez que ouvi a gíria falei: 'Mas é a capital do meu país!'. E falo muito 'cara'. Dizem que já sou quase um carioca - brinca Gustavo.

Hadi aprendeu português com amigos, e treina mais no curso de Direção Teatral, uma paixão que descobriu no Brasil.

- Os brasileiros gostam de ensinar e corrigir as palavras, sem serem rudes. A palavra que eu mais gosto em português é 'amor'. Mas não pelo jeito que se fala, e sim pelo que representa. Aprendi a amar mais aqui - explica Hadi.

Os dois pensam em voltar para seus países, mas não fazem planos a curto prazo. Sonhos eles têm.

- Muitos dos problemas da Síria poderiam ver solução no Brasil, que é mais aberto. E muitos problemas do Brasil poderiam ser resolvidos com inspiração na Síria, que é mais fechada. Um dia ainda vou fazer uma peça que una as duas culturas. Acho que ainda vou viajar por muitos países com isso - diz Hadi.

- Quero voltar um dia para a Venezuela, mas na situação atual não vejo como. Se volto de repente iria até pra cadeia, ou não conseguiria desempenhar meu trabalho de professor. O governo sabe que quem sai do país conta as verdades sobre o que acontece lá - diz Gustavo. Mas a História da humanidade mostra que nada é para sempre. Isso um dia vai mudar. Tenho esperança. Existe sempre uma luz no fim do túnel. Falam assim também em português, não é?

Novas turmas em março

As aulas de idiomas com refugiados começaram em São Paulo no meio de 2015, encabeçadas pela ONG Atados, e depois assumido por seu braço nessa empreitada, a ONG Abraço Cultural. A ideia chegou ao Rio em março do ano passado. Começaram com duas salas e oito turmas, com oito professores. Todos os horários encheram.

- Eles carregam a cultura dos países de onde vêm. Então por que não aproveitar a ideia e juntar cultura e língua, em um ambiente de integração para refugiados e alunos? Eles recebem salários, se destacam como professores. E mostram como são seus países, que normalmente não têm tanto destaque em cursos tradicionais - explica Tatiana Rodrigues, coordenadora da Abraço Cultural no Rio.

Hoje são 14 professores. E a previsão é que haja ao menos 25 turmas para o início do novo semestre de aulas, agora em março. O material didático, incluído no valor do curso, ressalta a variedade de culturas. No de francês, por exemplo, a África é destaque.

- A experiência tem sido excelente, tanto dos professores como dos alunos, que avançam nos módulos do curso, e indicam para amigos, parentes. Sem contar que são aulas acessíveis e diferentes - diz Tatiana. - Alguns alunos chegam sem saber o que significa ser um refugiado. A sociedade tem que conhecer que eles vieram fugidos de guerras, de perseguições. Não tiveram opção.

Ficou curioso? Mais informações em http://abracocultural.com.br

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Trilogia de Lira Neto desmonta mitos sobre os primórdios do samba (webremix.info)


Artistas plásticos e estilistas criam camisas originais para blocos de rua

RIO — Elaboradas por grandes artistas plásticos e estilistas, as camisas dos blocos de rua não são mais as mesmas. Muito mais do que a padronização, os fundadores querem um abadá que reflita a história e a personalidade dos grupos. Parcerias são feitas e a consequência são camisas divertidas, cheias de personalidade e histórias.

Convidado para criar a blusa do Escravos da Mauá, o artista Nicolau Mello quis fugir de ilustrações com foliões, serpentinas e confetes. Mergulhou em um resgate histórico e usou elementos para mostrar a pequena África brasileira e o berço do samba. Por isso, elementos visuais da cultura interagem com a madeira — que também representa a chegada dos navios negreiros à cidade — e com a arquitetura portuguesa das casas do Morro da Conceição.

— Tive liberdade total para criar, respeitando, claro, as cores do bloco. Resolvi fazer uma pesquisa do que foi a Praça Mauá, da sua História. Aqui foi a pequena África, o berço secular do samba. Quis mostrar toda essa herança e fugir do clichê do folião com confete e serpentina — conta Nicolau, que teve a ajuda do designer e calígrafo Flavio Teixeira para a criação da fonte da camisa.

carnaval mats. positivas 16/02

Já o tradicional Simpatia é Quase Amor convidou o artista e ilustrador Mello Menezes, conhecido pelo trabalho em capas de discos de grandes nomes da MPB, como João Bosco, Ivan Lins e Moacyr Luz. Ao mesmo tempo em que Menezes quis mostrar a alegria do bloco, com cores vivas e uma ilustração que mostra foliões passando pela praia de Ipanema, também optou por acrescentar um elemento gráfico presente em grande parte de suas obras: a metade de uma maçã com um neném dentro.

— Fiz uma ilustração viva, gostosa e alegre, representando a passagem do bloco. E dentro dela tem um detalhe que eu sempre uso, que é a metade da maçã com o bebezinho. É uma passagem da minha infância que simboliza o princípio do amor e da dor. Amar é uma entrega que pode causar dor — explica Menezes.

O bloco Mulheres de Chico também entrou no clima e convidou a loja Enjoy para elaborar sua camisa. A coordenadora de estilo da marca Alessandra Brito conta que optou pelo listrado por ser uma tendência do momento. Ela trabalhou a estampa junto com as cores que identificam o bloco e com o seu símbolo, uma flor. O resultado final foi um mix de estampas bem feminino.

— Ficamos muito felizes em fazer a camisa porque o bloco tem tudo a ver com a mulher Enjoy: alegre e que celebra a vida com personalidade. Trabalhamos com a flor, que é símbolo do grupo, em outras formas, e também usamos o listrado em cima desse universo carnavalesco — resume Alessandra.

O artista plástico Paulo Villela assinou o modelo do Carmelitas. O bloco Suvaco de Cristo convidou a artista e professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage Iza Valente para a criação de sua camisa, e o famoso Barbas contou com desenho de ninguém mais ninguém menos que o cartunista Ziraldo.

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Mateus Aleluia traz ao Rio seu concerto afro-barroco

RIO - "O tempo é o que o próprio tempo determina", explica Mateus Aleluia, uma figura para lá de rara no Rio de Janeiro. Pois nesta quarta-feira, o cantor baiano, que fez parte do grupo Os Tincoãs, se apresenta no Sesc Copacabana, em uma ocasião igualmente rara: a de lançamento de mais um álbum solo, "Fogueira doce".

Aos 73 anos, Mateus lançou apenas quatro LPs com Os Tincoãs, conjunto vocal que representou como poucos a música afro-baiana do cambomblé, e que teve uma de suas músicas, "Cordeiro de Nanã", gravada por João Gilberto no disco "Brasil". "Fogueira doce" é, tão somente, o segundo CD solo do cantor. Sua faixa-título nasceu de um desses momentos especiais, de quando ele vivia em Luanda e viu o sol nascer com inigualável beleza.

— Aquele era um tempo de guerra fratricida em Angola, você nunca pensaria em contemplação. Mas aquele sol não tinha nada a ver com aquilo, era uma fogueira que queimava e só fazia aquecer. E que despertava algo bom, que parecia estar esquecido e precisava ser exercitado. Era algo muito significativo — relata.

Mateus Aleluia e Dadinho (seu parceiro nos Tincoãs, falecido em 2003) saíram do Brasil em 1983, com Martinho da Vila e Luiz Carlos da Vila, numa missão cultural para Angola. O cantor seguiria morando no país pelos 19 anos seguintes.

— Para mim, esse tempo lá significou muito. Os Tincoãs sempre se basearam no lado ritualístico da ancestralidade religiosa africana e procuravam saber a origem daqueles cânticos, vindos das várias nações da África e que aqui se amalgamaram — conta ele. — Para nós, Luanda lá foi uma Xangrilá. Os povos do Congo e de Angola foram os primeiros a vir para o Brasil. Lá convivemos com músicos que nos pareciam inatingíveis.

De volta ao Brasil, Mateus participou do filme "O milagre do Candeal" (documnetário do espanhol Fernando Trueba sobre o sincretismo religioso na Bahia) e seguiu com seu trabalho musical. Em 2010, lançou o primeiro disco solo. Agora, ele volta com "Fogueira doce", no qual teve o auxílio do produtor Alê Siqueira, que já trabalhou com Marisa Monte, Elza Soares, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. O disco foi gravado com vários músicos, entre eles os filhos do cantor Mateus (trompete) e Fabiana (voz e piano):

— Foi um trabalho mais rebuscado em nível técnico, e o Alê teve sensibilidade de contribuir com uma visão de estúdio moderna, mas sem tirar nossas características — diz ele, que vem ao Rio acompanhado pelo filho e por Alexandre Vieira (voz, baixos acústico e elétrico), Alex Mesquita (guitarra e violão) e Luisinho do Jejê (percussão).

Em músicas como "Fogueira doce", "Eu vi Obatalá", "Bahia..bate o tambor" (só de Mateus), "Obatotô" e "Filha! Diga o que vê?" (parceria com Dadinho) e “Convênio no Orum" (com Carlinhos Brown), o cantor dá continuidade a suas misturas das heranças do candomblé e da música barroca católica:

— Por mais afro que sejamos, temos muito da cultura barroca. Nos navios negreiros, viemos embalados tanto pelos nossos cânticos quanto pelos dos jesuitas. Influenciamos e fomos influenciados.

Por falar nisso, Mateus tem acompanhado com atenção as discussões sobre apropriação cultural que vieram tomando as redes sociais nas últimas semanas. E tem o seu recado:

— O brasileiro é uma mistura, é possível que tudo isso seja mais uma questão política do que outra coisa. Mas acredito que é uma questão válida, é preciso estar fora da zona de conforto para que, da discussão, venha uma evolução.

A alegria de Mateus, hoje, é ver o reconhecimento ao seu trabalho (foi convidado para ser o mestre de cerimônias da mais recente edição do PercPan, que aconteceu em janeiro em Salvador) e acompanhar toda a nova geração influenciada pelo que fez nos anos 1970 com Os Tincoãs.

— Éramos como lobos solitários, trazendo a cultura do rito. Hoje, é muito gratificante quando vemos músicos do Rio, de São Paulo e da Bahia fazendo releituras dos cânticos e procurando um caminho dentro desse viés afro — conta. — É a certeza de que o que fizemos valeu a pena. A luta continua e a vitória é certa.

Mateus Aleluia lança o CD "Fogueira doce"

Quando: Quarta-feira, às 20h30m.

Onde: Arena do Sesc Copacabana — Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana (2547-0156).

Quanto: R$ 6 (associado do Sesc), R$ 12 (meia) e R$ 25.

Classificação: Livre.

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De costas para o país

No último dia 17, o escritor Carlos Eduardo Novaes utilizou este mesmo espaço para ofender e insultar um punhado de brasileiros patriotas que se reúnem em torno do Partido Pátria Livre, que sempre lutaram em defesa dos interesses do povo brasileiro, da nacionalidade, da pátria, da nossa cultura, desde a luta contra a ditadura, e que têm participado de todas as lutas sociais da gente brasileira, em nome da justiça, da liberdade e da civilização.

Darcy Ribeiro já observava que muita gente tem dificuldade em compreender o Brasil por estar sempre de costas voltadas para os dramas, as lutas e o destino do povo brasileiro. Olham para a palavra pátria com desdém e desprezo. E quando vem na lista dos partidos um que se devota a lutar pela defesa da pátria, ainda mais livre, parece-lhes um grande absurdo.

Nós, brizolistas, temos firmado uma posição política muito clara no Rio de Janeiro na defesa do setor público, na linha do nacionalismo. Quando Brizola e os trabalhistas e nacionalistas de verdade rompem com Marcello Alencar, muita gente que trabalhava com ele ficou do lado do governo, que veio a aliar-se a FHC e promoveu a entrega do Banerj ao Itaú por um real, e o metrô, as barcas, os trens para as empreiteiras, para elas faturarem; e o estado continuar lhes dando de presente barcas e trens nos fétidos negócios das privatizações. Passou a insultar Brizola, o trabalhismo e o nacionalismo em artigos na imprensa.

Nós somos o Partido Pátria Livre, um grupo de militantes políticos de procedência de áreas nacionalistas, de esquerda, trabalhistas, socialistas, que carregam consigo forte bagagem política e ideológica, todos empenhados na defesa dos direitos e interesses da nação. Nosso propósito é dotar o país de um partido político capaz de possibilitar ao povo brasileiro desfrutar as imensas riquezas de nossa pátria, de maneira equânime — e fazê-lo dono do Brasil. Uns, com um rosário de lutas contra a ditadura; outros, com forte militância ao lado de Brizola e do trabalhismo; outros, ainda, que acompanharam Miguel Arraes e os socialistas.

Nós nos inspiramos nas lutas sociais e patrióticas do povo brasileiro ao longo de sua história. Do grito doído e sofrido dos índios; do sofrimento, resistência e luta dos que vieram da África em navios negreiros; dos que vieram da Europa e de outros quadrantes do mundo, predominantemente os portugueses, e que lutaram pela afirmação da nacionalidade.

Nós somos a continuidade de suas lutas. Nós somos os que lutaram em Guararapes; os que lutaram nos quilombos desde Zumbi; os índios que resistiram; somos farrapos, balaios, praieiros, cabanos, malês e os que se imolaram na Inconfidência Mineira; os que fizeram e consolidaram nossa Independência; ao lado de Caxias pela unidade nacional; os que fizeram o abolicionismo e os que implantaram a República; somos as revoltas do século XX, a Coluna Prestes, os modernistas; somos a Revolução de 1930; os que fizeram a legislação trabalhista e previdenciária; os que se lançaram nas greves e nas lutas sociais e estão nas ruas até hoje.

Nós somos isto. Os que nos depreciam estão de costas para o Brasil. Sua alma pertence a outros lugares.

Vivaldo Barbosa é presidente estadual do Partido Pátria Livre

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Após perder espaço, DM9 recorre a Nizan (webremix.info)


Febre amarela volta a assustar

RIO - Em geral, ele mede não mais que sete milímetros e passa despercebido por entre nossas pernas, mas é um dos insetos mais “versáteis” quando se trata de espalhar doenças. Além de dengue, zika e chicungunha, o Aedes aegypti também é um possível vetor da febre amarela, que vem assombrando parte do Brasil desde o início do ano. O alento é que todos os casos notificados até agora são da versão silvestre da doença, transmitida somente em regiões de mata pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. O Aedes só vai entrar em cena caso a circulação do vírus saia das zonas rurais para as cidades, o que, se acontecer, provocará um cenário de caos, afirmam com veemência infectologistas e epidemiologistas.

Aedes4

— Isso seria desastroso, porque as cidades estão infestadas de Aedes aegypti. Ficaria muito mais difícil conter a disseminação da febre amarela — alerta Pedro Tauil, epidemiologista, doutor em doenças tropicais e professor da Universidade de Brasília (UnB). — O risco de a doença chegar às cidades é real. Temos que tomar todas as medidas que pudermos já.

E a principal medida é a vacinação, tanto na região de Minas Gerais afetada pelo surto — onde cerca de de 700 casos foram notificados e mais de cem, confirmados —, quanto nas áreas em torno do estado. Por isso, um cinturão de bloqueio está sendo feito na fronteira, em especial em cidades do Rio e do Espírito Santo, que, por não fazerem parte da zona de recomendação para a vacina da febre amarela, têm a esmagadora maioria de seus habitantes desprotegida.

FOCO EM TRABALHADORES RURAIS

No Rio, os 16 municípios do Norte Fluminense e da Região Serrana que fazem divisa com Minas receberam do Ministério da Saúde 250 mil doses da vacina. Nessas cidades, pessoas de 9 a 60 anos poderão se imunizar. No entanto, a prioridade será dada aos trabalhadores rurais, os mais afetados pela doença, uma vez que passam boa parte do dia em área de mata. De acordo com um estudo de Pedro Tauil, 45% dos que contraem febre amarela são trabalhadores da agricultura, e 87% são homens.

O que amedronta os especialistas é o possível retorno da febre amarela em sua forma urbana, que tem seu último registro no Brasil em 1942, no Acre. Isso porque populações que nunca tiveram defesa contra esse vírus entrariam em contato com ele. E uma das marcas da febre amarela é a alta letalidade: quase metade das pessoas que têm a doença no Brasil morre. Com base nos últimos 16 anos, 48% dos que contraíram a enfermidade no país não resistiram à agressividade da doença.

— Se compararmos a mortalidade da febre amarela com a do ebola, a primeira leva a óbito com muito mais frequência — comenta o infectologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). — No surto de ebola que ocorreu na África entre 2013 e 2015, cerca de 20% das pessoas morreram. A febre amarela chega a matar 50%. Mesmo na época em que tínhamos, por exemplo, apenas dois casos de febre amarela ao longo de todo um ano no país, normalmente uma delas morria.

Embora seja mais associada à região amazônica, a febre amarela silvestre é endêmica na maior parte do país. Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Maranhão têm seus territórios inteiros dentro da área de recomendação da vacina. Até nos estados da Região Sul, há essa indicação, ficando fora apenas uma estreita faixa litorânea.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, ressalta que a vacina da febre amarela é a única que não é aplicada em todo o território nacional. A justificativa é que, por ser feita com o vírus atenuado — e não inativo —, essa imunização pode, em algumas ocasiões, provocar reações semelhantes às da própria febre amarela, o que pode levar o indivíduo a um estado grave. Não é comum que isso aconteça: estima-se que exista um caso a cada 400 mil doses aplicadas. Entretanto, especialistas consideram que não vale a pena correr esse risco em áreas onde não há registro de circulação do vírus, como no Rio de Janeiro.

— Não há motivo para se expor a um risco que, no momento, consideramos desnecessário — afirma Kfouri. — Por isso, não acho que o Rio precise de uma vacinação de rotina contra a febre amarela. E essa avaliação continuará válida, a menos que o quadro da doença no estado mude.

Para Esper Kallás, faltou investimento do governo no aumento da cobertura vacinal nas áreas endêmicas. Em Minas, por exemplo, menos de metade da população estava imunizada quando surgiram os primeiros casos.

— Ao mesmo tempo, temos pouca cultura de vacinação. É preciso cobrar dos governantes, mas também mudar isso no nosso dia a dia.

Nas áreas onde o vírus circula, deve-se tomar a vacina aos 9 meses de idade e a segunda dose aos 4 anos. Quem toma a primeira dose depois dos 5 anos precisa receber um reforço após dez anos. Com essas duas aplicações, a proteção dura para o resto da vida. Embora a OMS afirme que uma única dose é suficiente para a imunização, o Ministério da Saúde defende que é mais cauteloso manter a recomendação das duas etapas.

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Escrita por jovens, biografia de Clementina de Jesus apresenta detalhes raros (webremix.info)


Autoestima contra o racismo

Em nossa opinião, uma das melhores armas no combate ao racismo é possibilitar aos atingidos por ele a aquisição de uma autoestima positiva. Somente altivos e “resolvidos” é que povos historicamente vítimas desse tipo de ofensa tornaram-se aptos a desmoralizar as causas de seu infortúnio, evitando que elas permanecessem e se reproduzissem.

No caso brasileiro, descendentes de africanos continuam sendo as vítimas preferenciais. Para esse segmento — no qual nos incluímos —, o mito da “democracia racial” e a focalização de nossa história apenas na condição escrava de nossos ancestrais, reais ou supostos, têm nos impedido de perceber nossa relevância e, a partir dela, moldarmos nossa autoestima.

A escravidão de africanos no Brasil foi um fenômeno histórico importante, mas a ampliação do foco sobre seus efeitos, reservando o conhecimento de suas causas apenas aos especialistas, é uma postura de efeitos danosos. Assim, é preciso garantir a todos, sobretudo aos mais jovens, acesso a uma verdade histórica simples: a de que o continente africano também foi berço de civilizações invejadas, herdadas de tradições imemoriais; e que a escravatura lá introduzida para garantir mão de obra aos empreendimentos europeus no Novo Mundo deveu-se a fatores muito mais complexos do que alegadas fraqueza ou inferioridade inata dos vitimados.

Eis então que vislumbro na estante o livro “A mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica”, de Emanuel Araújo, idealizador do Museu Afro-Brasil. E a obra me diz que o debate ora travado sobre a criação de um Museu da Escravidão, pela Secretaria municipal de Cultura do Rio de Janeiro, é extremamente saudável. Principalmente porque ganha corpo num momento ainda de fortes restrições, nas redes públicas de ensino, à adoção dos conteúdos determinados pela Lei nº 10.639, promulgada em 2003. Ela versa sobre História da África e dos africanos e sobre o papel do povo negro na formação da sociedade brasileira, dos pontos de vista político e socioeconômico.

Acreditamos, com os apoiadores dessa lei, que as afinidades entre o Brasil e a África vão muito além daquelas reducionistas “influências africanas” reproduzidas pelos antigos livros didáticos. Condições ecológicas, históricas, sociais e antropológicas semelhantes são fatores que aproximam estas duas grandes porções da superfície terrestre que, há milhões de anos, a Natureza separou. Também reconhecemos que o comércio humano foi que reaproximou essas porções apartadas; e que a colonização portuguesa foi que deu ao Brasil a unidade linguística que hoje apresenta e que o religa, ainda uma vez, a uma enorme comunidade de africanos.

A ideia de um museu é, então, bem-vinda. Desde que contribua para que a evocação da escravatura, do escravismo e da escravidão seja, no futuro, apenas o pano de fundo para nossas importantes contribuições, reconhecidas como fundamentais à Civilização Universal. E que nesse futuro não se precise mais escrever nada do que aqui tentamos expor.

Nei Lopes é compositor e escritor

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Por um museu sobre a verdade

‘Museus e histórias contestadas: dizendo o indizível em museus” é o tema de trabalho do Conselho Internacional de Museus para 2017, uma escolha nada aleatória. É preciso apurar e confrontar traumas históricos para não repetirmos horrores do passado e denunciarmos traços desses horrores que sobrevivam no presente. A forma de fazê-lo é nomear, reconhecer e debater legados difíceis, promover sua ressignificação e visionar um futuro coletivo sob a ótica da reconciliação.

Como ágoras modernas, museus devem articular questões essenciais e encorajar reflexões críticas sobre os legados que lhe dão forma ou dilaceram. É neste contexto que expressamos o sonho de construir um museu dedicado à história da escravidão no Rio de Janeiro, entendendo que a iniciativa demanda reflexões para não banalizarmos um tema de tamanha complexidade. Cientes de tal responsabilidade, desejamos abrir um intenso e transparente diálogo com a sociedade.

O “Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos”, de D. Eltis e D. Richardson, aponta que quase metade dos africanos trazidos como escravos para as Américas veio para o Brasil — cerca de 4,68 milhões. Destes, mais de dois milhões desembarcaram no Rio de Janeiro. Ainda assim, há um acobertamento dessa memória no espaço e no cotidiano urbanos. Embora locais de relevância, como o Cais do Valongo, tenham sido demarcados na Região Portuária, isso não é suficiente para reconhecer os golpes deferidos por quatro séculos de escravidão contra os negros no Brasil, cujas consequências perduram até hoje. Se a escravidão foi abolida há mais de cem anos, seus grilhões permanecem presentes no racismo e na desigualdade social.

Um museu sobre a escravidão não pode esconder em seu nome a dimensão histórica desse tema, mas sim ressignificá-la. Se a história da escravidão toca a violência e a privação de direitos, dá também testemunho da resiliência e indestrutibilidade do espírito humano, dos atos de resistência e rebelião, dos esforços de recriação de identidades e de sentimento comunitário; enfim, da luta e conquista da liberdade. Para além do horror e da dor da escravidão, mas sem esquecê-los, esse espaço público deve celebrar a profunda influência africana na cultura brasileira: nossa musicalidade, artes, festas, religiosidade, culinária, falar, nosso jeito de viver e sentir, heranças de nossos ancestrais. Reverenciar Clementina de Jesus e Lima Barreto, Mestre Didi e Pixinguinha, Mercedes Baptista e Mãe Menininha do Gantois, e tantos, tantos, conhecidos e anônimos construtores do Brasil. Reconhecer que muitos ainda sofrem os legados da escravidão requer um museu como vetor de autoestima, desenvolvimento humano, oportunidades socioeducativas e impactos sociais duradouros.

O futuro Museu da Escravidão buscará ouvir as vozes silenciadas de seus protagonistas através de processos participativos, de baixo para cima, rechaçando abordagens curatoriais autoritárias. Quer contar com o movimento negro e a sociedade como um todo na construção deste bem cultural comum.

Encerro com um provérbio bantu, cultura predominante na África Ocidental: Ubuntu ngumtu ngabanye abantu (Uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas). Não há bem-estar individual sem bem-estar coletivo. O mal que recaiu sobre a comunidade escravizada hoje afeta a sociedade como um todo. Enfrentemos pois nossas “histórias contestadas” para, por fim, nos regenerarmos coletivamente celebrando uma sociedade múltipla, plural e diversa.

Nilcemar Nogueira é secretária municipal de Cultura do Rio

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Papa condena ataques radicais islâmicos: ‘Loucura homicida’

CIDADE DO VATICANO — O Papa Francisco classificou a violência militante islâmica como “loucura homicida” nesta segunda-feira, e disse que líderes mundiais devem melhorar as condições sociais precárias que estimulam o fundamentalismo e a radicalização.

Diante de diplomatas de mais de 180 países, o Papa também reiterou um pedido pela proibição de armas nucleares, dizendo que experimentos conduzidos pela Coreia do Norte para construir mísseis de longo alcance arriscam desencadear uma nova corrida armamentista nuclear.

Francisco, em seu discurso anual sobre “o estado do mundo”, também falou da necessidade de defesa da unificação europeia, assim como maior unidade na luta contra as mudanças climáticas.

O Pontífice argentino, de 80 anos, reservou suas palavras mais duras para condenar a onda de “terrorismo inspirado por fundamentalismo” em 2016, listando ataques de militantes islâmicos na Europa, na África, na Ásia e nos Estados Unidos.

— Tristemente, temos consciência que até mesmo hoje em dia, a experiência religiosa, em vez de fomentar uma abertura em relação aos outros, pode às vezes ser usada como pretexto para rejeição, marginalização e violência — disse ele na Sala Régia do Vaticano. — Estamos lidando com uma loucura homicida que utiliza o nome de Deus em vão para disseminar morte, em busca de dominação e poder. Então eu peço para que todas as autoridades religiosas se unam a mim em reafirmar um pedido inequívoco de que ninguém pode matar em nome de Deus.

Francisco disse que a violência inspirada pela religião é fruto de uma pobreza espiritual profunda, e frequentemente está ligada a significante pobreza social.

— Isso pode ser derrotado totalmente apenas com a contribuição conjunta de líderes religiosos e políticos — advertiu.

O Papa pediu a líderes de governos “políticas sociais adequadas de combate à pobreza” e investimento em educação e cultura.

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Livro de Abdias Nascimento que confrontou teoria da democracia racial é relançado

RIO — Em 1977, Abdias Nascimento estava em Lagos, Nigéria, pronto para apresentar, no Colóquio do Segundo Festival Mundial de Arte e Cultura Negras, um ensaio combativo, que buscava desmontar uma teoria amplamente difundida na cultura brasileira e que vinha sendo propagada mundo afora pela ditadura militar da época: a de que a nação vivia em tranquila harmonia racial, e que os negros eram menos excluídos por aqui do que no apartheid da África do Sul ou em certos estados do Sul dos Estados Unidos. Mas o governo brasileiro impediu o dramaturgo e ativista de representar o país no evento, substituindo-o pelo professor Fernando A. A. Mourão, que defendia teorias opostas.

O texto, porém, foi publicado em mimeógrafo pela Universidade de Ife, na Nigéria, onde Nascimento lecionava como professor visitante, e depois distribuído pelo próprio autor aos participantes do colóquio, que foram apresentados a uma visão até então desconhecida do país. A sua tentativa de demonstrar, inclusive com números objetivos, o processo de aniquilação da identidade de homens e mulheres negros por mecanismos socioeconômicos marcou muitos intelectuais africanos. Em 1978, foi publicado em livro no Brasil com o título de “O genocídio do negro brasileiro — Processo de um racismo mascarado”, tornando-se um símbolo da denúncia do racismo — e de seu acobertamento pela sociedade —, inclusive pelo uso sem restrições da palavra “genocídio”, que até hoje gera controvérsia.

Links Prosa

Quarenta anos depois, a obra está sendo relançada pela editora Perspectiva, com prefácios do sociólogo Florestan Fernandes e do Nobel de literatura nigeriano Wole Soyinka (presente no colóquio de 1977), além de um posfácio da viúva de Nascimento, Elisa Larkin. A republicação do texto, acredita ela, traz o registro de um momento decisivo na evolução da luta contra o racismo no Brasil.

— O livro chega agora a um público talvez mais preparado para receber sua mensagem — argumenta Elisa, que dirige o Instituto Ipeafro, fundado por Nascimento. — Já passamos por várias fases de lutas e conquistas em relação a políticas públicas provocadas por questões que o Abdias colocou pela primeira vez. A sociedade se conscientizou o suficiente da existência do racismo para reconhecer o enfrentamento necessário para chegar a essas políticas.

Elisa lembra que, na época, o uso do termo “genocídio” foi visto como “inusitado” e até “agressivo” por alguns. Ao barrar a participação oficial de Nascimento no colóquio, o governo tentou impedir que sua denúncia alcançasse um contexto internacional. Porém, o conteúdo explosivo de seu texto ganhou enorme repercussão, em parte graças à mobilização de intelectuais nigerianos.

— O Brasil usava a imagem da chamada “democracia racial” como apelo para exportar produtos a países africanos — lembra Elisa. — Abdias sublinhava como esse comércio alimentado por uma mentira beneficiava apenas uma elite racista que discriminava os negros em condições de trabalho degradantes.

"O genocídio do negro brasileiro"

Autor: Abdias Nascimento

Editora: Perspectiva

Páginas: 232

Preço: R$ 45,00

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Cores e sabores de Rabat, a capital do Marrocos

RABAT - Cabeças de cabra e bolsas. Temperos e tapetes. Pashminas e azeitonas... Imagine todas as especiarias, aromas e sabores do Marrocos em um só lugar. Assim como em outras cidades desse país no noroeste da África, as vielas e os labirintos da Medina de Rabat garantem essa experiência ao visitante. Essas áreas históricas muradas, com barraquinhas que formam um grande mercado a céu aberto, são locais muito frequentados por moradores, que fazem ali suas compras diárias, e por turistas.

Capital do Marrocos, Rabat guarda a tradição. Não é tão europeizada como Casablanca, Marrakech ou Tanger, que tem uma cultura mais liberal. Foi fundada em 1150 com um grande muro ao redor, formando um fortaleza protegendo moradores, a mesquita e a residência oficial, que passaram por restaurações e modificações ao longo do tempo

bv marrocos

A fortificação dá ares de vila medieval à cidade. Os muros que protegem labirintos e vielas da Medina fazem com que o mercado popular seja uma espécie de tesouro bem guardado. Ao entrar, nota-se o silêncio. Os vendedores gritam para anunciar seus produtos, mas os muros afastam o mercado das ruas com carros. Não há som de motor ou buzina. Lá dentro também não há prédios ou construções modernas. Dá para imaginar como funcionava o local há séculos.

Sem os ruídos externos típicos de grandes cidades, visão e olfato ficam mais aguçados. Sente-se o cheiro de incensos e temperos de longe. As barracas que vendem condimentos não só atraem pelos aromas como pelas cores. Coentro, açafrão, noz-moscada, canela e páprica são os mais populares. Exibidos em grandes sacos abertos, são vendidos a peso. Além de temperos, os marroquinos apreciam muito as azeitonas, vendidas em barracas exclusivas. A variedade é imensa. Todas carregadas no tempero e, especialmente, na pimenta.

Quer pagar quanto?

A Medina de Rabat tem duas partes. Uma colada ao muro, no lado externo da cidade. Esse pedaço, onde também não se ouve o barulho dos carros, é mais voltado ao dia a dia dos moradores. A maior parte das barracas e pequenas lojas é de roupas e calçados que estampam marcas famosas — falsificadas. Muitas barracas oferecem utensílios para a casa, em especial, a cozinha. Curioso é ver roupas sendo vendidas ao lado de um açougue. Nessa parte da Medina, tudo se mistura. O trânsito de pedestres é intenso. Percorrer um trecho curto pode levar longos minutos.

Na área da Medina cercada por muros não há tanta confusão. As barracas são, mais ou menos, organizadas por setores. Os produtos têm mais qualidade. Mas, na maioria das vezes, é possível achar o mesmo item por um preço mais em conta na área externa. Para isso, é preciso bater perna e procurar. O mesmo modelo de bolsa de couro vendido a 150 dirhams marroquinos (R$ 50) na parte interna pode ser encontrado lá fora por 70 dirhams (R$ 23). Na parte interna, há tapetes de todos os tamanhos, bordados, cores e preços. Pashminas, de muitas cores e estampas, saem por 70 dirhams (R$ 23). Peças de artesanato de Fez, cidade do país conhecida pelo talento de seus artesãos, estão por toda a parte. Babouches (sapatos marroquinos) saem por 50 dirhams (R$ 17).

A cultura árabe é famosa pela negociação no comércio. No Marrocos não seria diferente. É divertido observar a reação dos vendedores ao ver o cliente entrando na loja. Alguns são mais reservados, mas em geral exibem um ar de satisfação: é como se o mais difícil, que seria atrair o cliente, já tivesse sido feito e a venda seria uma consequência inevitável. Não há preços tabelados. É tudo na base da negociação, e o vendedor costuma perguntar quanto o cliente pagaria pelo produto antes de dizer o preço.

Rabat, no geral, é bem policiada, mas é raro ver agentes pela Medina. Ainda assim, durante o dia, o local não causa sensação de insegurança e é comum ver turistas mulheres enquanto ainda há luz do sol. A cidade tem ambiente menos opressor em comparação a outros países árabes.

Victor Costa viajou a convite da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

(webremix.info)


Cores e sabores de Rabat, a capital do Marrocos

RABAT - Cabeças de cabra e bolsas. Temperos e tapetes. Pashminas e azeitonas... Imagine todas as especiarias, aromas e sabores do Marrocos em um só lugar. Assim como em outras cidades desse país no noroeste da África, as vielas e os labirintos da Medina de Rabat garantem essa experiência ao visitante. Essas áreas históricas muradas, com barraquinhas que formam um grande mercado a céu aberto, são locais muito frequentados por moradores, que fazem ali suas compras diárias, e por turistas.

Capital do Marrocos, Rabat guarda a tradição. Não é tão europeizada como Casablanca, Marrakech ou Tanger, que tem uma cultura mais liberal. Foi fundada em 1150 com um grande muro ao redor, formando um fortaleza protegendo moradores, a mesquita e a residência oficial, que passaram por restaurações e modificações ao longo do tempo

bv marrocos

A fortificação dá ares de vila medieval à cidade. Os muros que protegem labirintos e vielas da Medina fazem com que o mercado popular seja uma espécie de tesouro bem guardado. Ao entrar, nota-se o silêncio. Os vendedores gritam para anunciar seus produtos, mas os muros afastam o mercado das ruas com carros. Não há som de motor ou buzina. Lá dentro também não há prédios ou construções modernas. Dá para imaginar como funcionava o local há séculos.

Sem os ruídos externos típicos de grandes cidades, visão e olfato ficam mais aguçados. Sente-se o cheiro de incensos e temperos de longe. As barracas que vendem condimentos não só atraem pelos aromas como pelas cores. Coentro, açafrão, noz-moscada, canela e páprica são os mais populares. Exibidos em grandes sacos abertos, são vendidos a peso. Além de temperos, os marroquinos apreciam muito as azeitonas, vendidas em barracas exclusivas. A variedade é imensa. Todas carregadas no tempero e, especialmente, na pimenta.

Quer pagar quanto?

A Medina de Rabat tem duas partes. Uma colada ao muro, no lado externo da cidade. Esse pedaço, onde também não se ouve o barulho dos carros, é mais voltado ao dia a dia dos moradores. A maior parte das barracas e pequenas lojas é de roupas e calçados que estampam marcas famosas — falsificadas. Muitas barracas oferecem utensílios para a casa, em especial, a cozinha. Curioso é ver roupas sendo vendidas ao lado de um açougue. Nessa parte da Medina, tudo se mistura. O trânsito de pedestres é intenso. Percorrer um trecho curto pode levar longos minutos.

Na área da Medina cercada por muros não há tanta confusão. As barracas são, mais ou menos, organizadas por setores. Os produtos têm mais qualidade. Mas, na maioria das vezes, é possível achar o mesmo item por um preço mais em conta na área externa. Para isso, é preciso bater perna e procurar. O mesmo modelo de bolsa de couro vendido a 150 dirhams marroquinos (R$ 50) na parte interna pode ser encontrado lá fora por 70 dirhams (R$ 23). Na parte interna, há tapetes de todos os tamanhos, bordados, cores e preços. Pashminas, de muitas cores e estampas, saem por 70 dirhams (R$ 23). Peças de artesanato de Fez, cidade do país conhecida pelo talento de seus artesãos, estão por toda a parte. Babouches (sapatos marroquinos) saem por 50 dirhams (R$ 17).

A cultura árabe é famosa pela negociação no comércio. No Marrocos não seria diferente. É divertido observar a reação dos vendedores ao ver o cliente entrando na loja. Alguns são mais reservados, mas em geral exibem um ar de satisfação: é como se o mais difícil, que seria atrair o cliente, já tivesse sido feito e a venda seria uma consequência inevitável. Não há preços tabelados. É tudo na base da negociação, e o vendedor costuma perguntar quanto o cliente pagaria pelo produto antes de dizer o preço.

Rabat, no geral, é bem policiada, mas é raro ver agentes pela Medina. Ainda assim, durante o dia, o local não causa sensação de insegurança e é comum ver turistas mulheres enquanto ainda há luz do sol. A cidade tem ambiente menos opressor em comparação a outros países árabes.

Victor Costa viajou a convite da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

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Dez roteiros por quatro continentes: as viagens mais marcantes de 2016

RIO - Do contato com índios da tribo wazare, em Parecis, no Mato Grosso, ao convívio com monges budistas nas montanhas do Japão. Do Velho Oeste americano a um cruzeiro pelo Mediterrâneo, que nos levou da Itália à Grécia. Ainda na Ásia, destacamos o Vietnã. E, da África, as Ilhas Seychelles. Ao longo de 2016, voltamos a correr o mundo para produzir diferentes roteiros para o Boa Viagem. E, para fechar o ano, resolvemos contar a vocês, leitores, quais foram os lugares que mais nos marcaram. Esperamos que aprovem nossas escolhas. Um ótimo 2017!

Dez viagens que marcaram 2016

Abaixo, clique nos links e leia as reportagens na íntegra:

Turismo indígena leva a aldeias dos parecis em Mato Grosso

Flórida Keys: a travessia em uma estrada sobre o mar

Observar a aurora boreal, na Noruega, dá prazer e satisfação

Itália e Grécia: Beleza feita de pedra

Japão oferece experiências em cidades modernas, históricas e sagradas

Nos arredores de Las Vegas, um mergulho no Velho Oeste

Halong Bay: cenário deslumbrante para cultura milenar

Seychelles combina um povo multiétnico, praias azuis e luxo

Tequila e mariachis em Guadalajara, onde o México é mais autêntico

Obras de Miró, Gaudí e museus como o do Design traduzem Barcelona

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'Financial Times' diz que Odebrecht é máquina de suborno brasileira (webremix.info)


'A Odisseia do Cinema Brasileiro' traz outro olhar sobre produções nacionais (webremix.info)


Festas sofisticadas ou informais movimentam o réveillon da região da Barra

RIO — É quase hora de dizer adeus a 2016. E, para que a despedida seja em grande estilo, escolher o lugar certo para presenciar a chegada do novo ano é fundamental. Este ano, a Barra e os bairros vizinhos oferecem festas nos mais diferentes formatos. Há desde jantares por R$ 300 até eventos com convites que chegam a R$ 1.400. Restaurantes, boates, hotéis e quiosques vão se transformar em locais de comemoração, cada um com uma proposta e foco em um público distinto.

réveillon 20/12

À meia-noite do dia 31, o céu da Barra e do Recreio será iluminado com uma queima de fogos de artifício promovida pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), com o apoio da Riotur, em dez pontos diferentes.

A data será um marco para empreendimentos recém-inaugurados, como o hotel Grand Hyatt Rio de Janeiro. O cinco estrelas, aberto no final de março, na Praia da Reserva, promete uma comemoração completa para os públicos brasileiro e estrangeiro. Os convidados podem comprar o pacote que dá direito à festa e à ceia. O início será na área da piscina, com um coquetel, às 20h.

O jantar especial foi elaborado com a proposta de mesclar tradições locais a rituais de outras culturas. Para tanto, os chefs dos restaurantes do hotel, Leandro Minelli, do Tano Cucina Italiana; e Miriam Moriyama, do japonês Shiso; trabalharam na criação de um menu harmônico, que pudesse integrar as duas cozinhas e pratos típicos da ceia brasileira. A diretora de experiência do cliente, Mariana Nunes, salienta que a equipe pretende oferecer novidades para o público, composto, em sua maioria, por brasileiros, argentinos e americanos:

— No Rio se faz uma ceia que visa ao público internacional, com pratos que são típicos de uma ceia tradicional. Essa é nossa oportunidade de mostrar a cara do Grand Hyatt. Estamos com uma grande expectativa, por ser nosso primeiro réveillon aqui.

A aposta dos chefs é em pratos temperados pela crença de que atraem fortuna quando degustados na virada do ano. Leandro Minelli, do Tano, traz um alimento conhecido entre os brasileiros: a lentilha será apresentada na ceia à moda italiana, complementando o bufê ao lado de massas, risotos e queijos artesanais, entre outras iguarias.

— A lentilha cozida com legumes é um prato tradicional para a virada do ano na Itália. A diferença em relação ao preparo brasileiro é que ela é cozinhada com cenoura, aipo, tomate e cebola. Aqui se usa paio ou linguiça — diz Minelli.

Já na terra do sol nascente come-se o toshikoshi soba para se despedir do ano em curso e saudar a chegada do novo, pouco antes de o dia clarear. O macarrão, preparado no Shiso, faz parte da receita do Hyatt para garantir o sucesso.

— O macarrão de trigo sarraceno (soba) atrai prosperidade quando consumido na véspera do ano novo — diz a chef Miriam Moriyama. — Usamos também o mochi, um bolinho de arroz glutinoso, consumido no ano novo para trazer fartura.

A festa, marcada para as 23h no Grand Ballroom, terá um clima mais carioca e adianta o carnaval com o Monobloco, que vai tocar clássicos do samba e do pop e marchinhas. O DJ Pachu é outra atração, com sets de estilos variados. O público ainda vai contar com um menu que harmoniza com as opções do open bar. Localizado na Avenida Lucio Costa, o hotel está entre a Praia da Barra e a Lagoa de Marapendi, onde será realizada a queima de fogos. O público poderá acompanhar o momento das varandas.

A ocupação dos quartos chegou a 60% no início do mês, com reservas, em média, de seis noites, no caso de turistas estrangeiros; e duas, no de brasileiros. A gerente de marketing e comunicação do Grand Hyatt Rio de Janeiro, Ana Carolina Trope Taunay, aposta que a procura dos cariocas pelo evento mostra que eles estão em busca de novas alternativas, mas que mantenham a cultura da cidade.

— Na nossa festa, queremos entregar uma proposta que possa atender dois públicos, o morador do Rio e quem é de fora. A ideia da festa é ser um réveillon tipicamente carioca. Estamos tentando transmitir um pouco do que é essa cultura não só na queima de fogos, mas nos menus que elaboramos e nas surpresas que colocaremos nos apartamentos — diz Ana Carolina, destacando que espera que o hotel seja inserido no calendário da região. — O mercado da Barra costuma trazer novas propostas, novas tradições. Acho que somamos às opções de lazer.

Outra debutante na virada do ano é a festa Réveillon Rio Maravilha 2017, a primeira do gênero no Hotel Royal Tulip, em São Conrado. A festa começará às 21h e se estenderá até as 6h. Minutos depois da virada do ano, o palco montado no salão nobre receberá a energia da cantora Anitta, que desfiará seus hits. Entre as atrações do evento, que terá camarotes operados pela boate All In, estarão também o projeto F***k the Format, o DJ Jeff Tavares e a dupla sertaneja carioca Ugo e Bruno.

— Vamos trazer para o show as músicas mais executadas nas rádios do país atualmente. Por ser uma festa de réveillon, estamos priorizando as músicas mais agitadas. Mas, em se tratando de sertanejo, não podemos deixar de lado a famosa sofrência — diz Bruno.

Para quem deseja pular as tradicionais sete ondas na praia durante a virada, a organização do Rio Maravilha garante o retorno aos salões do hotel com pulseiras de identificação.

OUTROS RÉVEILLONS

Enquanto a expectativa ronda os estreantes, a região tem lugares conhecidos pelo público de outros réveillons. São lugares que apostam num público que prefere curtir a festa próximo de casa e busca espaços que possam receber toda a família. De maneira geral, os convivas da festa são os os mesmos do cotidiano das casas.

Longe de queimas de fogos de artifício e de artistas do momento, mas com animação, o Espaço Don, em Vargem Grande, convida os clientes a comemorarem o primeiro dia do ano assistindo a uma soltura de balões de gás nos jardins. O restaurante, em funcionamento desde 2012, comemora seu quarto ano novo com uma festa que começa às 21h. A equipe espera receber o público cativo, em grande parte responsável por esgotar o primeiro e o segundo lotes de ingressos.

Por receber famílias, a maioria delas com crianças, haverá um esquema especial. Um parquinho foi instalado e, nesta edição, animadores vão dinamizar a recreação. Os pequenos ainda terão menu próprio, um complemento ao bufê completo, com entrada, pratos principais, sobremesas e bebidas. DJ e show ao vivo prometem manter a noite aquecida.

— Temos pessoas que vêm desde o início e, a cada edição, indicam-nos aos amigos. Esse boca a boca foi realmente o que mais fez a festa crescer — conta a gerente de eventos do Espaço Don, Cintia Prudente, ressaltando a logística da casa para a ocasião. — O jardim, nós deixamos livre, ambientando-o com algumas mesinhas perto do parquinho, para os pais que quiserem acompanhar os filhos. E há os lounges, um mobiliário de jardim em que as pessoas se revezam o tempo inteiro.

A acessibilidade para portadores de deficiências e para quem chega com carrinho de bebê é um ponto que a equipe da casa gosta de ressaltar. Além de as entradas terem rampas e o espaço entre as mesas ser amplo para facilitar o trânsito, há cuidado com o mapa das mesas no momento da reserva, quando o cliente informa sobre esta necessidade.

O restaurante pode sediar festas com até 250 convidados. Apesar de pedidos insistentes até mesmo no dia do evento, não há venda de entradas extras, destaca Cintia Prudente:

— No dia, vai estar cheio de gente aqui querendo comprar o ingresso. Tem quem diga que não precisa de mesa, mas não dá. Tira o conforto de se ter espaço, atrapalha a logística. Uma quantidade enorme de pessoas aqui dentro deixa ruim a circulação e a pista de dança.

Para quem não dispensa os ares praianos no réveillon, uma opção é o Clássico Beach Club, na Praia do Pepê, que terá um evento animado pelo som da banda Floater e pelos sets dos DJs Cobra e Roger Lyra. É a terceira edição do “Réveillon Clássico”, das 21h às 4h. Os ingressos, cujas vendas estão no segundo lote, também dão direito a um cardápio assinado pelo bufê Pimenta Rosa e a open bar.

A área da festa, que terá no máximo 200 pessoas, será delimitada por grades que tomarão uma faixa de areia, onde serão dispostas mesas e cadeiras, além das tradicionais espreguiçadeiras já características do quiosque. A proprietária, Carla Romano, conta ver principalmente grupos de amigos e famílias da Barra durante a comemoração, mas há também quem participe buscando alternativas menos disputadas do que bairros como Copacabana. Carla diz que o clima é o de um espaço onde se pode comer bem, num bom ambiente”.

— A maioria dos convidados mora perto do quiosque. Vem com criança, fica um pouco, e tem a possibilidade de levá-la para casa e depois voltar para a festa. Que é light, mas bem animada. É um espaço em que se consegue conversar com as pessoas. Não é como uma boate. É uma comemoração entre amigos, num ambiente pequeno — define.

Carla e o marido, Marcio Rodrigues — dupla à frente também do Clássico Beach Club Urca —, moldaram o estilo do quiosque a partir de experiências que tiveram em viagens. No dia a dia, a casa oferece menu criado por um chef e drinques preparados por um mixologista. A dupla considerava que o Rio carecia de um espaço à beira-mar onde se pudesse “tomar uma boa bebida e passar o dia”, explica ela. O evento de fim de ano está em sintonia com a proposta.

— No primeiro ano, o objetivo foi fazer um festão, mas vimos que o público não quer isso. As pessoas querem se sentir confortáveis — conta a proprietária. — Aqui ainda é pé na areia.

NOVA TRADIÇÃO

A chegada de 2017 será saudada com uma festa maior do que a do ano passado na região. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) e a Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), com o apoio da Riotur, promoverão, neste réveillon, queima de fogos de artifício em dez pontos espalhados na Barra e no Recreio. Serão cinco toneladas de material, que resultarão num show de entre três e 12 minutos, com 34 tipos de efeitos e cores. Por enquanto, a região tem média de ocupação de 58,49%, mas a rede hoteleira se mostra otimista, apostando em reservas de quartos e compras de pacote de última hora, principalmente pelo público carioca.

O Hotel Hilton vai participar da festa oficial pela segunda vez. Longe da orla do bairro, marcará a virada do ano com um espetáculo em frente ao empreendimento, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno. A programação é dividida entre a ceia realizada no Abelardo Restaurante, com bufê especial para a ocasião, e a festa, que contará com DJ e terá como atração principal o cantor e apresentador Leo Jaime, que subirá ao palco logo após a meia-noite. No menu estarão combinados pratos tradicionais da época e opções contemporâneas. A diretora do Hilton e conselheira da ABIH-RJ na Barra, Laura Castagnini, tem a expectativa de fechar o ano com ocupação próxima a 100% e atrair o público vizinho para os eventos.

— A realidade está muito acima da expectativa. É nosso segundo ano-novo, e a festa principal está quase lotada. Como o brasileiro tem a tendência de deixar tudo para o último momento, achamos que tanto a ceia como a festa vão lotar — espera Laura.

A conselheira da ABIH-RJ na Barra lembra que os investimentos no setor são parte do legado olímpico. No ano passado, quando novas cadeias chegaram — Hilton entre elas —, o público vizinho, isto é, moradores de bairros próximos, começou a ser cortejado, salienta.

— Mostramos, assim como outros hotéis, que temos opções de qualidade e mais convidativas. Ao mesmo tempo, a iniciativa privada fez um investimento grande na queima de fogos. Sempre foi nossa intenção mostrar a região para os órgãos públicos. A Olimpíada colocou a Barra no mapa, e a Riotur entende isso.

No Windsor Barra, as festas de fim de ano já são uma tradição. Desta vez, a ideia é transportar os convivas para outro continente, com a ceia temática “Um safári na África”. Pratos típicos vão dividir a mesa com quitutes brasileiros. A proposta foi do gerente-geral de alimentação e bebidas, Joatan Franco de Queros, para deixar o jantar comemorativo nos mesmos moldes do realizado na unidade do Windsor em Copacabana.

Países como Grécia, Marrocos e França já serviram de inspiração para edições passadas. Este ano, a expectativa é que o cantinho da foto, com um jipe estilizado, faça a alegria dos convidados. Queros diz que a festa do Windsor é muito procurada por famílias, principalmente as com crianças, um público que sempre merece atenção especial. Os pequenos convidados têm direito a recreação durante toda a festa (das 21h às 5h) e berçário, área reservada para recarregar as energias com um cochilo.

— A Barra é um lugar tranquilo, onde se pode trazer a família para jantar. As pessoas vêm andando e voltam andando. Tem quem fique até as 5h. São clientes que fazem parte dos nossos dez anos — conta o gerente.

O hotel também promove queima de fogos. O show de luzes e som é brindado com uma garrafa de espumante, inclusa no pacote da festa, que dá direito também a taças personalizadas. A animação fica completa com a apresentação da banda Anjos da Noite.

Haverá queima de fogos ainda nos hotéis Sheraton, Brisa Barra, Grand Hyatt, Ramada Recreio Shopping, Venit + Mio e Praia do Pontal, no VillageMall e no Quebra-Mar. (Colaborou: Rodrigo Berthone)

(webremix.info)


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